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Brasília

“É hora de ir à luta contra a destruição das universidades federais”, afirma César Callegari

Integrante do Conselho Nacional de Educação por 12 anos, Callegari clama por uma reação mais incisiva contra o desmonte na educação. Hoje, 69 escolas federais contam com o mesmo volume de verbas que 51 delas contavam em 2004. A situação das universidades federais também é desesperadora

César Callegari, presidente do Instituto Brasileiro de Sociologia Aplicada e integrante do Conselho Nacional de Educação por 12 anos (Foto: Editora 247)
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Por Paulo Henrique Arantes, para o 247 - Deveria ser estrondosa a reação ao anúncio de que a Universidade Federal do Rio de Janeiro pode fechar as portas por falta de recursos, consubstanciando a destruição da educação iniciada sem disfarce logo nos primeiros dias do governo Bolsonaro. As ações de salvamento das ilhas de excelência do ensino superior no Brasil, por enquanto, limitam-se a notas de indignação.

“A comunidade universitária deve mobilizar formas mais criativas e impactantes para pressionar o governo por mais verbas. Não se pode deixar morrer por inanição. A hora é de ir à luta com tudo, mesmo quando achamos que já não temos forças”, concita César Callegari, presidente do Instituto Brasileiro de Sociologia Aplicada e integrante do Conselho Nacional de Educação por 12 anos.

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A UFRJ não está sozinha no drama. Hoje, 69 escolas federais contam com o mesmo volume de verbas que 51 delas contavam em 2004. O número de alunos dessas instituições, em 17 anos, subiu de 574 mil para 1,3 milhão, conforme publicou “O Globo”. A redução orçamentária das universidades federais em 2021 é de 18% - cerca de 1 bilhão de reais, segundo a Andifes (Associação Nacional  das Instituições Federais de Ensino Superior).

“O genocídio é a forma mais cruel de opressão da sociedade, mas não é a única. Ao sufocar a inteligência mediante cortes sistemáticos na educação , na cultura, na ciência e na tecnologia, o governo pretende comprometer a nossa soberania e alienar nosso futuro como país desenvolvido, democrático e socialmente justo”, diz Callegari, que foi secretário de Educação Básica durante a gestão Fernando Haddad no MEC.

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Callegari vai além. “Bolsonaro tira dinheiro das universidades para fazer repasses clandestinos para parlamentares de sua base fisiológica de sustentação”, aponta, referindo-se ao orçamento paralelo revelado por “O Estado de S. Paulo”, já batizado de “tratoraço”.

A situação das federais é desesperadora. A Universidade Federal de São Paulo informou que, caso não haja liberação imediata de recursos, não terá como manter suas atividades a partir de julho. A Universidade Federal da Bahia também admitiu a possibilidade de se ser obrigada a parar de funcionar. Na Universidade Federal de Minas Gerais, os cortes fizeram seu orçamento voltar ao patamar de 2009.

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Segundo nota divulgada no site da Pró-Reitoria de Administração e Finanças, os repasses mensais à Universidade Federal de Goiás não cobrem as despesas da escola. Já a Universidade de Brasília informou que a Lei Orçamentária Anual cortou em 100% o recursos para investimento e diminuiu em 4,6% os recursos para pagamento de despesas de custeio ou discricionárias.

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