Manifestação aprofundará crise de governabilidade

A estrutura política brasileira é alicerçada no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. A governabilidade depende da harmonia dessa tríade fundamental para o Estado Democrático. Com apenas cinco meses de mandato, o governo Bolsonaro convive agora com a inversão da popularidade, como demonstrou pesquisa encomendada pelo mercado financeiro.

Manifestação aprofundará crise de governabilidade
Manifestação aprofundará crise de governabilidade (Foto: Agência Brasil)


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A estrutura política brasileira é alicerçada no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. A governabilidade depende da harmonia dessa tríade fundamental para o Estado Democrático. 

Com apenas cinco meses de mandato, o governo Bolsonaro convive agora com a inversão da popularidade, como demonstrou pesquisa encomendada pelo mercado financeiro.

Divulgada no site Poder 360, “Pesquisa Ipesp encomendada pela XP Investimentos mostra que a avaliação negativa (ruim e péssimo) do governo Jair Bolsonaro chegou a 36%, alta de 5 pontos percentuais em comparação com o resultado do último levantamento, na 1ª Semana de maio. Já o nível de aprovação (ótimo ou bom) oscilou 1 ponto percentual e ficou em 34%.”

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Em queda na popularidade, cada vez mais isolado em Brasília, rachas no partido e partidos antagônicos agrupando-se e lançando manifestos pró-direitos, eis que surgem as manifestações “governamentais”, no sentido de demonstrar força e, consequentemente, tentar pressionar Congresso e Judiciário, colocando-os como grandes entraves para o desenvolvimento da nação. Um grande tiro no escuro, pois o “emparedamento” ampliará a crise por governabilidade, que depende da simbiose entre os três poderes.

Vale ressaltar que o Congresso Nacional, na prática, já segue atuando em um “parlamentarismo branco”, a exemplo da formatação de um novo projeto de Reforma da Previdência, completamente diferente da proposta apresentada pelo governo.

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Na relação também tensa entre governo e judiciário, o STF acaba de aprovar que a homofobia (um dos principais traços explicitados durante a campanha de Bolsonaro) agora é crime. Um recado ao Executivo.

Evidente que manifestações populares têm peso na sociedade, mas quando elas possuem reinvindicações por direitos sociais e realizadas pela oposição. Manifestações de situação são esvaziadas de sentido, enfraquecem quem está no poder ou ocultam projetos de ruptura na estrutura.

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Mesmo que os atos levem milhares ou milhões às ruas, há que se compreender que as decisões se resolvem no tabuleiro político, em Brasília, compreendendo também Congresso e Judiciário, quem de fato determinam os movimentos das peças.

É fato histórico que o povo nas ruas tem uma participação limitada no sistema e esses atos só ganham sentido se a intenção é criar um caminho para, futuramente, implodir dois pilares (Legislativo e Judiciário) do regime democrático. Eis o grande ponto obscuro, que só ganharão luz com os movimentos governamentais posteriores às manifestações. Em síntese: aonde se quer chegar colocando o Congresso Nacional e o Judiciário em uma bandeja para as massas?

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O momento histórico, que pode parecer simples demonstração de força da situação, também pode ser limiar entre democracia e autoritarismo. 

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