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Sudeste

“Intervenção é paliativo com efeito político publicitário”, diz sociólogo

"Se o critério adotado foi o aumento da violência, então tem de intervir no Ceará. É falacioso o argumento de que o crime se espalhou pelo país a partir do Rio. As dezenas de facções que existem pelo país não vieram do Rio, mas do sistema penitenciário. Se fosse para falar em metástase do crime, o adequado seria falar do sistema penitenciário brasileiro. A impressão é de que se trata de uma forma de passar a ideia de que o governo está resolvendo o problema", critica o sociólogo Michel Misse, coordenador do núcleo de estudos sobre violência urbana da UFRJ

"Se o critério adotado foi o aumento da violência, então tem de intervir no Ceará. É falacioso o argumento de que o crime se espalhou pelo país a partir do Rio. As dezenas de facções que existem pelo país não vieram do Rio, mas do sistema penitenciário. Se fosse para falar em metástase do crime, o adequado seria falar do sistema penitenciário brasileiro. A impressão é de que se trata de uma forma de passar a ideia de que o governo está resolvendo o problema", critica o sociólogo Michel Misse, coordenador do núcleo de estudos sobre violência urbana da UFRJ (Foto: Aquiles Lins)
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247 - O sociólogo Michel Misse, 66, coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirma neste domingo, 18, que a intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro é uma aposta em um modelo que traz mais efeitos políticos que soluções para a violência urbana fluminense.

"Vivemos intervenções no Rio em 1992, depois em 1994, além de sucessivas operações. Portanto, não existe novidade. O efeito é sempre o mesmo: primeiro há um apaziguamento, depois a intervenção começa a se banalizar e, finalmente, ela acaba e tudo volta ao que era antes. Pode-se entender a intervenção como um paliativo com efeito político publicitário. Não tem substância de política pública", afirma.

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"Num momento de crise e de incapacidade das polícias de dar uma resposta razoável para o medo da população, chamar as Forças Armadas é uma forma politicamente eficiente de produzir, no curto prazo, uma sensação de segurança na cidade", avalia.

"Se o critério adotado foi o aumento da violência, então tem de intervir no Ceará. É falacioso o argumento de que o crime se espalhou pelo país a partir do Rio. As dezenas de facções que existem pelo país não vieram do Rio, mas do sistema penitenciário. Se fosse para falar em metástase do crime, o adequado seria falar do sistema penitenciário brasileiro. A impressão é de que se trata de uma forma de passar a ideia de que o governo está resolvendo o problema", diz Misse. 

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O sociólogo também criticou o anúncio da criação de um Ministério da Segurança Pública, feito por Michel Temer. "Não é preciso criar um ministério, mas modernizar todas as instituições ligadas a essa área, que seguem as mesmas de antes da redemocratização. A política militar, por exemplo, era aquartelada, chamada como força auxiliar em circunstâncias específica. Ela virou uma força de policiamento ostensivo durante o regime militar. E isso criou uma primeira situação esquizofrênica que são duas polícias que não têm autoridade uma sobre a outra", diz ele.

Leia a entrevista na íntegra.

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