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Brasília

Graça: "Pasadena foi bom negócio que virou ruim"

Em audiência de seis horas, presidente da Petrobras responde a todas as perguntas, apresenta novas informações e defende transparência na estatal em relação a compra da refinaria de Pasadena, em 2006, nos EUA; explicando as diferenças entre o mercado daquele período e o atual, Graça Foster sustentou que o negócio "foi bom mas se transformou em ruim"; ela disse que a empresa tem compradores, mas que a diretoria da estatal não quer vender o ativo até que todos os esclarecimentos tenham sido feitos; "Não concordo com o sr. quando fala em esquema Pasadena", devolveu ela a Agripino Maia (DEM); "Revelação sobre nosso ex-diretor cria muita tristeza entre nossos colegas", acentuou Graça, sobre Paulo Roberto Costa; papéis da Petrobras caíram 3,5% na Bolsa de Valores de São Paulo

Em audiência de seis horas, presidente da Petrobras responde a todas as perguntas, apresenta novas informações e defende transparência na estatal em relação a compra da refinaria de Pasadena, em 2006, nos EUA; explicando as diferenças entre o mercado daquele período e o atual, Graça Foster sustentou que o negócio "foi bom mas se transformou em ruim"; ela disse que a empresa tem compradores, mas que a diretoria da estatal não quer vender o ativo até que todos os esclarecimentos tenham sido feitos; "Não concordo com o sr. quando fala em esquema Pasadena", devolveu ela a Agripino Maia (DEM); "Revelação sobre nosso ex-diretor cria muita tristeza entre nossos colegas", acentuou Graça, sobre Paulo Roberto Costa; papéis da Petrobras caíram 3,5% na Bolsa de Valores de São Paulo (Foto: Roberta Namour)
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247 - A presidente Graça Foster, da Petrobras, fez uma profissão de fé pela transparência na apuração da compra, pela estatal, em 2006, da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Ela explicou que a diretoria da estatal está investigando as reuniões do comitê que liderou a compra da empresa americana, além de ter entregue todos os documentos exigidos pela Polícia Federal. Lembrando que o TCU analisa este processo há um ano e meio e existe a curiosidade dos senadores e da sociedade, Graça informou que há uma oferta pela compra da refinaria americana, "mas é uma decisão da diretoria não fazer esse desinvestimento" até que todo o negócio seja esclarecido.

A sessão teve mais de cinco horas de duração. Os governistas elogiaram as informações prestadas por Graça, o que não impediu as oposições de marcharem até o STF para tentarem convencer a ministra Rosa Webber a conceder mandado de segurança pela abertura de CPI exclusiva sobre a Petrobras no Senado (aqui).

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Aos senadores, Graça respondeu a todas as

"Naquele momento, Pasadena foi um bom negócio que, com o passar do tempo, se transformou em um mau negócio", disse a presidente da Petrobras, explicando aos senadores que mudanças no mercado internacional de petróleo afetam o valor de ativos em todo o mundo. "Quando a Petrobras comprou Pasadena por US$ 1,25 bilhão, outras refinarias foram vendidas no Canadá por US$ 1,6 bilhão e US$ 2,8 bilhão", comparou. "Hoje, olhando o negócio, não foi um bom negócio", reconheceu ela. "Não há negócio nesse setor que seja cem por cento seguro"

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"Não houve citação no resumo executivo nem qualquer menção á diretoria e o conselho, pela Diretoria Internacional, de que haviam cláusulas que obrigassem a Petrobras a comprar os outros cinquenta por cento do negócio. Era obrigação informar", disse ela.

"Uma empresa que tem 50 bilhões de reais no caixa hoje, uma reposição de reservas intensa, e com relação ao abismo ético, senador, eu também não concordo com  senhor, e digo, Graças a Deus. A Petrobras não pode ser medida por um comportamento que não é digno da forma de trabalho da Petrobras", referindo-se ao ex-diretor Paulo Roberto Costa, preso pela PF.

