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Sudeste

Artes do PSoL transformam CPI dos Ônibus em circo

Partido que lidera protestos contra composição da CPI dos Ônibus faz de tudo; da claque legítima nas galerias, como em jogo de futebol, à inspiração para arremessos de sapatênis, cusparadas, xingamentos, cadeiradas, pernadas, chutes, acampamento, ocupação da Câmara dos Vereadores e fechamento da Avenida Rio Branco; é que se tem dos últimos 15 dias; tiro ainda não saiu; ontem, quando o secretário municipal de Transportes estava escalado para falar – e civilizadamente qualquer tipo de pergunta poderia ser feita --, show de ridicularias interditou o debate; partido pede intervenção do Poder Judiciário sobre o Legislativo e tem sucesso; palmas!

Partido que lidera protestos contra composição da CPI dos Ônibus faz de tudo; da claque legítima nas galerias, como em jogo de futebol, à inspiração para arremessos de sapatênis, cusparadas, xingamentos, cadeiradas, pernadas, chutes, acampamento, ocupação da Câmara dos Vereadores e fechamento da Avenida Rio Branco; é que se tem dos últimos 15 dias; tiro ainda não saiu; ontem, quando o secretário municipal de Transportes estava escalado para falar – e civilizadamente qualquer tipo de pergunta poderia ser feita --, show de ridicularias interditou o debate; partido pede intervenção do Poder Judiciário sobre o Legislativo e tem sucesso; palmas! (Foto: Ana Pupulin)
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Marco Damiani _247 – O circo está pegando fogo – e as palmas devem ser dedicadas à inspiração do PSoL.

Partido líder dos protestos contra a composição da CPI dos Ônibus na Câmara Municipal, é, sem dúvida, a fonte maior de formulação para o incrível rol de acontecimentos que, digamos, aceleraram perigosamente o coração do Rio de Janeiro nos últimos quinze dias.

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Agora há uma pausa. A pedido do vereador Eliomar Coelho, do PSoL, e outros sete, a Justiça do Rio de Janeiro determinou a suspensão dos trabalhos da CPI dos Ônibus por 48 horas, numa flagrante intervenção sobre o Poder Legislativo e sua autonomia. A alegação para obter a decisão é a de que as regras de proporcionalidade não foram cumpridas e, em lugar de uma cadeira, o pequeno bloco de oposição tem direito a duas das cinco existentes. As contas serão refeitas, mas, no futuro, graças a este tipo de precedente, talvez se possa pedir, diante de uma derrota política, o fechamento da própria Câmara. Que tal?

VITÓRIA POLÍTICA - A ideiia não é desprovida de sentido para o PSoL. O partido simplesmente não percebeu que obteve uma vitória política gigantesca com a instalação da CPI dos Ônibus. Proposta por Coelho, que espertamente aproveitou-se de um cochilo da esmagadora maioria governista na Casa, a iniciativa emplacou. Um gol. E o que a maioria dos vereadores não queria discutir, terá de ser discutido. Os que tomaram a bola entre as pernas fizeram provocação, nomeando exatamente os vereadores que nem assinaram o requerimento da CPI. Ainda assim, o fato é que a comissão instalada e logo em sua abertura chamou o secretário municipal de Transportes para falar. E no plenário. Se é um teatro, pelo menos os atores são reais, com cargos reais e responsabilidades reais.

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Com 28 anos de atuação na Câmara, o edil do PSoL, porém, não se conformou em apenas ter seu requerimento aprovado e, automaticamente, se tornado um dos integrantes da CPI. Exigiu ser seu presidente, quebrando uma tradição de 14 CPIs anteriores, em que jamais o requerente tornou-se presidente. Mais que isso, sem votos suficientes para se eleger presidente da CPI, como seria mesmo que Coelho conseguiria chegar lá? Não apenas pelo tapetão da Justiça, mas pela violência, desrespeito e balbúrdia – essa é a história que está sendo escrita pelo PSoL em torno da CPI dos Ônibus.

Nos últimos 15 dias, o que se vê dentro e no entorno da Câmara Municipal é um espetáculo que poucas cidades do mundo poderiam abrigar com a passividade e, claro, o bom humor com que o Rio de Janeiro, o carioca e o fluminense o recebem. Mas não deixa de ser perigoso.

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TENSÃO PERMANENTE - Com o fechamento da Avenida Rio Branco por sete horas, na semana passada, os protestos de poucos chegaram a um apogeu que, como acontece apenas nos grandes espetáculos, se mantém em outras cenas. Ontem, por exemplo. Um dia depois de, sob ordens da Justiça e acompanhamento policial, os nove ocupantes da Câmara e os menos de 30 campistas em suas escadarias levantarem posições, a coisa recrudesceu.

Ocupando, legitimamente, uma das galerias da Casa, para acompanhar a CPI que seria aberta às 10h00, manifestantes chegaram a ficar de costas para a instalação feita pelo vereador Chiquinho Brazão, do PMDB, em atitude de protesto. Perfeito.

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Na outra galeria, os partidários de Brazão rebatiam com seus gritos a favor. Tudo democrático. Um sapatênis foi arremessado sobre o plenário, o que, vá lá, se pode até achar engraçado. Na prática, criou-se um ambiente em nada adequado para o primeiro depoimento. O do secretário Osório.

De sua cadeira única na CPI que requereu e conseguiu instalar, o vereador Coelho poderia fazer todas as perguntas que quisesse. Ouvir o secretário por horas, apresentar suas dúvidas e certezas, números e informações. O mesmo ainda pode acontecer com todos os demais personagens a serem convocados. Falarão, espera-se, usuários e empresários do sistema, trabalhadores e grupos interessados. Mesmo com apenas um representante, o PSoL ainda pode fazer muito dentro da CPI, no sentido de torná-la, apesar da má vontade governista, um foro sério de investigação sobre o que roda em torno dos ônibus da cidade.

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LONA COLORIDA - Mas não parece que vai ser assim. Logo no primeiro dia, o tipo de ação política do PSoL inspirou xingamentos a granel, chutes em jornalistas, correria com seguranças, conflito com a polícia e onze detenções. Ao armar uma lona colorida sobre a Câmara e sua paisagem histórica, os manifestantes também parecem projetar atear fogo nela – como aconteceu, semanas atrás, nas escadarias da Assembleia Legislativa.

Até a suspensão dos trabalhos da CPI, o que se tem de fato são episódios de confronto e coação, mas nada garante que algo mais grave não possa ocorrer. Por que, a julgar pelo rumo da exibição, não há hora para os manifestantes entenderem que, se jogarem dentro das regras clássicas da democracia, isso será, sem dúvida, muito mais efetivo para uma CPI dos Ônibus séria – não esse circo.

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