Votar em LGBT em partidos conservadores é votar em prol da homofobia

Pior do que termos uma representação pouco significativa da diversidade é usar um voto bem intencionado e acabar elegendo conservadores e reacionários de toda sorte

Pior do que termos uma representação pouco significativa da diversidade é usar um voto bem intencionado e acabar elegendo conservadores e reacionários de toda sorte
Pior do que termos uma representação pouco significativa da diversidade é usar um voto bem intencionado e acabar elegendo conservadores e reacionários de toda sorte (Foto: William De Lucca)


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A representatividade da comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais é pífia no Brasil. Temos um deputado federal assumidamente homossexual (Jean Wyllys, eleito pelo PSOL do RJ), um punhado de parlamentares assumidamente parte da comunidade sexodiversa e alguns vereadores espalhados pelo país. É pouco.

Mas pior do que termos uma representação pouco significativa da diversidade de orientações sexuais e identidades de gênero nos legislativos, é usar um voto bem intencionado em ampliar as bancadas da diversidade e acabar elegendo conservadores e reacionários de toda sorte.

No sistema político brasileiro, tão importante quanto escolher o candidato, é escolher o partido ao qual ele está filiado. Muitos candidatos da comunidade LGBT estão inseridos em legendas do centro, da centro-direita e até mesmo da extrema-direita. Isso quer dizer que eles serão somados no geral da coligação que fazem parte e ajudarão a eleger apenas os mais votados dentro desta.

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Nas últimas eleições nacionais, os 6.574 votos obtidos pelo ativista e DJ André Pomba (PV) ajudaram a eleger Roberto de Lucena, deputado conhecido por suas posições contrárias aos direitos dos LGBT.  Os 8.441 votos dados na ativista transexual Bruna Lorrane (SDD) foram para a conta do deputado Wladimir Costa, caricato político paraense que já deu inúmeras declarações homofóbicas.

Os exemplos se acumulam e votos que eram demonstrações de apoio a pluralidade serviram para fortalecer mandatos que lutam exatamente pelo oposto.

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É preciso que o voto na diversidade seja efetivamente útil.

Além de escolher um candidato que faça parte das minorias sexuais e de identidade, que tenha compromisso com as pautas do combate a homofobia e transfobia e na inclusão destas pessoas na sociedade de forma integral, é preciso analisar onde este voto vai acabar caindo, sob o risco de aumentar os ataques à diversidade ao tentar aumentar a representatividade.

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