Lula cresce mesmo sem ir a debates

"O estranho e inexplicável ódio a Lula, dentro e fora do Judiciário, parece que cegou os seus perseguidores, os quais não conseguem enxergar que quanto mais criam barreiras para a sua eleição, articulando todo tipo de manobra e negando até o cumprimento da decisão da ONU, contribuem para aumentar a sua popularidade e ampliar a sua liderança na corrida sucessória", avalia o jornalista e colunista do 247 Ribamar Fonseca; "Pelo menos é o que revelam as pesquisas em todo o país"

Lula cresce mesmo sem ir a debates
Lula cresce mesmo sem ir a debates (Foto: RICARDO STUCKERT)


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Afinal, para que servem mesmo os debates na TV? Teoricamente para que o eleitorado conheça melhor os candidatos, suas propostas, suas soluções para os problemas nacionais. Isso teoricamente porque na prática os debates dos presidenciáveis, hoje, não servem para absolutamente nada: primeiro porque, com honrosas exceções, são muito fracos e, segundo, porque o tempo para que possam dizer alguma coisa é muito curto, razão porque a maioria fica repetindo a mesma ladainha em todas as respostas, qualquer que seja a pergunta, além das inevitáveis tolices. Álvaro Dias, por exemplo, com aquela voz de locutor de serviço de alto falante, só sabe falar em corrupção, dizer que a Lava-Jato é uma maravilha e alertar o povo para que "abra o olho". Nos dois debates não apresentou nenhuma proposta para nada, a não ser o desejo de convidar o juiz universal Sergio Moro para seu Ministro da Justiça, provavelmente uma estratégia para atrair os votos dos admiradores do todo poderoso magistrado de Curitiba.

O atavismo de Jair Bolsonaro, por sua vez, oferece a exata dimensão da sua falta de preparo para pleitear a Presidência da República: depois de tantas mudanças no mundo ele continua assombrado com o fantasma do velho comunismo, no que parece afinado com o seu vice. A única proposta que apresentou, como solução para os problemas do ensino, foi a militarização das escolas porque, para ele, o importante é a disciplina e a hierarquia. Pelas suas respostas não é difícil perceber que ele não sabe nada de nada. O cabo Daciolo que, pela patente, é que deveria ser o seu vice, não é muito diferente, mas tem uma virtude: uma enorme fé em Deus. Na verdade, nada, absolutamente nada, acontece sem a permissão de Deus, razão porque o eleito em outubro próximo só ocupará o Palácio do Planalto se Ele o permitir. Alguém poderá questionar: por que Deus permitiu que Temer assumisse o governo? Provavelmente para que as pessoas aprendessem, diante do mal, a dar valor ao bem.

Geraldo Alkmin só repete um tal de "imposto agregado", o IVA, para resolver todos os problemas. O seu velho e ultrapassado discurso político já não consegue sensibilizar ninguém, motivo pelo qual ele não sai do lugar nas pesquisas de intenção de votos. Ele é candidato do Temer, diz que vai dar prosseguimento às suas desastrosas reformas mas disse no último debate que o presidente golpista é cria do PT, que o fez vice. O PT realmente o fez vice, não presidente, cargo onde chegou através de um golpe liderado pelo PSDB. Marina Silva, por sua vez, parece a versão feminina de Alkmin, com a diferença de que ela hoje cospe no prato que comeu, pois chegou ao palco nacional da política pelas mãos dos petistas, particularmente do Lula, de cujo governo foi ministra. Ela praticamente só repete que vai implantar a geração de energia limpa, eólica, mas não se manifestou contra a privatização da Eletrobrás. Nem ela e nem os outros candidatos.

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Ciro Gomes tem sido uma grande decepção, perdendo-se na citação de números que não impressionam o eleitor. Também, a exemplo dos outros, se mostra muito repetitivo, dando a impressão de que está meio aéreo, como se a negativa do apoio do PT à sua candidatura tivesse mexido com o seu juízo. Henrique Meireles é um caso digno de estudo: ele repetiu nos dois debates que foi presidente do Banco Central no governo Lula e que – pasmem – criou mais de dez milhões de empregos. Foi ele e não Lula. Agora, pergunta-se: que poder ou que tipo de mecanismo tem o presidente do Banco Central para criar empregos? Pretendeu, obviamente, pegar uma carona na popularidade do ex-presidente, pois praticamente esqueceu que foi ministro da Fazenda de Temer. Aliás, todos os candidatos disseram que vão criar milhões de empregos, mas não informaram como vão fazer isso, talvez pela exiguidade do tempo.

Guilherme Boulos, sem dúvida, foi o melhor nos dois debates. Apesar de jovem e sem experiência política, mostrou maturidade e conhecimento dos problemas nacionais, revelando segurança em suas respostas, além de um grande poder de síntese. Ele foi o único a defender a permanência do púlpito vazio, no debate da Rede TV, que era destinado a Lula, enquanto Bolsonaro exigiu a sua retirada, dizendo que não queria bandido ali. O capitão, pelo visto, está empolgado com o segundo lugar nas pesquisas, favorecido pelo trabalho da Globo que imbecilizou parte da população, e não se deu conta de que, mesmo preso ilegalmente, Lula é o líder disparado na preferência do povo. E mesmo ausente dos debates vem subindo nas pesquisas, para desespero dos seus perseguidores. Na verdade, o fato de não participar dos debates, impedido pela Justiça, vem sendo positivo para o ex-presidente que, desse modo, não sofre nenhum desgaste, como acontece com os outros candidatos. Muito pelo contrário, a sua ausência tem servido para tornar mais evidente a perseguição de que tem sido vítima.

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O estranho e inexplicável ódio a Lula, dentro e fora do Judiciário, parece que cegou os seus perseguidores, os quais não conseguem enxergar que quanto mais criam barreiras para a sua eleição, articulando todo tipo de manobra e negando até o cumprimento da decisão da ONU, contribuem para aumentar a sua popularidade e ampliar a sua liderança na corrida sucessória. Estão se desgastando e se desmoralizando inutilmente a cada nova manobra, porque, a não ser que cancelem as eleições, Lula voltará ao poder nos braços do povo, na pior das hipóteses na pessoa de Fernando Haddad. E o PT, que ressuscitou com força total após a perseguição ao seu líder maior, deverá eleger o maior número possível de governadores, deputados e senadores. Pelo menos é o que revelam as pesquisas em todo o país.

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