Anestesia geral. O medo de não acordar persiste

Um estudo mostra que mais de 70% das pessoas anestesiadas sentem muito medo antes. A principal preocupação é o medo da morte devido à anestesia, em seguida, o de não acordar depois.

Anestesia geral.  O medo de não acordar persiste
Anestesia geral. O medo de não acordar persiste


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Por Anne Jouan – Le Figaro

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Em um painel de 460 pessoas que se submeteram a uma cirurgia, 85% declararam, um dia após a operação, que estavam com medo da anestesia geral, de acordo com um estudo publicado na revista internacional «Journal of Advanced Nursing». Mais especificamente, 70% dos pacientes responderam que estavam «extremamente angustiados » e apenas 15% que «não estavam preocupados ».

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A principal preocupação é o medo da morte devido à anestesia, em seguida, o de não acordar depois. A angústia de acordar no meio da intervenção assim como a ansiedade em ter que esperar antes de ir para a sala de cirurgia também foram mencionadas. «Nosso estudo salienta a importância da necessidade em fornecer aos pacientes informações esclarecedoras sobre a anestesia, na véspera da intervenção cirúrgica », avaliou o Dr. Mark Mitchell da Universidade britânica Salford.

«Não somos muito bons para reduzir a ansiedade dos pacientes admite o Prof. Michel Lévy, presidente do Sindicato nacional dos anestesistas-reanimadores na França (Snarf). É verdade que é difícil em uma consulta, onde legalmente temos que informar os pacientes sobre os riscos eventuais da anestesia, tranquilizá-los.» Em 1998, o caso de Jean-Pierre Chevènement, vítima de uma alergia a um produto anestésico criou um choque na opinião pública na França.

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No entanto, se levarmos as estatísticas em conta, a anestesia geral não deveria assustar. «Há vinte anos, o risco de não acordar e morrer de complicações da anestesia foi de 1 para 10 mil nos países ricos, explica o Prof. Alexandre Mignon, anestesista-reanimador no Hospital Cochin. Em 2000, este índice caiu de 1 para 200 mil.»

Medir a profundidade do sono

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É preciso dizer que, entretanto, as estruturas dentro das instalações hospitalares melhoraram consideravelmente e salas de recuperação foram criadas. «Os pacientes são monitorados em vez de acordar no seu quarto, sozinhos », ele acrescenta.

Além disso, os medicamentos utilizados foram modificados. Os morfínicos (que muitas vezes levam a depressões respiratórias) e os curares foram substituídos por substâncias mais fáceis de serem manipuladas, as quais os médicos dominam muito melhor.

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Outro avanço espetacular, atualmente, os anestesistas podem medir plenamente a profundidade do sono, para evitar que ele seja demasiado superficial ou muito pesado. Já não é mais possível ouvir as discussões dos profissionais de saúde. Por outro lado, os sonos muito profundos também são controlados. «Quando o paciente dorme muito, a pressão arterial pode baixar e a mortalidade em longo prazo, ou seja, um ano após a operação, pode ser afetada », avalia o Prof. Mignon.

«Na consulta, levo o tempo necessário para discutir corretamente com meus pacientes para deixá-los contar suas angústias, diz o Dr. Michel Lévy. Os menos expressivos não são necessariamente os menos preocupados! E digo para meus pacientes que com uma anestesia geral, eles não correm mais riscos que ao dirigir os seus carros em viagem de ida e volta entre Paris e Nice. Só que antes de sair de férias de carro , eles não se preocupam com o carro.» Será que isso será suficiente para tranquilizar os mais preocupados?

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