Abertura da fronteira: restabelecimento de uma longa amizade

Eu peço humildemente ajuda para tentarmos reabrir a fronteira e normalizarmos as relações diplomáticas. Até pouco tempo atrás a Venezuela era um dos quatro maiores importadores de produtos manufaturados brasileiros, além de um ser um importante cliente do nosso agronegócio



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O Brasil é a Pátria da Paz. Nossa Nação nunca buscou a guerra como solução de conflitos, conquista de territórios e opressão de outros povos.

Há quase 150 anos não entramos em uma guerra. A exceção foi a participação do glorioso Exército Brasileiro e da FAB na libertação da Europa e do mundo da opressão do fascismo.

Nossos soldados generosamente lutaram e morreram para levar liberdade e democracia para os europeus tão desenvolvidos.

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Os princípios nobres e generosos da raça brasileira com relação aos povos de todo o mundo estão escritos em pedra em nossa Constituição no artigo 4º.

Vou lê-los novamente para os senhores, para que possamos relembrar. Abre aspas:

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“Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

I - independência nacional;

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II - prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

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IV - não-intervenção;

V - igualdade entre os Estados;

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VI - defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

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VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

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X - concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.”

Até me emociono pela grandeza de um povo que marcou a ferro compromissos tão generosos com a paz e com a cooperação com seus semelhantes de outras nacionalidades.

Eu tenho orgulho de ser filho de uma índia da etnia macuxi e de um pai trabalhava como vaqueiro.

 Sei como pode ser rico o respeito entre as diversas culturas.

Nosso povo é formado de várias raças, de várias nacionalidades.

Para o brasileiro, o estrangeiro não é inimigo, não é inferior, mas também não é superior.

Eu falei isso tudo como introdução, para poder destacar um problema que está trazendo sofrimento ao povo de meu querido estado de Roraima:

O fechamento da fronteira com a Venezuela.

A fronteira da Venezuela com o Brasil foi fechada há algumas semanas, como todos devem saber. Mas talvez poucos saibam o quão profundas eram as relações comerciais, energéticas e culturais de Roraima com a Venezuela.

Nossos agricultores usam calcário e adubos da Venezuela. A safra está para começar e eles não tem como trazer isso do Centro-Oeste sem ter um grande prejuízo.

E para cá vendíamos boa parte da produção. Cada dia, 50 caminhões de produtos brasileiros chegavam à Venezuela.

O comércio de Pacaraima está às moscas, porque, vocês venezuelanos enchiam nossos supermercados.

O Norte de Roraima está sem gasolina, porque daqui vinham os combustíveis.

A Venezuela está misteriosamente sofrendo ataques em seu sistema elétrico. Portanto, Roraima não tem mais acesso à energia barata que nos vendiam. Tenho certeza que a interrupção de energia dentro da Venezuela e para Roraima não foi obra do próprio governo. Não faria sentido.

Mas infelizmente, sofremos com isso.

Os gastos de óleo diesel para suprir as termelétricas de Roraima já atingiram 400 milhões de reais. Quem paga por isso não é só o povo de Roraima, mas de todo Brasil através de um subsídio cobrado na conta de luz de todos os brasileiros.

Em Pacaraima tem dos 2 mil alunos nas escolas públicas. 500 alunos não aparecem desde o Carnaval. Eles moram aqui na Venezuela.

Boa parte deles são de brasileiros ou filhos de brasileiros que moram na Venezuela.

Nós vencemos eleições muito concorridas. Vencemos porque os eleitores nos consideraram aptos para pensar neles. Nos consideraram capazes de sentir compaixão pelos mais humildes, por aqueles que passam dificuldade.

Nosso povo de Roraima passa muita dificuldade com toda essa crise diplomática e política. Primeiro, porque generosamente abrigamos milhares de refugiados venezuelanos, mesmo sem estarmos preparados. Mesmo sem termos recursos materiais para abrigar tanta gente. Temos apenas nossa hospitalidade para oferecer.

Agora, estamos também sofremos com o fechamento da fronteira.

Eu peço humildemente ajuda para tentarmos reabrir a fronteira e normalizarmos as relações diplomáticas.

Temos que pensar em todas essas pessoas cujas empresas, negócios, educação e saúde depende das fronteiras abertas.

Até pouco tempo atrás a Venezuela era um dos quatro maiores importadores de produtos manufaturados brasileiros, além de um ser um importante cliente do nosso agronegócio.

Quando tudo se normalizar, a Venezuela pode voltar a ser um grande comprador do Brasil e vice-versa.

Como Senador, tenho a obrigação de obedecer fielmente aos interesses dos meus eleitores e os princípios de nossa Constituição, que nos obriga a buscar o diálogo, a cooperação e a paz. É isso que venho fazer aqui.

Acredito que o primeiro passo para isso é a reabertura da fronteira. Estou aqui para pedir em nome do povo do Brasil e de Roraima a reabertura da fronteira e agradecer pela compreensão, amizade e boa vontade do povo venezuelano.

 

 



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