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Sudeste

Famílias não têm para onde ir após desocupação

A Prefeitura do Rio informou que não existem planos de auxílio aos que foram retirados pacificamente do conjunto habitacional o "Minha Casa, Minha Vida", em Guadalupe, zona norte do Rio; segundo o Executivo municipal, durante a remoção, 15 agentes sociais estavam no local para informar os ocupantes sobre como poderiam conseguir adesão aos planos sociais oferecidos pelo governo; contudo, durante a remoção, um grupo procurou a imprensa para reclamar da falta de auxílio por parte da prefeitura e da ausência de agentes sociais

A Prefeitura do Rio informou que não existem planos de auxílio aos que foram retirados pacificamente do conjunto habitacional o "Minha Casa, Minha Vida", em Guadalupe, zona norte do Rio; segundo o Executivo municipal, durante a remoção, 15 agentes sociais estavam no local para informar os ocupantes sobre como poderiam conseguir adesão aos planos sociais oferecidos pelo governo; contudo, durante a remoção, um grupo procurou a imprensa para reclamar da falta de auxílio por parte da prefeitura e da ausência de agentes sociais (Foto: Leonardo Lucena)
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Louise Rodrigues*, Jornal do Brasil - A ocupação do conjunto habitacional do "Minha Casa, Minha Vida", em Guadalupe, trouxe à tona questionamentos sobre a organização do programa. A parceria entre os governos federal, estadual, municipal; empresas e a Caixa Econômica Federal, tem como objetivo garantir o direito à casa própria. Para ter direito ao benefício, é preciso se cadastrar e esperar a entrega dos apartamentos.

Foi o que aconteceu em Guadalupe. Segundo a Prefeitura do Rio, que é a responsável pela entrega das chaves, os apartamentos seriam entregues no dia 15 de dezembro e ainda estavam em fase de finalização. Contudo, antes que a data marcada chegasse, o prédio foi invadido.

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Grande parte dos ocupantes garante que não tem para onde ir. Alguns abandonaram seus barracos na favela Gogó da Ema, vizinha ao prédio, e outros saíram de comunidades próximas. Entre os ocupantes havia ainda aqueles que não tinham onde morar e, com a remoção, voltaram para as ruas. No Gogó da Ema os moradores vivem em condições precárias, sem abastecimento de água e em barracos de madeira, muitos deles antigos e desgastados. Em algumas vielas, as pessoas convivem com insetos e ratos.

O Jornal do Brasil entrou em contato com a Prefeitura e foi informado que não existem planos de auxílio aos que foram retirados pacificamente do conjunto habitacional na manhã desta quarta-feira (19). A Prefeitura disse ainda que, durante a remoção, 15 agentes sociais estavam no local para informar os ocupantes sobre como poderiam conseguir adesão aos planos sociais oferecidos pelo governo. Contudo, durante a remoção, um grupo procurou a imprensa para reclamar da falta de auxílio por parte da Prefeitura e da ausência de agentes sociais. No dia 12 de novembro, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse que não faria o cadastro dos ocupantes. "Eu me recuso a fazer qualquer cadastro. Isso é um absurdo", afirmou.

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Sem terem para onde ir, algumas famílias ocuparam um campo de futebol, que fica em um moro, atrás da favela Gogó da Ema. Crianças e idosos estão acampados em baixo de árvores, com aquilo que conseguiram carregar durante a remoção. Alguns moradores da favela se ofereceram para guardar os pertences dos desabrigados em casa.

Voltar para os barracos abandonados não é uma opção viável para grande parte das pessoas. Uma jovem de 23 anos, que se identificou apenas como Paula, contou que morava com a mãe na favela Pedra Rosa. Ao saber da invasão, ela saiu de casa e se juntou ao grupo. Contudo, durante o período em que esteve lá, seu barraco foi ocupado por outra pessoa. "Não temos para onde ir nos próximos dias", garante.

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Juarez Ferreira Lima, 58, está desempregado e disse que "o desespero falou mais alto" quando decidiu aderir ao grupo que tomou o condomínio. Enquanto juntava suas coisas para sair do prédio, ele disse: "Acabou o sonho. Era uma coisa que a gente achava que ia ficar, mas o jeito agora é morar na rua. Estou desempregado e não sei como vai ser".

Os caminhões, que deveriam auxiliar na desocupação, também se tornaram um problema. Segundo a Prefeitura, os carros seriam da construtora dos condomínios, que tem parceria com a Caixa Econômica Federal. Um dos caminhões, que deveria auxiliar no transporte de móveis e demais pertences, abandonou os objetos transportados a menos de 300 metros do Residencial Guadalupe. Segundo as famílias que estavam removidas, a justificativa dada pelo motorista foi que a região é perigosa e não havia segurança para realizar o transporte. Comerciantes e moradores das proximidades também se mostraram indignados. O Jornal do Brasil entrou em contato com a Caixa para confirmar a informação dada pela Prefeitura, mas ainda não obteve retorno.

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Ainda não há previsão para a entrega das casas do "Minha Casa, Minha Vida". Segundo a Prefeitura, é preciso avaliar se houve algum dano aos imóveis antes de prosseguir com o processo.

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