As doenças mentais afetam a esperança de viver

As doenças psiquiátricas reduzem a longevidade tanto quanto o tabaco, de acordo com um estudo da Universidade de Oxford

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Por Jonathan Herchkovitch

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que cinco das dez patologias mais preocupantes no mundo fazem parte da psiquiatria: a esquizofrenia, os transtornos bipolares, os vícios, a depressão e os transtornos obsessivos compulsivos. Na revista World Psychiatry, pesquisadores da Universidade de Oxford reforçam o âmbito desse alerta informando em um estudo financiado pelo Wellcome Trust, uma fundação britânica especializada em saúde, que as doenças mentais graves reduzem a esperança de vida de dez a vinte anos, ou seja, mais que o tabagismo.

A análise inclui cerca de vinte resultados de pesquisas que cobrem 1,7 milhão de indivíduos. A equipe inglesa extraiu faixas de perda da expectativa de vida para as principais doenças mentais. A esquizofrenia reduziria a vida de suas vítimas de 10 para 20 anos, a bipolaridade de 9 para 20 anos, a dependência ao álcool ou às drogas de 9 para 24 anos e a depressão crônica, de 7 para 11 anos. Em comparação, a expectativa de vida para fumantes pesados (mais de um pacote por dia) está reduzida de 8 para 10 anos.

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Mais vulneráveis, com um tratamento inferior

«Inúmeras razões podem justificar esses números », diz o Dr. Seena Fazel do departamento de psiquiatria da Universidade de Oxford. «Muitas vezes, os pacientes psiquiátricos têm comportamentos de risco, especialmente em termos de consumo de álcool e droga, e são mais propensos ao suicídio. Eles também recebem um tratamento inferior para os outros problemas de saúde, pois, muitas vezes, os médicos se concentram em sua saúde mental».

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«Outros dados devem ser levados em consideração, acrescenta François Kammerer, psiquiatra e vice-presidente da associação francesa de psiquiatria. Muitos são sedentários e fumantes. Os antidepressivos e antipsicóticos causam complicações cardiovasculares ou diabetes. É também mais difícil obter uma consulta com um psiquiatra: além das situações de emergência, muitas vezes é preciso esperar de dois a três meses».

As políticas governamentais têm conseguido reduzir a mortalidade devido ao tabagismo, e os autores do estudo gostariam que esforços similares fossem realizados para evitar outros problemas de saúde e seu tratamento. «As  pessoas com transtornos mentais estão entre as mais vulneráveis na sociedade », lamentou John Williams, chefe do departamento de neurociências e da saúde mental no Wellcome Trust. «Esses resultados reforçam a ideia que é absolutamente necessário favorecer seu acesso aos tratamentos e apoio, o que nem sempre é o caso »

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