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Brasília

MPF de Brasília abre investigação que pode levar à rescisão de leniência da J&F

O Ministério Público Federal em Brasília abriu na sexta-feira investigação para avaliar eventual descumprimento do acordo de leniência firmado com a holding J&F, segundo despacho obtido pela Reuters; a investigação tem prazo de um ano e corre sob sigilo; ela pode resultar em aditamento aos termos do acordo, com o grupo assumindo responsabilidade por crimes constatados, uma repactuação, a rescisão ou mesmo a manutenção do acordo

Empresário Joesley Batista depois de prestar depoimento em Brasília 7/9/2017 REUTERS/Adriano Machado (Foto: Gisele Federicce)
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Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília abriu na sexta-feira investigação para avaliar eventual descumprimento do acordo de leniência firmado com a holding J&F, segundo despacho obtido pela Reuters.

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A investigação tem prazo de um ano e corre sob sigilo. Ela pode resultar em aditamento aos termos do acordo, com o grupo assumindo responsabilidade por crimes constatados, uma repactuação, a rescisão ou mesmo a manutenção do acordo.

O procedimento foi instaurado, segundo o documento, em razão de fatos ocorridos na delação premiada de executivos do grupo.

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O documento cita o pedido de rescisão do acordo de colaboração premiada feito pela Procuradoria-Geral da República contra Joesley Batista e Ricardo Saud por suposta omissão de informação na delação, motivo que os levou a prisão cautelar.

Outro fato relatado é a suspeita de uso de informação privilegiada, que também culminou em decretos de prisão contra Joesley e seu irmão Wesley Batista. O despacho cita ainda novos áudios gravados por delatores do grupo, que foram tornados públicos também com suspeita de ocultação de informações.

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"Esses fatos, analisados ainda em juízo meramente delibatório, podem atrair consequências na leniência e que é objeto deste procedimento administrativo, ante a existência de cláusulas explícitas que versam sobre omissão e sonegação de informações ligadas a fatos sobre os quais a colaboradora se obriga a cooperar, bem como cláusula explícita que estabelece o princípio da boa-fé contratual", diz o despacho.

O acordo assinado no dia 31 de maio entre o MPF e o grupo prevê o pagamento, em 25 anos, e multa recorde de 10,3 bilhões de reais por atos praticados por controladas da J&F. Depois, foi homologado pela Câmara de combate à Corrupção do órgão e ratificado pela Justiça Federal no Distrito Federal.

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Contudo, em 11 de setembro a Justiça decidiu suspender parte dos efeitos da leniência da J&F até uma decisão final do STF sobre a validade do acordo de delação premiada dos executivos do grupo. A decisão atingia repercussões penais que podiam envolver pessoas ligadas ao grupo, mas os efeitos civis da leniência contiuavam válidos.

O novo despacho do MPF destaca que, por ora, não há qualquer suspensão da leniência e que até uma manifestação final o grupo e as empresas controladas que tenham aderido ao acordo seguem "gozando todos seus efeitos legais e contratuais" até que haja uma decisão fundamentada sobre o caso.

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PROVIDÊNCIAS

Para instruir a investigação, a Procuradoria da República no DF determinou o pedido de informações para PGR, a Procuradoria da República em São Paulo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

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O MPF determinou encaminhar ofícios para Controladoria-Geral e o Tribunal de Contas da União, CVM, Previc, BNDES, Caixa Econômica Federal, Petros e Funcef, para que manifestem interesse em participar da discussão com a J&F de eventual aditamento do acordo firmado.

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