O papel do indivíduo na história

Romo roraimense convivo há anos com a Venezuela e seu povo. Somos vizinhos e companheiros. Os roraimenses e os venezuelanos do estado Bolívar partilham uma geografia e um destino comum, o de nos desenvolvermos juntos



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A minha atitude de ir à Venezuela reunir-me com as autoridades em busca de soluções imediatas para o sofrimento que aflige o povo do meu Estado, a minha querida Roraima, causou surpresa em muita gente. Muitos se perguntam: quem é esse Telmário Mota? Como ele tem semelhante coragem de ir sozinho a um país conflagrado e sair de lá com um começo de solução para o fechamento da fronteira entre a Venezuela o Brasil, um problema que parecia não ter solução pelo diálogo e pela diplomacia?

Só se faz tais perguntas quem não me conhece. Venho de longe. Recebo dos meus antepassados o legado de compromisso com o povo roraimense e com o povo brasileiro. O meu bisavô, Coronel Mota, educador, foi o primeiro prefeito e Juiz de Paz de Boa Vista. O seu primeiro filho, o tio Vitor, morreu lutando pelo território nacional contra os ingleses. Junto com ele estava o meu avô, Pedro Rodrigues, o último comandante do Forte São Joaquim do Rio Branco. Aprendi com a minha mãe, Ana, índia macuxi, e com o meu pai, o vaqueiro Tuxaua Pedro, a amar as pessoas, ser bondoso e ter coragem na vida. Assim como o tio Vitor fez, eu, se necessário, dou a minha vida pelo povo do meu Estado e do meu país.

Quanto à Venezuela, como roraimense convivo há anos com aquele país e seu povo. Somos vizinhos e companheiros. Os roraimenses e os venezuelanos do estado Bolívar partilham uma geografia e um destino comum, o de nos desenvolvermos juntos. As trocas comerciais com a Venezuela são fundamentais para a economia de Roraima e a energia que consumimos é produzida na usina venezuelana de Guri.

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Alguns estranharam que eu tivesse estabelecido uma intensa e ampla ação de diplomacia parlamentar para acalmar os ânimos nas nossas relações com a Venezuela. De fato, sou um dos membros de uma subcomissão da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional criada para buscar soluções para o problema, dentro da esfera de competência do Senado Federal. Mas o assunto não é novo para mim. Ao lado do grande brasileiro que faz muita falta ao Senado Federal, Roberto Requião, eu estive na Venezuela em julho de 2015 buscando conciliar e promover a paz. Requião liderou uma comissão de senadores, da qual eu fiz parte. Em avião da FAB, fomos à Venezuela naquela oportunidade para construir pontes de diálogo entre a oposição e o governo Conversamos com todas as forças oposicionistas e levamos as suas reivindicações ao governo. E tivemos resultados positivos. Eleições foram marcadas e alguns prisioneiros, que o governo alegava terem praticado crimes comuns, tiveram os seus processos revistos pela Justiça venezuelana e foram libertados.

O Brasil tem uma missão, pela qual eu pauto a minha vida e o meu mandato: construir no hemisfério sul da América um território de paz e de prosperidade para o bem dos nossos povos. Não tenho a pretensão de ser mais do que sou. Tenho consciência de que a sociedade e a história se movem por gigantescas forças objetivas de natureza econômica e geopolítica. Mas sei também que as mudanças que precisam ocorrer não acontecem por inércia, mas pela ação concreta de homens concretos. Acredito no papel do indivíduo na história. Como fizeram os meus antepassados e como aprendi ao lado de grandes brasileiros, de que é exemplo o companheiro Requião, eu faço a minha parte. É o que me cabe e com isso me satisfaço. Que cada um faça a sua.

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