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Nordeste

Sem ajuda do governo, óleo é contido por voluntários, ambientalistas e pescadores no Nordeste

VÍDEO: voluntários e ambientalistas resolveram não aguardar pelas ações do governo Bolsonaro, que ignorou o Plano Nacional de Contenção (PNC) e o substituiu pelo descaso, aumentando ainda mais a dificuldade para descobrir origem do vazamento e conter a poluição

(Foto: Reprodução)
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Por Raíssa Ebrahim, da Marco Zero Conteúdo - Se tem praia ficando limpa e toneladas de óleo sendo rapidamente retiradas do litoral do Nordeste, é graças, sobretudo, ao trabalho incansável de voluntários, ativistas ambientais e pescadores. Gente que resolveu não aguardar pelas ações do Governo Federal, que ignorou o Plano Nacional de Contenção (PNC) e o substituiu pelo descaso, aumentando ainda mais a dificuldade para descobrir origem do vazamento e conter a poluição.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) vem afirmando que o plano está sendo cumprido. O que não é verdade. A Folha de São Paulo publicou uma matéria mostrando que o governo, omisso nas políticas ambientais, extinguiu, no primeiro semestre, os comitês do PNC.

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Governo de Pernambuco, Ibama e Marinha, por sua vez, não têm capacidade nem material suficiente para enfrentar o maior desastre ambiental da região. Tanto é que o trabalho de contenção, puxado pelo executivo estadual esta semana, não foi suficiente e o óleo que voltou a atingir o litoral de Alagoas chegou agora às praias de Ipojuca, entre ontem e hoje (19), afetando um dos principais destinos turísticos do Brasil, as praias de Porto de Galinhas e Maracaípe, incluindo suas áreas de manguezal e corais

Já as prefeituras, por mais que se mobilizem, não têm contingente suficiente e a mobilização por parte das gestões termina sendo também política.

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Coletivos ambientais se articularam para levar voluntários a Ipojuca esta manhã para ajudarem no mutirão de limpeza. Ônibus, logística, recursos, tudo por conta do grupo, de empresários locais e da agência de turismo Luck Viagens. “A Prefeitura de Ipojuca, depois de a gente muito reclamar, começou a agir”, lamenta Daniel Galvão, engenheiro de pesca, professor, doutorando em oceanografia física e um dos fundadores do movimento Salve Maracaípe. Ele esteve em Brasília esta semana na audiência pública que aconteceu no Senado para cobrar providências.

“O governo, quando chega, vem a reboque”, reforça Yara Schaeffer Novelli, doutora e professora sênior da Universidade de São Paulo (USP). Ela foi a primeira perita judicial da primeira ação civil pública movida no Brasil por dano ambiental, em 1983, num rompimento de oleoduto da Petrobras na Baixada Santista. Confira aqui a entrevista que a Marco Zero Conteúdo fez com ela.

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O Salve Maracaípe, com 10 anos de atuação e que não costuma pedir recursos, terminou lançando uma campanha de financiamento coletivo para ajudar não só no combate ao óleo no curto prazo, mas também em ações futuras de recuperação, educação e monitoramento ambiental.

Quando o óleo chegou à Praia de Carneiros, em Tamandaré, no final desta semana, foi o padre da igrejinha junto com proprietários de pousadas e restaurantes que se organizaram para reforçar o mutirão. A Marinha, segundo populares, só chegou às 16h de ontem. O restaurante Bora Bora fechou as portas e os funcionários também foram colaborar. “Foi impressionante a velocidade de atuação”, conta o publicitário Fellipe Figueiroa, que estava passeando em Carneiros. Por mais que haja servidores públicos identificados, a maior parte das pessoas que ajudam são voluntários.

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O gestor ambiental e especialista em auditoria e perícia ambiental, Lipe Meireles, é uma das pessoas que estão articulando os trabalhos em Ipojuca. Ele acionou amigos que trabalham em indústrias e conseguiu 50 tonéis e um caminhão. Ele faz parte do coletivo ambiental Meu Mundo Mais Verde. Também estão juntos na empreitada os coletivos Xô Plástico, Porto 2039, Green Girls, Eco Associados e Arvorecer.

“Conseguimos reunir grandes técnicos e coletivos que se complementam, alguns têm expertise em mar e outros, em terra. A sincronia é muito grande, em todas as praias que estamos atuando, o óleo está sendo contido. A parte mais difícil agora tem sido o Cupe, por conta da maré cheia”, relata Lipe.

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“Mobilizamos Suape, Petrobras, usamos o município como apoio e conseguimos barreiras de contenção”, detalha. O grupo junto com pescadores também colocou jangadas para verificar manchas que tinham passado para a área dos cavalos marinhos, no Pontal de Maracaípe. Felizmente, conseguiram conter.

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