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Brasília

Quando a elite pedirá o afastamento de Cunha?

Acossado pela Lava Jato e investigado na Suíça, o presidente da Câmara dos Deputados decidiu hoje se vingar do País; obstruiu uma sessão do Congresso que avaliaria os vetos da presidente Dilma Rousseff sobre a chamada pauta-bomba, que equivale a duas CPMFs, com o apoio de líderes da oposição como Mendonça Filho (DEM) e Carlos Sampaio (PSDB); senador Aécio Neves também é tido como aliado; alvo de tantas acusações, Eduardo Cunha fatalmente terá seu caso aceito pelo STF; será que neste momento ele perderá o apoio da oposição golpista e dos meios de comunicação que ainda estão do seu lado?

Acossado pela Lava Jato e investigado na Suíça, o presidente da Câmara dos Deputados decidiu hoje se vingar do País; obstruiu uma sessão do Congresso que avaliaria os vetos da presidente Dilma Rousseff sobre a chamada pauta-bomba, que equivale a duas CPMFs, com o apoio de líderes da oposição como Mendonça Filho (DEM) e Carlos Sampaio (PSDB); senador Aécio Neves também é tido como aliado; alvo de tantas acusações, Eduardo Cunha fatalmente terá seu caso aceito pelo STF; será que neste momento ele perderá o apoio da oposição golpista e dos meios de comunicação que ainda estão do seu lado? (Foto: Gisele Federicce)
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247 – Apesar de acusado de se beneficiar em esquemas de corrupção e recebimento de lucros indevidos, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), continua firme no cargo e, ainda mais surpreendente, com o apoio de setores da mídia e da oposição em suas ações contra o governo – seja em defesa do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, seja contra medidas que procuram regularizar a situação fiscal do País. A pergunta que fica é: até quando este apoio será mantido?

É quase certo que o peemedebista se tornará réu no Supremo Tribunal Federal, que deverá aceitar a denúncia contra ele feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, por suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato. De acordo com Janot, Cunha recebeu ao menos US$ 5 milhões em propina no esquema de corrupção da Petrobras.

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Além do STF, outra investigação contra Cunha corre na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), órgão vinculado ao ministério da Fazenda, por suposto lucro indevido de R$ 900 mil em fundo de pensão. Questionado sobre o tema nessa semana, o parlamentar não quis comentar, alegando se tratar de "coisa muito antiga", que nem se lembrava mais.

Nesta quarta-feira 30, para somar-se ao currículo de Cunha, veio à tona a notícia de que a Suíça também investiga o deputado pelos crimes de corrupção e lavagem. As suspeitas – confirmadas na última sexta-feira pelo depoimento de João Augusto Rezende Henriques, delator na Lava Jato – são de que o presidente da Câmara recebeu propina em troca de informação privilegiada concedida para a venda de um campo de petróleo no Benin, na África, para a Petrobras.

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Mesmo estando no alvo, Cunha decidiu hoje se vingar do País. Com uma manobra, obstruiu uma sessão que analisaria vetos presidenciais contra propostas que prejudicam o ajuste fiscal. A manutenção dos vetos daria fôlego ao governo e tranquilizaria o mercado e os agentes econômicos, na avaliação do Planalto. Afinal, apenas o veto do reajuste dos servidores do Judiciário evitaria gastos na ordem de R$ 37 bilhões até 2019. Enquanto se aprovado, o reajuste praticamente anularia os cortes que o Executivo vem anunciando.

Cunha impôs uma condição para atender a vontade do governo: colocar na pauta um veto específico, formalizado ontem por Dilma, que proibiu o financiamento empresarial de campanhas. Com o gesto, foi chamado de "chantagista" por alguns parlamentares. Mas recebeu o apoio da oposição, que exigiu do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um calendário para acelerar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 113/15, que trata de financiamento de empresas para partidos e campanhas políticas. A proposta já foi aprovada pelos deputados e está parada no Senado.

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"Queremos a fixação de um calendário de votação da PEC e, depois desse calendário definido, podemos pactuar também a agenda de votação da sessão do Congresso. A gente tem de fazer com que as duas partes possam recuar. O impasse não interessa. Precisamos avançar na apreciação dos vetos e definir a questão do financiamento de campanha", disse o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE).

"É imprescindível que o presidente do Senado ponha em votação a PEC que está literalmente engavetada no Senado para que possamos definir se vai haver financiamento privado no país", disse outro líder, o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). Renan disse, no entanto, que para atender os deputados é preciso um acordo de procedimentos com os senadores para que haja a quebra dos interstícios previstos pelo regimento interno da Casa. Ele marcou então uma nova sessão conjunta para análise dos vetos na próxima terça-feira.

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Primeiros a defender o afastamento da presidente Dilma do poder, mesmo não havendo provas de que tenha cometido algum crime, os líderes da oposição têm comportamento contrário quando se trata de Eduardo Cunha. Prestes a se tornar réu na corte Suprema do País e já investigado na Suíça e pela CVM por ter se beneficiado por meio de corrupção, o peemedebista é apoiado pela oposição golpista e moralista. Onde foi parar a indignação desses políticos e da imprensa quando se trata do presidente da Câmara?

Abaixo matéria da Agência Brasil sobre o pedido de investigação contra Cunha pelo MP da Suiça:

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O Ministério Público da Suíça encontrou contas bancárias em nome do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e de parentes dele naquele país. A informação foi confirmada hoje (30) pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Com a identificação das contas, o Ministério Público da Suíça remeteu para a PGR a investigação aberta contra Cunha, que passará a ser investigado no Brasil por suspeita dos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção e suposto recebimento de propina no âmbito da Operação Lava Jato. "As informações do MP da Suíça relatam contas bancárias em nome de Cunha e familiares. As investigações lá iniciaram-se em abril deste ano, e houve bloqueio de valores", informa a procuradoria.

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A quantia bloqueada não foi divulgada. De acordo com a procuradoria, a transferência da investigação para o Brasil, por meio de acordo de cooperação, vai permitir a efetividade das apurações, sendo que Cunha, como brasileiro, não pode ser extraditado para outro país.

Mais cedo, após tomar conhecimento da transferência da investigação para o Brasil, Eduardo Cunha disse que não comentaria o caso. O advogado Antonio Fernando Souza, que representa o parlamentar, foi procurado pela reportagem, mas não atendeu as ligações.

Na denúncia apresentada ao Supremo no mês passado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma que Cunha recebeu US$ 5 milhões para viabilizar a contratação, em 2006 e 2007, de dois navios-sonda pela Petrobras com o estaleiro Samsung Heavy Industries. O negócio foi formalizado sem licitação e ocorreu por intermediação do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que está preso há nove meses em Curitiba. Após a análise das acusações pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Lava Jato no STF, caberá ao plenário do tribunal decidir se abre ação penal contra o presidente da Câmara.

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