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Citando números, a executiva corrigiu informação veiculada pelo jornal O Estado de S. Paulo, segundo a qual a antiga sócia da Petrobras no negócio, a Astra, teria pago apenas US$ 42 milhões por metade da refinaria, enquanto a companhia brasileira teria desembolsado quase dez vezes mais. "A Astra pagou US$ 360 milhões pela metade da refinaria", afirmou Graça.

"Não concordo com o sr. quando diz que houve um 'esquema Pasadena'", rebateu Graça na direção do senador Agripino Maia, do DEM. "A revelação sobre nosso ex-diretor cria muita tristeza entre nossos colegas", disse presidente Graça Foster sobre acusação de corrupção contra Costa. "Eu tenho 40 anos de companhia, comecei como estagiária, conheço, portanto, muita gente na Petrobras, encontro nos elevadores, sou cobrada no cinema. "Nós queremos que tudo seja esclarecido", reafirmou a presidente da estatal, que começou seu depoimento às 10h50.

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"Eu não sabia que ele liderou a presidência desse comitê", justificou Graça em relação ao ex-diretor Lobo. "Estamos investigando e já temos registros de duas reuniões do comitê". Graça admitiu que perdas da estatal com a refinaria foram de US$ 530 milhões. Ela narrou casos de empresas globais do setor que também perderam em outras refinarias. "No mesmo período, duas refinarias no Canadá, de portes semelhantes, custaram US$ 1,6 bilhão e US$ 2,8 bilhões", disse. Às 14h20, as ações da Petrobras caiam 4%.

Confira abaixo matérias da Agência Brasil sobre o depoimento de Graça Foster e trecho de reportagem do portal Infomoney sobre as ações da Petrobras:

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Graça Foster: compra de Pasadena pela Petrobras "não foi bom negócio"

Karine Melo – A presidenta da Petrobras, Graça Foster, reconheceu nesta terça-feira (15) que a compra pela estatal brasileira da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), foi um bom projeto no início, mas que se transformou em um projeto de baixa possibilidade de retorno. "Hoje, olhando aqueles dados, não foi um bom negócio, não pode ser um bom negócio. Isso é inquestionável do ponto de vista contábil." Segundo ela, o prejuízo para a Petrobras com aquisição da refinaria foi US$ 530 milhões.

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A avaliação foi feita em audiência pública que acontece nas comissões de Assuntos Econômicos e na de Fiscalização e Controle do Senado, onde Graça foi convidada para falar sobre as denúncias de irregularidades na estatal, como a compra da refinaria. Para uma comissão lotada de jornalistas, parlamentares da base aliada ao governo e de oposição, Graça Foster esclareceu ainda que o custo total da transação US$ 1,25 bilhões.

A executiva admitiu que em fevereiro de 2006 houve falhas por parte da direção da área internacional da empresa, ao apresentar o projeto ao Conselho de Administração da estatal, que autorizou a compra de 50% da refinaria.

"Em nenhum momento no resumo executivo, na apresentação de PowerPoint feita pela direção da área internacional à época foram citadas duas condições muito importantes: não se falou da Cláusula de Put Option no resumo executivo, nem na apresentação de PowerPoint e também não se falou da Cláusula de Marlim", admitiu.

Para Graça Foster, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou a compra de 50% de uma refinaria e não houve, nesses dois documentos, nenhuma citação à intenção e à obrigatoriedade de compra dos 50% remanescentes. "Esse foi o trabalho feito. Um resumo executivo, sem citação dessas duas cláusulas contratuais completamente importantes. O valor autorizado pelo Conselho de Administração foi US$ 359.285.714,30. Essa foi tão somente a aprovação feita", ressaltou.

