Cabral acusa Bretas de usá-lo para projeção pessoal e juiz o transfere para presídio federal
Ao ser indagado sobre a compra de joias para lavar dinheiro de origem ilícita, o ex-governador Sérgio Cabral citou em depoimento negócios de familiares do magistrado para tentar explicar por que isso não seria possível, o que foi entendido como uma ameaça; "Não se lava dinheiro comprando joias. Vossa excelência tem um relativo conhecimento sobre o assunto, porque sua família mexe com bijuterias", disse Cabral; Bretas retrucou: "Não recebi com bons olhos o interesse manifestado do acusado de informar que minha família trabalha com bijuteria. Esse é o tipo de coisa que pode ser entendida como ameaça", afirmou; Cabral foi transferido para um presídio federal; assista ao trecho
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Rio 247 - Um bate-boca entre o ex-governador Sérgio Cabral, que está preso na Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, Zona Norte do Rio de Janeiro, e o juiz federal Marcelo Bretas pesou na transferência de Cabral para um presídio federal.
Durante audiência realizada nesta segunda-feira 23, ao ser indagado sobre a compra de joias para lavar dinheiro de origem ilícita, Cabral citou negócios de familiares do magistrado como exemplo. A citação levou a uma discussão, uma vez que o magistrado entendeu a citação como uma ameaça velada à sua família.
"Não se lava dinheiro comprando joias. Vossa excelência tem um relativo conhecimento sobre o assunto, porque sua família mexe com bijuterias. Se eu não me engano, é a maior empresa de bijuterias do estado", disse Cabral. Pouco depois, Cabral também disse se sentir "injustiçado". "É meu direito dizer que sou injustiçado. O senhor está encontrando em mim uma possibilidade de gerar uma projeção pessoal e me fazendo um calvário", afirmou o ex-governador.
Bretas retrucou em seguida. "Não recebi com bons olhos o interesse manifestado do acusado de informar que minha família trabalha com bijuteria. Esse é o tipo de coisa que pode ser entendida como ameaça", disse. Cabral negou que tivesse ameaçado Bretas. "Ameaça? Eu estou preso", observou.
As informações sobre os negócios da família de Bretas foram reveladas pela imprensa no início de setembro.
"É no mínimo suspeito e inusitado o acusado, que não só responde a este processo como outros, venha aqui trazer em juízo informações sobre a rotina da família do magistrado. Além de causar espécie, como bem observou o MPF, de que apesar de toda a rigidez ele tenha se privilegiado de informações que talvez ele não devesse", justificou Bretas na decisão que resultou na transferência de Cabral para um presídio federal.
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