O centrão de Alckmin

No comando central deste Centrão, o onipresente PSDB, que nasceu centro-esquerda, pegou um voo nas asas do poder e foi aterrissar no aeroporto da centro-direita, atracado com o direitismo do DEM. Partido com o pedigree fincado lá na velha ARENA, aquela que sustentou durante vinte e um anos a ditadura militar.
Os três partidos durante o principado do sociólogo, passearam com desenvoltura no calçadão do neoliberalismo e ajudaram a aprofundar o fosso social que separa uma minoria privilegiada da galera que sofre espremida na base da pirâmide.
E desde quando o militante da conservadora OPUS DEI, que sempre jogou na direita do time do PSDB é de Centro?
Observe-se ainda que, no Brasil ninguém que ser tatuado com a imagem da direita e esta história de Centrão serve também à tática de manter distância do direitismo extremado de seu concorrente direto na disputa presidencial, que atende pelo nome de Jair Bolsonaro.
Nessa linha de raciocínio, o professor de filosofia da USP, Janine Ribeiro fala do Centro sendo "um pseudônimo da direita envergonhada" e o Centrão, o "pseudônimo afrontoso da direita exclusivamente fisiológica".
Mas, a grande curiosidade nesse momento, onde ética e corrupção estão exaustivamente na pauta das discussões políticas, é se Alckmin, o 'Santo' da lista odebrechtiana vai ter a coragem de incluir na pauta de sua campanha a defesa do moralismo, ele próprio recordista na lista de Furnas com 9 milhões.
No horário eleitoral gratuito, uma certeza que se configura e as pesquisas ajudam a acreditar: Vai-se assistir muita pancadaria entre a direitona de Alckmin e a extrema direita militarizada de Bolsonaro.
Quem se salvar deve enfrentar o candidato das forças progressistas no segundo turno.