Quando nem a morte é o limite...

A morte de um petista se tornou um gol. Uma vitória. Uma conquista para muitos que consideram o partido, seus líderes e seus militantes como um câncer. Algo a ser extirpado

A morte de um petista se tornou um gol. Uma vitória. Uma conquista para muitos que consideram o partido, seus líderes e seus militantes como um câncer. Algo a ser extirpado
A morte de um petista se tornou um gol. Uma vitória. Uma conquista para muitos que consideram o partido, seus líderes e seus militantes como um câncer. Algo a ser extirpado (Foto: Renato Rovai)


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Quando Hugo Chávez morreu eu não estava na editora que ainda ficava na Vila Madalena. Mas havia gente por lá. E as pessoas que lá estavam ficaram atordoadas porque nossa vizinha de muro gritava morreu, morreu, morreu… como se fosse é campeão, é campeão, é campeão.

Chávez tinha morrido. E ela festejava aquilo como um título. Uma vitória. Uma conquista.

Alguns meses depois seu marido foi internado e morreu logo na sequência. Da mesma doença que matou Chávez, um câncer. Um câncer que lhe derrotou em alguns meses.

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Não sou daqueles que acredita em castigos ou coisas do gênero, mas não consigo deixar de me perguntar se aquela senhora de uns 65, 70 anos nunca refletiu sobre o que fez.

Se ela nunca parou para pensar naquilo mesmo depois de ter vivido dor semelhante que os familiares e amigos de Chávez viveram.

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Celebração de mortes infelizmente não são incomuns. Já vi gente de esquerda fazendo o mesmo quando, por exemplo, morreram Pinochet e Margareth Thatcher. Nas ocasiões, houve festa em Londres e Santiago, além de tantas outras tantas cidades da Inglaterra, do Chile e mesmo de outros países.

Mesmo sabendo do que Pinochet e Thatcher significaram para muitos, sempre me pareceu algo atordoante celebrar a morte de quem quer que seja.

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Hoje foi cremado o corpo de José Eduardo Dutra. E no seu velório, houve tanto essa manifestação da foto de pessoas carregando faixas contra Lula e o PT, como distribuição de panfletos celebrando a morte de mais um petista.

Mas não foi só isso.

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Desde domingo as caixas de comentários dos portais com a notícia da morte de Dutra foram inundadas por comentários toscos e agressivos.

A morte de um petista se tornou um gol. Uma vitória. Uma conquista para muitos que consideram o partido, seus líderes e seus militantes como um câncer. Algo a ser extirpado.

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Quando um partido político não tem tranquilidade nem na hora de enterrar seus mortos, algo muito sério está ocorrendo.

E se a responsabilidade por isso não é do PT, seus dirigentes e militantes não podem achar que isso vai se resolver com berros em redes sociais ou fazendo de conta que está tudo bem.

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O PT precisa combater isso com energia, mas terá de agir com a mesma energia para se reinventar.

Porque a história do partido não tem nada a ver com a de Pinochet e Thacher, mas para muitos o PT se tornou algo muito pior.

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E é por isso que nem mesmo a morte é o limite.

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