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Brasília

Documentário rouba a cena no penúltimo dia

Muito aplaudido, o filme "Plano B" vai atrás de "Brasília, Contradições de uma Cidade Nova", patrocinado por uma empresa de máquinas de escrever e, posteriormente, boicotado por ela. A única exibição que o filme teve em décadas foi no Cine Brasília, no Festival de 1967. Imediatamente após sua projeção, o rolo foi escondido para que os órgãos de censura não o confiscassem

Muito aplaudido, o filme "Plano B" vai atrás de "Brasília, Contradições de uma Cidade Nova", patrocinado por uma empresa de máquinas de escrever e, posteriormente, boicotado por ela. A única exibição que o filme teve em décadas foi no Cine Brasília, no Festival de 1967. Imediatamente após sua projeção, o rolo foi escondido para que os órgãos de censura não o confiscassem (Foto: Leonardo Attuch)
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Marcelo Brandão
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Um documentário feito para exaltar a nova capital do Brasil em plena ditadura militar mostrou também, nesse domingo (22) à noite, os problemas sociais que já se apresentavam à época e, por isso, foi proibido pela empresa patrocinadora. O filme, de 1967, e os problemas que ele retrata foram apresentados ao público no documentário Plano B, de Getsemane Silva, durante o Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. A produção foi a mais bem recebida pelo público do Cine Brasília nesse domingo (22) à noite.

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Muito aplaudido, o filme Plano B vai atrás de Brasília, Contradições de uma Cidade Nova, patrocinado por uma empresa de máquinas de escrever e, posteriormente, boicotado por ela. A única exibição que o filme teve em décadas foi no Cine Brasília, no Festival de 1967. Imediatamente após sua projeção, o rolo foi escondido para que os órgãos de censura não o confiscassem.

“Não era um filme patrocinado por editais ou pelo Estado. Foi patrocinado por uma empresa e essa mesma empresa proibiu o filme quando estava quase pronto, porque ele revelava os subúrbios escondidos de Brasília”, explica Silva. Segundo ele, a intenção de Plano B, além de expor mais um episódio da repressão dos anos 60 e 70 no Brasil, é mostrar como Brasília continua evoluindo no quesito desigualdade social. “Eu conto essa história para dizer que Brasília continua com os mesmos problemas. Hoje, apenas 8% da população do Distrito Federal moram no Plano Piloto. Ou seja, o mito modernista não existe por aqui”.

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Passando pelo Cine Brasília na noite de domingo, o casal Paulo e Eliana Gobbi resolveu conferir um pouco do festival e não se arrependeu. “O filme resgata a história da capital e tem esse contraponto, de buscar o filme antigo. Ele mostra que as coisas só pioraram e que a postura dos políticos não muda ao longo dos anos”, disse Gobbi, que se mostrou positivamente surpreso com o filme. Eliana também gostou das críticas incluídas na obra. “Gostei muito desse filme. Ele resgata uma memória crítica e mostra que muitas coisas não se modificaram. Muito bom”.

Presente em Plano B, a equipe do documentário de 1967 relembra histórias da produção. O ator Joel Barcellos foi diretor de produção de Brasília, Contradições de uma Cidade Nova e contou à Agência Brasil que os “anos de chumbo” não lhe deram trégua. “Era de machucar o peito as coisas que eles faziam. Em 1968 e 1969, tive filmes e peças censurados. O [diretor italiano] Bernardo Bertolucci escreveu uma história para mim, me levaram para a Itália e livraram a minha cara. E é por isso que estou aqui agora, cheio de emoção”.

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