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Sudeste

Depoimentos de funcionários de Carlos Bolsonaro foram combinados, diz MP do Rio

Investigações do Ministério Público do Rio apontaram indícios de que ex-funcionários de Carlos Bolsonaro compareceram ao gabinete dele na Câmara Municipal da capital fluminense antes de prestarem depoimentos a promotores no âmbito das investigações sobre rachadinha. Declarações ao MP teriam sido combinadas, de acordo com o MP

Vereador Carlos Bolsonaro (Foto: Carlos Bolsonaro)
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247 - O Ministério Público do Rio (MP-RJ) apontou indícios de que declarações prestadas por ex-funcionários do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) foram "previamente combinadas" no gabinete dele na véspera dos depoimentos, no fim de 2019, no âmbito de uma investigação sobre a prática de "rachadinha" na Câmara Municipal do Rio. Antes de prestarem depoimentos, funcionários foram ao gabinete do parlamentar. A informação foi publicada pelo jornal O Globo

Ex-funcionário do vereador, Rafael Carvalho Góes, irmão de Rodrigo Góes e filho de Edir e de Neula Carvalho Góes, negava ter trabalhado para o gabinete de Carlos Bolsonaro, mas constava como funcionário entre janeiro de 2001 e junho de 2008. Ao MP, Rafael disse que cursava faculdade de Nutrição quando foi nomeado e que, embora não fosse ao gabinete, fazia “trabalho externo” na Zona Oeste do Rio.

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De acordo com o MP, o depoimento da família Góes foi prestado no dia 5 de novembro de 2019, uma semana depois da data originalmente prevista, 31 de outubro, porque a defesa da família pediu adiamento da oitiva, alegando precisar de mais tempo para analisar os autos da investigação. No mesmo dia 30, Edir, Neula, Rodrigo e Rafael foram ao gabinete de Carlos na Câmara Municipal, onde permaneceram por cerca de três horas.

O MP disse que "não haveria necessidade de comparecimento pessoal de quatro integrantes da família Góes à Câmara Municipal, nem de sua permanência no local por mais de três horas, apenas para receber a orientação de comparecimento ao MPRJ".

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Além da família Góes, outros dois ex-funcionários investigados pelo suposto esquema de "rachadinha", Guilherme dos Santos Hudson e Guilherme de Siqueira Hudson, foram ao gabinete de Carlos na mesma data, dia 30, antes de ambos prestarem seus depoimentos ao MP. Para investigadores, a ida deles à Câmara Municipal sugeriu que "o teor de seu depoimento tenha sido coordenado no gabinete" de Carlos.

Mais indícios de irregularidades

Outras duas ex-funcionárias de Carlos Bolsonaro que tinham parentesco com a família Góes são investigadas por atividades que apontaram para a prática de rachadinha. Leila Carvalho Lino, cunhada de Edir, afirmou em depoimento ao MP que seu trabalho consistia na distribuição de panfletos, apesar de ter dito em 2019, segundo a revista "Veja", que não ia com frequência à Câmara.

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A ex-funcionária Nadir Barbosa Góes, moradora de Magé, na Baixada Fluminense, e irmã de Edir, faria parte de um "núcleo externo" do gabinete do parlamentar em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Ela morava a quase 100 quilômetros de distância. 

Nadir ficou cerca de dez anos no cargo, até completar 70 anos, e pegaria semanalmente ônibus, van e trem, de acordo com o depoimento de Neula Carvalho Góes. A idosa teria como função a distribuição de panfletos, em um trajeto que podia chegar a três horas de duração. 

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Segundo o MP, "claramente, não parece verossímil que uma senhora sexagenária fizesse semanalmente um percurso superior a três horas até Santa Cruz, para pernoitar durante uma semana em um colchonete, a fim de acompanhar seu irmão, cunhada e seus sobrinhos na distribuição de panfletos".

Funcionária recebeu Bolsa Família

Os investigadores também apontaram que Nadir, nomeada no gabinete entre junho de 2008 e janeiro de 2019, constou como beneficiária do programa Bolsa Família por três meses no fim de 2018. No período, ela tinha salário médio de R$ 8 mil, corrigido pelo IPCA.

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Segundo relatório do Coaf, entre maio de 2015 e abril de 2019, uma conta bancária de Nadir recebeu depósitos que somaram R$ 32,5 mil e mais da metade (cerca de R$ 18 mil) foram realizados em caixas eletrônicos do Rio, de Magé e de Curitiba (PR). Depois quase todo o valor foi sacado em espécie. O MP disse que as informações sugerem que Nadir, além de funcionária fantasma, seria utilizada como "laranja".

Quebra de sigilos de Carlos

A 1ª Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) autorizou a quebra de sigilos bancário e fiscal de Carlos Bolsonaro no dia 24 de maio, também no contexto das investigações sobre a rachadinha. 

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Outras 26 pessoas e sete empresas suspeitas tiveram os sigilos quebrados.

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