Rota 66: o efeito bumerangue da justiça com as próprias mãos

Autoridades de administrações municipais, estaduais e federais têm aplaudido e fomentado o extermínio de pobres nos morros, nas periferias, nos subúrbios. A licença para matar é carimbada com um grande CUMPRA-SE



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Autoridades de administrações municipais, estaduais e federais têm aplaudido e fomentado o extermínio de pobres nos morros, nas periferias, nos subúrbios. A licença para matar é carimbada com um grande CUMPRA-SE. “Eram traficantes, assaltantes, trombadinhas…”. Estes são os argumentos para “passar o pano”  em casos que poderiam ser resolvidos da forma legal.

Justiça com as próprias mãos é liberada até por membros do judiciário.  tudo isso com o apoio de grande parte da classe média e também da alta. Ah, pobres também aplaudem a tal frase “bandido bom é bandido morto”.

Só se esquecem que o feitiço pode se voltar para o feiticeiro. Nenhum desejo, mas pode acontecer o que aconteceu em 1975 com a tragédia perpetrada pela ROTA 66.

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Na noite de 23 de abril de 1975, uma viatura da ROTA – Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, metralhou três jovens no luxuoso bairro dos Jardins em São Paulo. Confundidos pelos policiais, os três rapazes eram pertencentes a classe média alta da Capital e moravam nas proximidades do ocorrido.  O comentário de um dos policias, em razão de terem matado por engano garotos ricos: “ grasnavam como patos, voavam como patos, fomos ver eram perus”.

Daí, desenrolou-se o roteiro de sempre: soldados “plantaram” armas e maconha no carro utilizado pelo rapazes e simularam um tiroteio. Mas como já foi dito que os jovens eram endinheirados, filhos de famílias do “bem”, a armação dos policiais caiu por terra.

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Este povo aplaude até que,  infelizmente, aconteça no próprio quintal. No entanto, deveria – se não pela solidariedade, altruísmo, mas pelo senso de proteção individual – deixar os aplausos de lado e colocar a boca no mundo, cobrando justiça, realmente, para todos. Quem sabe, assim, as autoridades ouçam e abandonem o discurso e a prática fácil da justiça com as próprias mãos.

Veja aqui resenha do livro  “Rota 66 – A História da Polícia que mata”, de Caco Barcellos

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