Brasil tem um novo regime: o anarquismo

"Após o golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Roussef, a democracia no Brasil foi substituída por um novo regime, o anarquismo, uma esculhambação, dividida em três poderes: de um lado os homens de preto, na ditadura da toga; do outro uma quadrilha, comandada por investigados; e no meio a mídia golpista, que controla os dois", diz o colunista Ribamar Fonseca; "O novo regime já extinguiu vários dispositivos da antiga Carta Magna, entre eles a presunção de inocência, o que significa que a partir daí todos são culpados até provarem que são inocentes"

"Após o golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Roussef, a democracia no Brasil foi substituída por um novo regime, o anarquismo, uma esculhambação, dividida em três poderes: de um lado os homens de preto, na ditadura da toga; do outro uma quadrilha, comandada por investigados; e no meio a mídia golpista, que controla os dois", diz o colunista Ribamar Fonseca; "O novo regime já extinguiu vários dispositivos da antiga Carta Magna, entre eles a presunção de inocência, o que significa que a partir daí todos são culpados até provarem que são inocentes"
"Após o golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Roussef, a democracia no Brasil foi substituída por um novo regime, o anarquismo, uma esculhambação, dividida em três poderes: de um lado os homens de preto, na ditadura da toga; do outro uma quadrilha, comandada por investigados; e no meio a mídia golpista, que controla os dois", diz o colunista Ribamar Fonseca; "O novo regime já extinguiu vários dispositivos da antiga Carta Magna, entre eles a presunção de inocência, o que significa que a partir daí todos são culpados até provarem que são inocentes" (Foto: Ribamar Fonseca)


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Após o golpe de 2016, que destituiu a presidenta Dilma Roussef, a democracia no Brasil foi substituída por um novo regime, o anarquismo, uma esculhambação, dividida em três poderes: de um lado os homens de preto, na ditadura da toga; do outro uma quadrilha, comandada por investigados; e no meio a mídia golpista, que controla os dois. Sem Constituição, que começou a ser espezinhada pelo então ministro Joaquim Barbosa ao substituir a exigência de provas pela teoria do domínio do fato, para condenar petistas no julgamento do chamado "mensalão", o novo regime se consolidou com a atuação da Operação Lava-Jato, cujo comandante, o juiz de primeira instância Sergio Moro, com o apoio da mídia, tornou-se a maior autoridade judiciária do país, maior até que o Supremo Tribunal Federal, com poderes absolutos. O novo regime já extinguiu vários dispositivos da antiga Carta Magna, entre eles a presunção de inocência, o que significa que a partir daí todos são culpados até provarem que são inocentes.

O primeiro dispositivo mais importante da velha Constituição abandonado pelos responsáveis pelo novo regime, porém, é aquele enunciado que abria a antiga Carta Magna, segundo o qual "todo poder emana do povo e em seu nome será exercido". Tudo começou quando cerca de pouco mais de trezentos deputados aprovaram o afastamento de Dilma, anulando os 54 milhões de votos que a reconduziram à Presidência da República, decisão endossada depois pelo Senado e pelo imobilismo do Supremo Tribunal Federal. Em seguida aquele dispositivo foi novamente ignorado pela própria Suprema Corte, que tinha o dever de defende-lo, quando apenas 11 ministros decidiram impedir que um homem com a preferência de mais de 50 milhões de brasileiros seja candidato ao Palácio do Planalto. Para isso autorizaram a sua prisão, mesmo baseada em premissas falsas, convencidos de que na cadeia Lula estaria liquidado politicamente, o que não aconteceu, pois mesmo encarcerado ele continua crescendo na preferência do eleitorado. E apesar da escandalosa e covarde perseguição, ele permanece candidato às eleições presidenciais deste ano.

Lula ainda tem dois recursos à espera de decisão, mas ninguém acredita que eles serão acolhidos e produzirão algum efeito positivo, porque os juízes sequer se preocupam em ler os argumentos da defesa, como fizeram os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª. Região, pois a decisão de impedir o ex-presidente de concorrer ao pleito já está tomada desde a execução do golpe: a tramitação do processo e as reuniões das Cortes para julgamento dos recursos são mera encenação, para dar a aparência de legalidade. E não apenas os processos de Lula mas, também, de José Dirceu, cuja condenação a mais de 30 anos de prisão, sem nenhuma prova, é superior à pena dada a assassinos, o que comprova a determinação do consórcio mídia/Judiciário/Tio Sam para destruir o PT e impedi-lo de voltar ao poder, conquistado através do voto popular. Na verdade desde o "mensalão" que os petistas de hoje passaram a ser vistos pela ditadura da toga como os comunistas de ontem pela ditadura militar. Basta ser petista, portanto, para ser condenado por antecipação e ser perseguido como bandido.

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Mas – pergunta-se – por que tanto ódio ao PT? A resposta é simples: foi o Partido dos Trabalhadores, no governo do presidente Lula, que, internamente, administrou para os pobres, tirando 40 milhões de brasileiros da linha de pobreza e retirando o Brasil do mapa da fome; ampliou de forma extraordinária o número de empregos, abriu as portas das universidades para as minorias; baixou o índice de analfabetismo e de mortalidade infantil; reduziu drasticamente os recursos antes distribuídos generosamente à mídia pelo governo de FHC; e tornou o país respeitado internacionalmente, colocando-o entre as grandes potências mundiais. Isso desagradou a elite do dinheiro, representada pela chamada grande imprensa. Ao mesmo tempo, Lula afrontou os patrões de antes, os norte-americanos, que detinham o controle absoluto do Brasil e suas riquezas, arrancando o nosso país das garras dos vizinhos do Norte para fortalecer-nos como nação independente. E estreitou os laços com a Rússia e a China, integrando com essas duas potências e mais a Índia e África do Sul os BRICS, um novo bloco dentro da geopolítica mundial.

Com receio de perder de vez o controle do Brasil, sobretudo do petróleo, os Estados Unidos tramaram o golpe de 2016, contando com a decisiva participação de traíras no Executivo, no Legislativo, no Judiciário e na mídia brasileiros. O pesquisador Mark Weisbrot, do Centro para Pesquisas Econômicas e de Políticas Públicas de Washington, disse em recente entrevista ao "Nocaute" que a Operação Lava-Jato é orientada pelo Departamento de Justiça norte-americano. "O procurador geral Kenneth Blanco – informou Weisbrot – disse numa conferência em julho de 2017 que era difícil imaginar uma relação mais cooperativa na história recente do que aquela entre o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e os procuradores brasileiros". E acrescentou: "Um pouco mais à frente, no mesmo discurso, ele (Kenneth Blanco) se vangloriou de como os procuradores do Brasil ganharam um veredito contrário ao presidente Lula". Mark Weisbrot foi mais longe, quando disse que "eles (os americanos) estão enfraquecendo o Estado de Direito, estão destruindo a independência do Judiciário, estão realmente criando uma forma diferente, muito mais limitada, de democracia, onde podem decidir não só se um presidente pode continuar no cargo mas, também, se um ex-presidente pode ser candidato".

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Ou seja, o regime da anarquia, a esculhambação que vigora sem "camisas amarelas" nas ruas, em meio ao silêncio das panelas e ao mutismo dos generais de pijama, porque certamente este era o Brasil que eles queriam.

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