Responsabilizando a área internacional da empresa pela falha, Graça Foster afirmou que, quando uma apresentação de resumo executivo é feita ao Conselho de Administração, o documento deve conter todas as informações necessárias para a devida avaliação do que se pretende fazer. "Além disso, é obrigação de quem leva para a diretoria apontar os pontos fracos e frágeis da operação. Não há operação 100% segura. Não existe isso, imagino, em nenhuma atividade comercial e, certamente, não existe na indústria de petróleo e gás", destacou.

Desde que vieram à tona as denúncias de que houve superfaturamento na compra da refinaria pela estatal brasileira, esta é a primeira vez que uma autoridade do governo vem oficialmente ao Congresso falar sobre o assunto.

Graça Foster diz que Petrobras não vive crise econômica ou ética

Ivan Richard - A presidenta da Petrobras, Graça Foster, disse há pouco que a estatal não vive nem uma crise econômica nem ética. Em audiência conjunta no Senado para prestar esclarecimentos sobre denúncias de corrupção envolvendo a empresa, Foster frisou que a companhia não pode ser medida pelas ações de uma pessoa.

"Uma empresa que tem R$ 50 bilhões no caixa, hoje, uma empresa que tem uma reposição de reservas no ritmo que a Petrobras tem, não vive no abismo. Em relação ao abismo ético, não concordo, porque a Petrobras não é fruto de um grande homem nem de uma grande mulher. A Petrobras é uma empresa de 85 mil empregados e não podemos ser medidos por uma pessoa e pelas pessoas com as quais ela interagiu. Não vivemos em um abismo da ético, não senhor", disse Foster em resposta ao senador Alvaro Dias (PSDB-PR).

O tucano citou diversas denúncias de corrupção que, segundo ele, têm manchado ética e economicamente a imagem da estatal. "Aqui não estão os que desejam destruir a Petrobras, e sim os que desejam salvá-la. A história da Petrobras dos últimos anos é de loteamento de cargos, de propina, do desvio de dinheiro público", afirmou Dias.

Graça Foster admitiu que a prisão do ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa, em meio à Operação Lava Jato, da Polícia Federal, causou "grande constrangimento". Ela acrescentou que a Petrobras tem investido em ações de governança para diminuir os riscos eventuais casos de corrupção.

"Foi um grande constrangimento para a empresa a prisão do Paulo. Mas todos os contratos com potencial participação dele estão sendo apurados e é o trabalho que podemos fazer. É um processo de governança", explicou a presidenta.

Sobre Nestor Cerveró, Garça Foster informou que ele foi rebaixado na empresa depois de constatada falha no relatório que ele apresentou, em 2006, que embasou a compra da Refinaria de Pasadena, no Texas, Estados Unidos. "Nosso colega Cerveró saiu da diretoria de uma subsidiária para a direção muito mais modesta da BR Distribuidora. É muito mais restrito".

Foster diz que Astra pagou, no mínimo, US$ 360 milhões por Pasadena

O valor pago pela companhia belga Astra pela refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), foi, no mínimo, US$ 360 milhões, e não US$ 42,5 milhões, disse hoje (15) a presidente da Petrobras, Graça Foster, em audiência no Senado. O montante, segundo Foster, constará no relatório final da investigação que está sendo feita pela estatal brasileira sobre a compra da refinaria norte-americana.

"Já temos absoluta convicção de que não foram pagos US$ 42,5 milhões pela Astra [na compra da refinaria]. No mínimo foram US$ 360 milhões. Temos uma série de evidências contábeis nos balancetes, claramente registradas de que a Astra pagou à Crown muito mais do que US$ 42,5 milhões", disse Foster.

De acordo com a presidente da estatal brasileria, um ano antes da entrada da Petrobras como sócia na refinaria, houve um contrato de refino da Astra, que comprou da Crown, no valor de US$ 104 milhões. "É razoável que, dentro dessa operação comercial entre a Crown, que era a detentora da refinaria, e a Astra, que é uma trading, que ela tivesse também nesse contrato valores relativos aos ativos. Então, temos ali US$ 104 milhões firmes, demonstráveis, com contratos em balanço. Esses serviços custaram US$ 80 milhões", explicou Foster.

