Bolsonaro pressente derrota e engrossa veladamente o coro contra as eleições

Fernando Haddad é "alvo de todos os que temem o retorno da esquerda ao poder", escreve o colunista Ribamar Fonseca; "Num país onde se arquiva inquéritos contra tucanos como Aécio e Paulo Preto, com montanhas de provas contra eles, e se prende Lula, sem nenhuma prova, tudo é possível, até um novo golpe com novos personagens", alerta; "É fundamental que o povo se conscientize da importância de votar em Haddad-Lula e sair às ruas para defender seus direitos"

Bolsonaro pressente derrota e engrossa veladamente o coro contra as eleições
Bolsonaro pressente derrota e engrossa veladamente o coro contra as eleições (Foto: Esq.: Stuckert / Dir.: Valter Campanato - ABR)


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O Jornal Nacional inaugurou, com o candidato do PT, Fernando Haddad, uma nova modalidade de entrevista: o entrevistador faz acusações ao entrevistado e, ao mesmo tempo, o impede de responder, interrompendo-o quando começa a falar. Os inquisidores do Tribunal do Santo Oficio e os policiais do DOI-CODI não fariam melhor. William Bonner e Renata Vasconcelos, apresentadores do JN, prostituíram o jornalismo ao simularem uma entrevista, com o objetivo de influenciar negativamente o eleitorado contra o candidato petista. Renata chegou a exigir que Haddad confessasse os erros do PT, repetindo: “Faça o mea culpa! Faça o mea culpa!” Não há dúvida de que o casal interpretou bem o pensamento dos seus patrões, que há tempos usam seus veículos para destruir Lula e agora não devem estar dormindo direito diante da provável vitória do candidato petista. E certamente vão intensificar suas agressões para tirar votos de Haddad, influenciando a parte da população que a Globo imbecilizou com seu noticiário tendencioso.

Diante da proximidade do pleito e o acelerado crescimento da candidatura de Haddad, conforme atestam as pesquisas, todos os inimigos de Lula e do PT que infestam o Judiciário e a mídia deverão intensificar o fogo contra o candidato petista, agora o alvo de todos os que temem o retorno da esquerda ao poder. A comentarista Miriam Leitão, da Globo, perfeitamente afinada com os patrões, já chegou a dizer que Haddad, se eleito, “será tutelado de uma cela de Curitiba”, ou seja, por Lula. A declaração, é óbvio, tem a finalidade de diminuir o candidato petista perante o eleitorado, desqualificando-o para ocupar o cargo de Presidente da República, o que, no entanto, não produz mais nenhum efeito entre a população mais consciente.  Além das investidas dos prepostos dos Marinho, através dos seus veículos de comunicação, o Judiciário vai fazendo a sua parte na tarefa de tentar impedir o PT de voltar ao poder nas eleições de outubro. E volta e meia algum togado dá um despacho destinado a sufocar o ex-presidente – como se não bastasse a sua prisão – e inviabilizar a sua transferência de votos para o ex-prefeito paulista.

Depois que o ministro Luis Roberto Barroso proibiu sequer a citação do nome de Lula nos programas eleitorais de Haddad, uma censura ilegal para evitar qualquer tipo de benefício ao candidato do PT, outro ministro do Tribunal Superior Eleitoral, Carlos Bastide Orbach, determinou a retirada das postagens de vídeos de Lula com Haddad das redes sociais. A vergonhosa perseguição ao ex-presidente e seu partido prossegue descaradamente, sem nenhuma preocupação em disfarçá-la, o que se tornou rotina nas diversas instâncias do Judiciário. Em compensação, os adversários do líder petista podem explorar à vontade a sua imagem em seus programas, como, por exemplo, Henrique Meireles, candidato do MDB à Presidência, e, também, a ex-governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e o senador Edson Lobão, ambos igualmente do MDB. Lobão, aliás, só para lembrar, é o mesmo que se exonerou do cargo de Ministro das Minas e Energia do governo Dilma às vésperas da aprovação do seu impeachment para votar contra ela. E tem a cara-de-pau de se apresentar como amigo de Lula para beneficiar-se dos seus votos.

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Diante do comportamento da Justiça nos últimos tempos, colocando-se acima dos outros dois poderes e assumindo a posição de xerife do país, a reforma do Judiciário passou a se impor como uma das mais urgentes no novo governo. O presidenciável Guilherme Boulos, candidato do PSOL, em recente entrevista, defendeu a necessidade de criação de um controle externo para o Judiciário, o único poder que não tem controle, com a participação da sociedade. O Conselho Nacional de Justiça, que deveria fazer esse papel, não controla nada, tendo se transformado em figura decorativa durante a gestão da ministra Carmen Lucia, de triste memória. Essa perspectiva de redução dos poderes dos togados, visível no programa de candidatos de esquerda, pode contribuir para ampliar a má vontade entre os magistrados contra o cumprimento da Constituição, abrindo brechas para um possível abortamento do pleito, já que, além do Judiciário, também estão preocupados com a possível vitória do PT a mídia e os militares. 

Ninguém se surpreenda, portanto, se nos poucos dias que nos separam da eleição surgirem outras medidas, no âmbito do Judiciário, para tentar melar a eleição de Haddad. Diante do crescente aumento da possibilidade de vitória do candidato petista, apesar de todas as manobras realizadas para alijar o PT e, especialmente, Lula da corrida sucessória, já se ouve rumores nos subterrâneos de movimentos destinados a cancelar o pleito. Até Bolsonaro, do hospital, pressentindo sua derrota, já insinua a suspensão das eleições. Num país onde se arquiva inquéritos contra tucanos como Aécio e Paulo Preto, com montanhas de provas contra eles, e se prende Lula, sem nenhuma prova, tudo é possível, até um novo golpe com novos personagens. Por isso, é fundamental que o povo se conscientize da importância de votar em Haddad-Lula e sair às ruas para defender seus direitos, pois só assim será possível impedir que a democracia seja mais uma vez vilipendiada em nosso país. Chegou o momento de resgatar o prestígio do Brasil e o respeito do mundo.

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