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Sudeste

Cariocas fazem 'esfihaço' em defesa de sírio vítima de xenofobia no Rio

Chamado de 'esfihaço', um ato solidário reuniu centenas de cariocas em apoio ao refugiado sírio Mohammed Ali, vítima de xenofobia recentemente no Rio de Janeiro; o imigrante, que vende salgados árabes numa calçada em Copacabana, foi agredido verbalmente por um vendedor ambulante, que exigia que ele saísse do Brasil; a fila para comprar esfihas e quibes era formada por um número de 20 a 30 pessoas; Mohamed ficou o tempo todo ocupado, ora atendendo os pedidos, ora no caixa; ele só parava por poucos segundos para atender a pedidos de fotos dos clientes

Chamado de 'esfihaço', um ato solidário reuniu centenas de cariocas em apoio ao refugiado sírio Mohammed Ali, vítima de xenofobia recentemente no Rio de Janeiro; o imigrante, que vende salgados árabes numa calçada em Copacabana, foi agredido verbalmente por um vendedor ambulante, que exigia que ele saísse do Brasil; a fila para comprar esfihas e quibes era formada por um número de 20 a 30 pessoas; Mohamed ficou o tempo todo ocupado, ora atendendo os pedidos, ora no caixa; ele só parava por poucos segundos para atender a pedidos de fotos dos clientes (Foto: Romulo Faro)
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Vitor Abdala - repórter da Agência Brasil

Centenas de pessoas demonstraram hoje (12) seu apoio ao refugiado sírio Mohammed Ali, vítima de xenofobia recentemente no Rio de Janeiro. O imigrante, que vende salgados árabes numa calçada em Copacabana, na zona sul da cidade, foi agredido verbalmente por um vendedor ambulante, que exigia que ele saísse do país.

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A agressão foi filmada e as imagens divulgadas nas redes sociais e na imprensa. No vídeo, é possível ver um homem com um pedaço de pau ameaçando Mohamed, gritando ofensas xenófobas. Em determinado momento, o agressor o chama de "homem-bomba".

Neste sábado, num ato de solidariedade e apoio a Mohamed, várias pessoas se reuniram para comprar os produtos vendidos por ele. Logo uma imensa fila se fez em frente da barraca de Mohamed, que teve que contar com a ajuda de quatro compatriotas, para poder atender a tanta gente.

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A Agência Brasil permaneceu no local, na Rua Santa Clara, por cerca de uma hora. Durante todo esse tempo, a fila para comprar esfirras e quibes era formada por um número de 20 a 30 pessoas. Mohamed ficou o tempo todo ocupado, ora atendendo os pedidos, ora no caixa. Ele só parava por poucos segundos para atender a pedidos de fotos dos clientes.

Mohamed sequer conseguiu tempo para conversar com a Agência Brasil. Disse apenas que estava feliz com todas aquelas pessoas. "Veja quanta gente", disse, enquanto já se preparava para atender a outro cliente.

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Um dos clientes, o policial militar Roberto de Souza saiu de sua casa em Bangu, na zona oeste da cidade, até Copacabana, só para prestigiar o imigrante sírio. "Eu assisti o vídeo com a situação constrangedora que o Mohamed passou e vim prestar meu apoio", disse o policial, que voltou para casa com uma bolsa abarrotada de esfirras e quibes.

Guilherme Benedictis, um dos idealizadores da mobilização em defesa de Mohamed, promove feiras de comida de rua, os chamados "food trucks". "Eu conheci Mohamed há uma semana, depois que vi o vídeo. Me apaixonei por ele e sua família. São pessoas ótimas. Tivemos a ideia de fazer esse 'esfirraço' e eu fiquei sabendo que o sonho dele era ter um food truck", disse.

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Segundo Benedictis, já foi iniciada uma campanha de arrecadação de fundos para que Mohamed tenha seu próprio food truck e possa participar dos eventos promovidos por ele. "A meta é chegar a R$ 20 mil e já conseguimos 20% disso, desde o dia 9. Acho que em menos de um mês, conseguiremos juntar todo o dinheiro", ressaltou.

Guilherme Curi, pesquisador em imigração sírio-libanesa da Universidade Federal do Rio de Janeiro, explica que parte da população brasileira é descendente de sírios e libaneses, mas desde o ataque às torres gêmeas em 11 de setembro de 2001, os árabes têm sido vistos como "terroristas".

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"Os árabes sempre conseguiram se socializar e pertencer à sociedade brasileira. A sociedade brasileira é mais árabe do que se imagina. A partir do 11 de setembro, ele passa de um ser exótico a ser visto como um terrorista potencial", disse.

Segundo ele, em momentos de crise econômica e incertezas, é comum o estrangeiro ser visto como um inimigo. "Esse discurso de estereotipar o estrangeiro é um discurso produzido e reproduzido por um discurso que só leva à violência e à não-integração".

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