Segundo ela, houve outra operação, também constante em balancetes que estão sendo analisados por técnicos da Petrobras, de US$ 22 milhões investidos pela Asrea. "Além disso, houve um levantamento feito nos livros da refinaria, com investimentos realizados pela Astra, antes da nossa compra, de US$ 112 milhões. No mínimo, nós temos aí que a Astra pagou à Crown US$ 360 milhões por 100% da refinaria. Então, nós pagamos pela refinaria US$ 885 milhões, e a Astra pagou US$ 360 milhões, no mínimo. Fora isso, houve juros e honorários que pagamos por conta desse processo, que caminhou até o ano de 2012", acrescentou a presidente da Petrobras. Ao todo, segundo ela, a companhia brasileira desembolsou US$ 1,25 bilhão para comprar a refinaria de Pasadena.

Avaliação da Petrobras foi afetada pela queda do Brasil, diz Graça Foster

Karine Melo - A presidenta da Petrobras, Graça Foster, rebateu nesta terça-feira (15) as críticas feitas ao desempenho financeiro da estatal feitas por parlamentares durante audiência pública em sessão conjunta das comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e Fiscalização e Controle (CMA) do Senado.

"Nós não perdemos o grau de investimento. O Brasil desceu um degrau e a Petrobras desceu junto com o Brasil. Nós nos relacionamos com 15 bancos, que nos acompanham, que avaliam as nossas ações. Dos 15 bancos, cinco recomendam compra de ações da Petrobras e dez recomendam que mantenham as ações da Petrobras", garantiu.

A presidenta da Petrobras destacou a dificuldade da empresa com a produção de petróleo. "Nós tivemos sondas de perfuração contratadas no exterior e todas elas atrasaram de 12 a 18 meses. Nós tivemos atrasos nos barcos de apoio, tivemos alguns atrasos, ao longo dos últimos quatro anos, com unidades de produção. Tudo isso fez – e nós reconhecemos isso no ano de 2012 – uma defasagem da nossa produção, que agora está ajustada", ressaltou.
 

Blue chips "afundam", Ibovespa cai 3% e dólar sobe forte
Ações da Petrobras despencam, enquanto Vale cai 4% com pressão de China; dados ruins nos EUA também ajudaram a "azedar" sessão, enquanto proximidade do vencimento de opções contribui para movimento

Por Lara Rizério, do Infomoney

SÃO PAULO - O Ibovespa acentua ainda mais as perdas registradas durante a manhã, com grande destaque para as ações da Petrobras (PETR3, R$ 14,63, -4,75%; PETR4, R$ 15,22, -4,46%) e da Vale (VALE3, R$ 30,34, -5,16%; VALE5, R$ 27,79, -4,90%), com fortes quedas nesta sessão. Com somente três ações registrando ganhos e em um dia de fortes baixas para o índice, o índice registrava perdas de 3,14%, a 49.975 pontos, às 12h28 (horário de Brasília).

O movimento de baixa se intensificou com Wall Street, após dados decepcionantes da indústria norte-americana. Além disso, o mercado segue de olho na crise da Ucrânia: a Rússia declarou nesta data qeu a Ucrânia está à beira de uma guerra civil enquanto Kiev disse que lançou uma "operação antiterrorista" contra os separatistas pró-Moscou. Tropas e veículos blindados estão posicionados em uma cidade do leste.

Ações da Petrobras caem; Graça Foster fala ao Senado As ações da Petrobras, por sua vez, após uma manhã volátil, engataram um movimento de queda. Nesta manhã, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, é ouvida em audiência pública conjunta da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e CMA (Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle) do Senado sobre o escândalo envolvendo a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.

A presidente da estatal destacou que o resumo executivo sobre a compra da refinaria de Pasadena não continha a cláusula de put option nem a de Marlim, mas minimizou a importância da refinaria, destacando que é apenas um dos negócios da Petrobras.

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