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Sudeste

‘Enquanto governo faz intervenção no Rio, 1,2 mil desabrigados estão sem ajuda federal’

Formado em Pedagogia pela USP-Ribeirão Preto e doutor pela UFSCar, Leonardo Freitas Sacramento fez algumas reflexões sobre a intervenção no Rio; "A cidade do Rio de Janeiro está longe de ser a cidade mais violenta do Brasil. Mas bem longe. Entre as 30 primeiras mais violentas, não há nenhuma cidade do estado do Rio de Janeiro", disse; "A questão é: por que a Globo preparou o terreno para o Temer?", indagou; "Nesse momento, 1200 pessoas ainda estão desabrigadas em virtude das chuvas no Rio de Janeiro. Não foi oferecida nenhuma ajuda do governo federal ao Estado e ao Município do Rio de Janeiro"

Formado em Pedagogia pela USP-Ribeirão Preto e doutor pela UFSCar, Leonardo Freitas Sacramento fez algumas reflexões sobre a intervenção no Rio; "A cidade do Rio de Janeiro está longe de ser a cidade mais violenta do Brasil. Mas bem longe. Entre as 30 primeiras mais violentas, não há nenhuma cidade do estado do Rio de Janeiro", disse; "A questão é: por que a Globo preparou o terreno para o Temer?", indagou; "Nesse momento, 1200 pessoas ainda estão desabrigadas em virtude das chuvas no Rio de Janeiro. Não foi oferecida nenhuma ajuda do governo federal ao Estado e ao Município do Rio de Janeiro" (Foto: Leonardo Lucena)
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Rio 247 - Formado em Pedagogia pela Universidade de São Paulo (USP-Ribeirão Preto) e doutor pela Universidade Federal de São Carlos, Leonardo Freitas Sacramento fez algumas reflexões sobre a intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro anunciada por Michel Temer na sexta-feira (16).

"A cidade do Rio de Janeiro está longe de ser a cidade mais violenta do Brasil. Mas bem longe. Entre as 30 primeiras mais violentas, não há nenhuma cidade do estado do Rio de Janeiro", disse ele, que também é participante do OBEDUC "Políticas de Expansão da Educação Superior". "O Estado do Rio de Janeiro está longe de ser o mais violente do Brasil. Em 2017, registrou 37,6 mortes para cada 100 mil habitantes", acrescenta.

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De acordo com o pesquisador, "as taxas de violência no Rio são altas, mas nada que não saia da "normalidade" brasileira, normalizada por meio de programas de televisão ao estilo Datena e à nossa indiferença social e racial". "A diferença é que agora a percepção da violência no Rio foi potencializada por uma cobertura alarmista da mídia carioca. A questão é: por que a Globo preparou o terreno para o Temer?", questionou.

"Nesse momento, 1200 pessoas ainda estão desabrigadas em virtude das chuvas no Rio de Janeiro. Não foi oferecida nenhuma ajuda do governo federal ao Estado e ao Município do Rio de Janeiro", acrescentou.

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Leia a íntegra do texto:

"Alguns dados e pontos para refletirmos sobre a intervenção militar no Rio.

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1- Primeiro, os Estados, inclusive o Rio de Janeiro, estão recebendo de forma descontínua os repasses da União. Rio de Janeiro teve uma queda abrupta de orçamento justamente nesse ano. Culpa: Teto dos Gastos. Lembra? Primeira medida do governo Temer. Não, não foi só corrupção. Aliás, longe disso. Por mais que a corrupção seja odiosa, o roubado pelo PMDB (partido de Temer) está longe de retirar de forma significativa parte do orçamento estadual. Então temos um efeito perverso da PEC do Teto dos Gastos, o que indica que, talvez, a intervenção se torne mais corriqueiro, pois sem orçamento a crise social é certa.

2- No último ano o governo estadual do Rio viu o seu orçamento despencar com essa descontinuidade. Soma-se a isso a absurda desindustrialização que o Rio sofre em função do fim da obrigatoriedade da tecnologia nacional no setor petrolífero e do fim de obras urbanas. O fechamento dessas empresas diminuiu a arrecadação do Estado.

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Culpa 1: lei do Serra que aprovou o fim da obrigatoriedade de tecnologia nacional na Petrobrás.

