CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Sudeste

"Eu incomodo porque sou comunista", diz PM do Movimento Antifascismo que será submetido a interrogatório

Um dos inquéritos foi instaurado por ele ter feito postagens em redes sociais sobre segurança pública e, também, por sua participação em manifestação popular

Capitão da Polícia Militar do Espírito Santo Vinícius Sousa (Foto: Arquivo Pessoal)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Século Diário - Cinco meses depois de ter participado de manifestações populares, como o "Fora Bolsonaro", no dia 24 de julho de 2021, o capitão da Polícia Militar do Espírito Santo (PM-ES) Vinícius Sousa será submetido a interrogatório nesta segunda-feira (17), na Corregedoria da corporação, como parte de dois processos instaurados no último mês de dezembro. Sousa, que integra o Movimento Policiais Antifascismo, reafirmou nesta quinta-feira (13), não desrespeitou nenhuma autoridade e não teme se manifestar contra a injustiça e a desigualdade.

"Eu incomodo porque sou comunista", declarou o militar, ao defender o direito de ter uma ideologia que direcione sua visão de mundo, no sentido filosófico, destacando o fato de não pertencer a nenhum partido político. Ele aponta, de forma crítica, o controle exercido "pela classe dominante", que impede uma transformação social mais igualitária.

O primeiro interrogatório, dos dois determinados pela Corregedoria da PM-ES, é referente a entrevistas dadas a Século Diário e A Tribuna sobre assuntos relacionados à segurança pública com críticas à Corregedoria e ao governo federal. O segundo foi instaurado por ele ter feito postagens em redes sociais sobre segurança pública e, também, por sua participação em manifestação popular.

O capitão Souza, lotado em Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado, tem na defesa o advogado André Perecmanis, que assumiu o caso voluntariamente e virá ao Estado nos próximos dias. Além desses processos, tramitam ações disciplinares, cuja defesa está a cargo da Rede Liberdade, que reúne renomados criminalistas de todo o Brasil comprometidos com a liberdade de opinião e pelo movimento "Cala-Boca Já Morreu", liderado pelo youtuber Felipe Neto. Ele conta, também, com o apoio do advogado André Moreira, ativista de direitos humanos no Espírito Santo.

"Não há nenhum crime, tanto que minha atuação profissional em momento algum foi questionada. É apenas uma questão política, porque defendo que o povo participe e decida", enfatiza, e denuncia: "Essa violação não ocorre só comigo, pois há um documento oficial afirmando que todo o Movimento de Policiais Antifascismo está sob devassa na Corregedoria, embora o STF [Supremo Tribunal Federal] tenha proibido expressamente essa investigação".

"Temos que trazer de volta esse debate para que qualquer pessoa tenha o direito de professar sua ideologia", reafirma o militar, que faz um alerta sobre as formas que a classe dominante usa para paralisar as ações populares que possibilitariam ao trabalhador ampliar sua participação na tomada de decisões.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

"As transformações não ocorrem porque a burguesia controla a mídia, monitora os partidos políticos, não permite plebiscitos e impede que a democracia chegue para as pessoas", afirma, e destaca que o trabalhador tem que ter parte dos meios de produção, a fim de usufruir de benefícios gerados a partir do que ele ajudou a produzir.

O capitão Sousa diz que "a classe trabalhadora não tem voz ativa" e, por conta desse cenário, não tem saneamento adequado, transporte, segurança pública e, ao mesmo tempo, vê o "governo federal entregar o patrimônio do país às potências estrangeiras, que ainda dizem o que deve ser feito. O Brasil está virando um fazendão, com a desindustrialização".

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O capitão Sousa, 37 anos, casado, pai de três filhos, tem formação em Direito com pós-graduação em Gestão Pública, além do curso de oficiais da PM. Ele defende direitos plenos para os policiais, como qualquer cidadão, e destaca a vedação constitucional à greve, à sindicalização e à filiação partidária, procedimentos seguidos pelo Movimento Nacional de Policiais Antifascismo no Espírito Santo, do qual é integrante. O grupo é formado por policiais militares de várias patentes, policiais civis e rodoviários federais, agentes penitenciários e guardas municipais.

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO