Cunha: ou renuncia ou será cassado!

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O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), colocou os 513 deputados em xeque-mate e encontra-se numa sinuca de bico. Acusado pelo Ministério Público de ter recebido US$ 5 milhões de propina, em frente dos holofotes, ele afirma que renúncia e covardia não fazem parte do vocabulário. Mas a situação fugiu ao seu controle. Amplamente divulgado pela mídia, a sua inclusão na operação Lava Jato atingiu a opinião pública, que exige providências dos seus colegas congressistas.

Por muito menos o também presidente da Câmara Severino Cavalcante (PP-PE) renunciou numa quarta-feira, dia 21 de setembro de 2005, acusado de receber "mensalinho" para prorrogar a concessão de um restaurante da Câmara – o Fiorella. O parlamentar foi pressionado por seus colegas, que reputaram como "insustentável" sua permanência na Câmara após a confirmação das denúncias de Sebastião Buani, que sustenta ter pagado propina para garantir o funcionamento do restaurante. Conforme divulgado na Folha Online, confira aqui.

Não é de hoje que a Câmara Federal tem seus integrantes envolvidos em escândalos de todos os tipos, principalmente de corrupção. No dia 6 de março de 2015, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu autorizar a abertura de inquérito para investigar 49 pessoas – das quais 47 políticos – suspeitos de participação no esquema de corrupção da Petrobras revelado pela Operação Lava Jato. Dentre eles há 22 deputados federais, 12 senadores, 12 ex-deputados e uma ex-governadora, pertencentes a cinco partidos, além de dois dos chamados "operadores" do esquema – o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, e lobista Fernando Soares, o "Fernando Baiano". Segundo o site G1, na lista do PMDB consta estes nomes:

PMDB

- Senador Renan Calheiros (AL), presidente do Senado
- Senador Romero Jucá (RR)
- Senador Edison Lobão (MA)
- Senador Valdir Raupp (RO)
- Deputado Eduardo Cunha (RJ), presidente da Câmara
- Deputado Aníbal Gomes (CE)
- Ex-governadora Roseana Sarney (MA)

Pois bem, daí pra frente todos já conhecem... Mas o que ainda não emergiu na mídia foi a parte onde Renan Calheiros (PMDB-AL) entra nessa operação. O Congresso Nacional precisa resgatar a credibilidade dos brasileiros, punindo, afastando quem realmente tenha agido fora do decoro parlamentar. Diante desse cenário, Eduardo Cunha (que nunca esteve de fato ao lado do governo, apesar de anunciar o rompimento com ele), deverá (se não renunciar) ser afastado com certeza da casa legislativa.

Duvido que os 513 deputados irão de encontro à opinião pública e aos mais de 100 milhões de eleitores brasileiros. Desta feita, só resta uma única saída considerada valente para o presidente da Câmara – a renúncia imediata! Caso contrário, a sua covardia o tirará do cargo, da forma mais melancólica possível e seus direitos políticos serão prejudicados por mais tempo do que se imagina.

Termino este texto com a célebre frase do ex-deputado Severino Cavalcante:

"Todos seremos, muito breve, julgados pelo povo. Para quem dedicou sua vida à política, esse é o julgamento que conta, a sentença que importa. Voltarei. O povo me absolverá". E até hoje, graças ao ficha limpa ele não foi absolvido pelo povo.

Será que Cunha, num ato de sabedoria e lucidez, esperará até o dia 21 de setembro (como Severino) para renunciar? Ou o Congresso Nacional, para extirpar qualquer dúvida sobre a moralidade e o respeito as leis constitucionais, cassará o seu precioso mandato? Quem viver verá. Ou não?

#RenunciaCunha #PorUmBrasilMelhor

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