Para esconder trombadas na economia, Bolsonaro vai ao Twitter chutar Haddad

"Como se vê, o capitão reformado ainda não desceu do palanque e continua em campanha, em vez de cuidar dos seus afazeres presidenciais e evitar a bateção de cabeças dos primeiros dias. Se assim foi na primeira semana, podemos imaginar o que ainda vem pela frente. Pela amostra, não corremos o menor risco disso dar certo", diz o jornalista Ricardo Kotscho, da rede de Jornalistas pela Democracia

Para esconder trombadas na economia, Bolsonaro vai ao Twitter chutar Haddad
Para esconder trombadas na economia, Bolsonaro vai ao Twitter chutar Haddad (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


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Por Ricardo Kotscho, para o Balaio do Kotscho e os Jornalistas pela Democracia A tática é manjada, mas assim é a “nova política” do bolsonarismo para engabelar sua galera de fanáticos

No dia seguinte à monumental confusão que provocou no meio político, ao trombar com sua equipe econômica, em vez de se explicar e pedir desculpas, capitão Bolsonaro voltou ao ataque.

Acompanhado dos filhos, foi ao Twitter e disparou uma mensagem atrás da outra sobre assuntos os mais diversos, sem tocar no principal: as mudanças nos impostos que anunciou, ao assinar decretos sem ler direito.

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O principal alvo foi Fernando Haddad, o candidato do PT derrotado nas urnas, que estava quieto no seu cantinho só vendo a banda da insanidade passar.

Na véspera, Haddad havia publicado em seu perfil o artigo de um jornalista alemão da “Deutsche Welle” sobre o anti-intelectualismo da nova ordem.

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Bolsonaro veio com os dois pés para cima do petista, como se esse fosse o grande assunto do dia, e não a primeira crise em seu gabinete.

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Reparem na finesse do estilo presidencial:

“Haddad, o fantoche do presidiário corrupto, escreve que está na moda um anti-intelectualismo no Brasil. A verdade é que o marmita, como todo petista, fica inventando motivos para a derrota vergonhosa que sofreram nas eleições, mesmo com campanha mais de 30 milhões mais cara”.

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À parte o fato de que o capitão nem deve saber o que é anti-intelectualismo (deve achar que é um palavrão do “lixo cultural marxista”), Haddad destacou a “educação do moço, coisa de estadista”, e perguntou se ele já se sente seguro para um debate frente a frente, algo que evitou na campanha presidencial.

Bolsonaro não respondeu e mudou de novo de assunto para atacar o PT:

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“Eles procuram e criam todos os motivos possíveis para estarem sendo rejeitados pela maioria da população, só não citam o verdadeiro: o PT quebrou o Brasil de tanto roubar; deixou a violência tomar proporções de guerra”.

Como se vê, o capitão reformado ainda não desceu do palanque e continua em campanha, em vez de cuidar dos seus afazeres presidenciais e evitar a bateção de cabeças dos primeiros dias.

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Se assim foi na primeira semana, podemos imaginar o que ainda vem pela frente. Pela amostra, não corremos o menor risco disso dar certo.

E não me venham pedir otimismo: esta é a realidade em que vivemos.

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Bem que eu gostaria de mudar de assunto, mas é impossível. Este governo esquizofrênico não deixa.

Bom domingo.

Vida que segue.

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