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Nordeste

A diretora que descobriu o motivo de alunas faltarem todo mês: a pobreza menstrual

Edicleia Pereira explica que a pobreza menstrual vai além. Também costuma estar ligada a um contexto social de falta de acesso a diversos recursos básicos

(Foto: Pixabay)
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247 - Ao se tornar diretora de uma das escolas com maior evasão escolar da cidade baiana de Camaçari em 2010, Edicleia Pereira Dias se juntou a outros colegas da educação para descobrir o porquê daquela situação. A primeira hipótese era o trabalho infantil, mas havia algo mais, e a resposta veio apenas dois anos depois. A reportagem é do jornal Estado de S.Paulo.

 O motivo foi percebido durante a análise de um gráfico gerado após a equipe começar a incluir as ausências em planilhas. O programa de computador mostrava um padrão comum às meninas: elas faltavam mensalmente e por dias consecutivos. A secretária que atendia a beneficiários de programas sociais chutou a resposta, que se mostraria verdadeira: o período menstrual.

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A “pobreza menstrual” era um tema de pouca repercussão na época, e tampouco era tratado em tantos projetos de lei como hoje, a exemplo do vetado nesta semana pelo presidente Jair Bolsonaro (de distribuição de absorventes para pessoas de baixa renda). E também era menos ainda associada ao cotidiano de meninas.

A diretora da escola até conhecia o termo, mas o havia estudado em um curso de especialização em que estava relacionado às dificuldades enfrentadas por mulheres apenadas. Não imaginava até então que atingisse às alunas da instituição de ensino fundamental que dirigia, na periferia da cidade, a Escola Municipal Cosme de Farias.

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Hoje com 42 anos, Edicleia e funcionários de diferentes ocupações passaram então a comprar absorventes para as meninas. Os produtos eram embalados com fitas e entregues discretamente, como presentes, junto a outros itens de higiene e cosméticos, para não constranger ou expor as alunas. “Nunca falamos que era algo para ajudar.”

Como Edicleia explica, a pobreza menstrual vai além. Também costuma estar ligada a um contexto social de falta de acesso a diversos recursos básicos. "Por trás, está uma menina que não se alimenta direito, que não tem acesso a serviços de saúde, que não tem saneamento básico em casa. E junto está uma família que vive na mesma condição.”

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