Lugano representa um novo ciclo no SPFC

A constatação sobre se o uruguaio com sangue Tricolor está ultrapassado para o futebol só os gramados responderão, mas é inegável que o zagueiro já está eternizado na memória dos torcedores

A constatação sobre se o uruguaio com sangue Tricolor está ultrapassado para o futebol só os gramados responderão, mas é inegável que o zagueiro já está eternizado na memória dos torcedores
A constatação sobre se o uruguaio com sangue Tricolor está ultrapassado para o futebol só os gramados responderão, mas é inegável que o zagueiro já está eternizado na memória dos torcedores (Foto: Ricardo Flaitt)


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Lugano retorna ao São Paulo de forma mítica. Realidade e fantasia se misturam nos corações e mentes tricolores quando o assunto envolve o zagueiro uruguaio. O ponto máximo dessa catarse tricolor aconteceu no jogo de despedida de Rogério Ceni, quando o M1to, em gesto mais que simbólico, passou a braçadeira de capitão ao uruguaio, para delírio de 60 mil torcedores.

Muito antes de assinar o contrato, naquele instante materializava-se o desejo de milhões de são-paulinos por um São Paulo aguerrido, comprometido e vencedor.

Se por um lado a torcida extasia-se com o seu retorno, em contrapartida, muitas vozes da arquibancada e da crônica esportiva reverberam: - Mas qual será o Lugano versão 2016? Ele tem condições de apresentar um bom futebol? Ele não está velho demais? Até que ponto o sonho não sucumbirá à realidade?

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Evidente que estas questões são pertinentes e devem ser pontuadas. No entanto, a volta de Lugano, aos 35 anos, e depois de 10 anos longe do Morumbi, extrapola suas atuações em campo. Por mais estranho que essa frase possa soar, encontra-se o sentido quando contextualizamos a chegada do uruguaio com os momentos turbulentos que atravessaram o clube nos últimos tempos.

Ainda que as peças no tabuleiro administrativo comecem a se assentar, existe um desafio para a nova diretoria Tricolor: restabelecer a ordem nos bastidores da instituição para que a luta seja por títulos e não entre os titulados.

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Quanto à gestão, Leco parece estar no caminho correto. Contratou um bom técnico, sério, trabalhador e duas vezes vencedor da Libertadores da América. O presidente preserva o que há de bom no elenco e estabelece contratações pontuais como Kieza e Mena, sem incorrer ao erro de megalomanias ou pirotecnias. Em síntese, não joga para a torcida e compreende a realidade econômica do clube.

Essa transformação administrativa é parte de um processo de reestruturação que também compreende uma outra transformação, nos gramados. E é justamente nesse ponto em que Lugano representa uma peça importante na simbiose essencial de clubes vencedores, que se complementa com boa administração e equipe competitiva e comprometida.

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Outra grande decisão de Leco na reconciliação com Lugano com o SPFC foi a de formatar o contrato de modo que o ídolo, após encerrar a carreira nos gramados, passe a ser um representante do clube que tanto ama. Essa medida é genial, pois representa um mecanismo que preservará a integridade de El Dios na história do SPFC, caso não esteja bem nos gramados. Em suma, se Lugano não corresponder no campo, já tem lugar assegurado na instituição, decisão digna de aplausos da diretoria em consideração a quem tanto fez e ainda faz pelo clube.

A imagem de Lugano para o São Paulo é tão positiva neste momento de reafirmação da instituição, que ele ajuda até no marketing. Conforme dados divulgados, mesmo antes de chegar, a camisa 5 bate todos os recordes, a ponto de superar a vendagem de Rogério Ceni. E não há como desprezar a força de um ídolo e do mercado para esse "admirável futebol novo" que se verticaliza em cifras cada vez mais exorbitantes e inimagináveis. O São Paulo, então, que precisa de dinheiro, Lugano é um respiro e fonte de renda extra.

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Completando essas ações, é sábia também a decisão em realizar a apresentação do ídolo uruguaio para os são-paulinos, de preferência em um sábado à noite, no Morumbi, para que os que trabalham possam ir e levar seus filhos para ter a dimensão de um ídolo e, consequentemente, do que é a paixão por um clube de futebol (que não a façam não no meio da semana como fizeram com Luis Fabiano, que restringe e exclui). Lugano representa a volta do orgulho de ser são-paulino. Digo orgulho, não soberania, pois esta emergiu a instituição em um mundo delírios.

A constatação sobre se o uruguaio com sangue Tricolor está ultrapassado para o futebol só os gramados responderão, mas é inegável que o zagueiro já está eternizado na memória dos torcedores.

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