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Sudeste

Líderes comunitários de Paraisópolis encaminham demandas ao governo

Moradores e líderes de associações comunitárias de Paraisópolis e secretários municipais e estaduais de São Paulo discutiram nesta segunda-feira (9) uma agenda conjunta de ações para melhorias no local, depois do massacre da PM que matou nove jovens durante um baile funk

Líderes comunitários de Paraisópolis (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
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Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - Moradores e líderes de associações comunitárias de Paraisópolis e secretários municipais e estaduais de São Paulo discutiram nesta segunda-feira (9) uma agenda conjunta de ações para melhorias no local. No dia 1º deste mês, nove pessoas morreram durante um baile funk na comunidade, localizada na zona sul de São Paulo. Com cerca de 100 mil habitantes, Paraisópolis é, segundo a Associação de Moradores, a segunda maior comunidade da capital.

Uma das reivindicações apresentadas na reunião, realizada na sede da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, foi a criação de uma subprefeitura própria para o bairro, chamada Paraisópolis/Morumbi. Hoje as demandas do bairro são encaminhadas administrativamente para a subprefeitura do Campo Limpo. Parte também é atendida pela subprefeitura do Butantã.

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Os moradores pediram ainda a retomada das obras de urbanização da comunidade, paradas desde 2013; a abertura do Parque Paraisópolis; a implantação de centros para crianças e para idosos; a construção de uma casa de cultura; a implantação da Virada Cultural na localidade e sedes para a Orquestra e o Balé de Paraisópolis. De acordo com a prefeitura municipal, uma das demandas, a troca das luzes dos postes por lâmpadas de LED, deve ser atendida a partir de janeiro do próximo ano.

"Diante dessa tragédia, a melhor resposta que se dá para a comunidade é a presença. Não adianta um abraço de longe. E, mais do que isso, que a gente consiga sair daqui com resultados. Paraisópolis tem um programa de urbanização gigantesco que foi interrompido. Queremos uma nova Paraisópolis", disse o líder comunitário Gilson Rodrigues. "Queremos poder sonhar", acrescentou. "E queremos que seja criado um decreto instituindo essas ações para que não seja uma ação apenas deste governo,para que elas não possam ser descontinuadas", afirmou.

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Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico do estado de São Paulo, Patrícia Ellen, na reunião técnica, ficou acertada a criação de seis grupos de trabalho para atender as demandas da comunidade. Patrícia Ellen ressaltou que tudo o que for acertado com Paraisópolis funcionará também para Heliópolis, a maior comunidade de São Paulo. "Hoje foi dia de ouvir. Para os próximos passos, organizamos seis grupos temáticos, e vamos trabalhar nos próximos 10 dias para retornar com um programa para atender Paraisópolis e outras comunidades de São Paulo."

Os grupos temáticos foram divididos nas áreas de educação; cultura, lazer e esportes; desenvolvimento social, assistência social, justiça e cidadania; habitação e infraestrutura; saúde e primeira infância; emprego e empreendedorismo.

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Sobre as demandas encaminhadas pela comunidade, as obras do Parque Paraisópolis devem ser iniciadas em fevereiro. "Já fizemos a licitação [do Parque Paraisópolis]. Já sabemos o ganhador e estamos na fase da apresentação da documentação e da caução. As obras devem ter início em fevereiro e, até o final de agosto, vamos entregar o parque para a população", disse o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo de Castro.

Segurança nos bailes

Os moradores de Paraisópolis reivindicaram ainda melhor estrutura e mais segurança para os bailes funk, os chamados pancadões, que atraem milhares de pessoas para a comunidade. "Que ele [baile funk] seja organizado, tenha horário para começar e terminar e tenha mais infraestrutura até que se criem condições para que a gente ache um espaço, assim como a construção de uma escola de música. Que se criem condições para que esse baile possa migrar para um espaço mais adequado, mais organizado", detalhou Gilson Rodrigues.

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O secretário municipal de Cultura, Alê Youssef, adiantou que a prefeitura pretende criar espaços para a escola de música e de dança de Paraisópolis. Ele citou ainda a realização imediata de ações como incluir Paraisópolis no calendário de eventos culturais da cidade.

"Vamos buscar ações para garantir a presença do Estado [nos bailes funks]. Não podemos cair na simplificação da criminalização do genero musical. Precisamos ter visão mais abrangente, que traz a cultura para o centro e que valoriza esse gênero. O funk é o genero mais ouvido pela juventude. É impressionante a força desse ritmo. Nosso olhar é de valorização [dessa cultura]", acrescentou Youssef.

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Segundo o secretário, paralelamente a isso, é necessário um projeto de maior valorização do funk. "Existe a questão dos bailes, e é necessário [ter] infraestrutura com múltiplas áreas, mas existe a valorização macro, com grandes eventos para atrair os jovens e os artistas em um ambiente de legalidade e de valorização cultural."

"A demanda que eles têm em relação aos bailes é para que possamos criar uma espécie de regulamentação, ou seja, estabelecendo regras sobre como esses bailes devem acontecer, que é o que acontece em qualquer outro evento que ocorra no estado de São Paulo. Precisa ter as regras, estabelecer quantos banheiros químicos tem que ter, qual o horário de funcionamento, o padrão em relação a decibéis", disse o secretário estadual de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão.

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Para o secretário, fazer isso é perfeitamente factível. "E podemos ir além. É fundamental apoiar as iniciativas culturais que já acontecem na cidade e que podem gerar renda, emprego e desenvolvimento na comunidade. A favela é um paraíso de economia criativa", afirmou Sá Leitão.

Reuniões

Desde hoje cedo, os moradores da comunidade de Paraisópolis estão reunidos. De manhã, houve reunião com líderes de associações do Morumbi, bairro de classe média alta onde Paraisópolis está inseridoa. Estava prevista para o fim da tarde de hoje uma reunião de moradores da comunidade e representantes das famílias das vítimas do baile funk com o governador de São Paulo, João Doria, e o secretário de Segurança Pública, João Camilo Pires de Campos.

Também participaram da reunião da tarde de hoje em Paraisópolis os secretários estaduais Rossieli Soares, da Educação, José Henrique Germann, da Saúde, Célia Parnes, do Desenvolvimento Social, Wilson Pedroso, chefe de gabinete do governador, Flavio Amary, da Habitação, e Paulo Dimas Mascaretti, da Justiça e Defesa da Cidadania.

Pela prefeitura, além de Youssef e Eduardo de Castro, estiveram presentes os secretários José Roberto Oliveira. da Segurança Urbana, Aline Cardoso, do Desenvolvimento Econômico e Trabalho, e Berenice Giannella, da Assistência Social.  

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