Culpa 2: procuradores transloucados que recebem penduricalhos salariais que somados passam dos 100 mil reais, os quais em nome do combate à corrupção destruíram o parque industrial e petrolífero.

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Culpa 3: a paralisação da Petrobrás após a Lava-Jato, que ajudou a criar uma das maiores crises orçamentárias para o Estado do Rio de Janeiro, com queda de 2015 para 2016 de 29% da transferência de royalties.

3- O Estado do Rio de Janeiro está longe de ser o mais violente do Brasil. Em 2017, registrou 37,6 mortes para cada 100 mil habitantes. É o 10º Estado mais violento. Em uma pesquisa recente, houve uma atualização para 40,0, o que o colocaria em 9º lugar, apenas. A pergunta que fica: por que o governo não decretou intervenção militar nos 9 estados mais violentos? Abaixo o ranking dos estados mais violentos do Brasil:

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1º Sergipe 64,0
2º Rio Grande do Norte 56,9
3º Alagoas 55,9
4º Pará 50,9
5º Amapá 49,6
6º Pernambuco (5) 47,6
7º Bahia 46,5
8º Goiás 43,5
9º Ceará 39,8

4- A cidade do Rio de Janeiro está longe de ser a cidade mais violenta do Brasil. Mas bem longe. Entre as 30 primeiras mais violentas, não há nenhuma cidade do estado do Rio de Janeiro. A cidade do Rio de Janeiro registrou 30,6 homicídios para cada 100 mil habitantes. Compare com as 10 cidades mais violentas do Brasil. Altamira possui índices alarmantes de homicídio por causa de... Belo Monte, aquele projeto modernizador do governo Dilma, que de tão modernizador elevou a taxa de homicídio a índices da Guerra das Coréias. Quase todos os estados e cidades mais violentas do Brasil são do nordeste. Então, por que a intervenção militar não ocorreu nestes estados e municípios? Abaixo o ranking das cidades mais violentas do Brasil:

1: Altamira (Pará) taxa de 107 homicídios por 100 mil habitantes
2: Lauro de Freitas (Bahia) 97,7;
3: Nossa Senhora do Socorro (Sergipe) 96,4;
4: São José de Ribamar (Maranhão) 96,4;
5: Simões Filho (Bahia) 92,3;
6: Maracanaú (Ceará) 89,4;
7: Teixeira de Freitas (Bahia) 88,1;
8: Piraquara (Paraná) 87,1;
9: Porto Seguro (Bahia) 86,0;
10: Cabo de Santo Agostinho (Pernambuco) 85,3 por 100 mil habitantes

5- Sem querer entrar no mérito da violência real, que existe é e grave, mas ela envolve a luta entre PCC, CV, ADA e Milicianos. Sim meus caros paulistas, o PCC é parte do problema, que cresceu tanto que abocanhou parte do tráfico de armas e drogas do Rio, Paraná e de quase todo o nordeste e norte, sem contar a rota do Paraguai e demais países vizinhos. Todos com controle de presídios.

Culpa: governos do PSDB no Estado de São Paulo.

6- As taxas de violência no Rio são altas, mas nada que não saia da "normalidade" brasileira, normalizada por meio de programas de televisão ao estilo Datena e à nossa indiferença social e racial. A diferença é que agora a percepção da violência no Rio foi potencializada por uma cobertura alarmista da mídia carioca. A questão é: por que a Globo preparou o terreno para o Temer?

7- Temos um presidente desesperado que sepultou o único projeto que o mantinha do governo: a reforma da previdência. Agora, mantê-lo significa manter o esquema de entrega que Temer e seus asseclas do pouco que restou do patrimônio nacional. É provável que hoje é a única coisa que guie esse povo. Pode até ser que seja um meio de acúmulo de forças para a reforma da previdência, já que agora Temer tem a chave legal do congresso. Unificar as atenções de todos para um problema real inflado pela mídia enquanto continuamos sendo dilapidados. As manifestações espontâneas no carnaval acenderam o sinal de alerta nesses bandidos.

PS: nesse momento, 1200 pessoas ainda estão desabrigadas em virtude das chuvas no Rio de Janeiro. Não foi oferecida nenhuma ajuda do governo federal ao Estado e ao Município do Rio de Janeiro."

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