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Número de latrocínios aumenta 80% no Rio

A Polícia Civil do Rio de Janeiro registrou 239 latrocínios (roubo seguido de morte) em 2016, o que representa um aumento de 80% em relação a 2015, quando foram contabilizados 133 crime desse tipo. Dados trimestrais apontam um crescimento de 112% entre novembro de 2016 e janeiro de 2017; se for considerado apenas janeiro, com 25 registros, foi o maior neste mês desde  2003, último ano em que os dados estatísticos estaduais estão disponíveis mensalmente; um dos casos de latrocínio foi o de Jussan Rodrigues Lima, 27, motorista da Uber; desde o começo do ano, pelo menos quatro outros motoristas da empresa e uma passageira foram mortos, segundo o UOL, o que levanta o debate sobre a segurança desses motoristas

A Polícia Civil do Rio de Janeiro registrou 239 latrocínios (roubo seguido de morte) em 2016, o que representa um aumento de 80% em relação a 2015, quando foram contabilizados 133 crime desse tipo. Dados trimestrais apontam um crescimento de 112% entre novembro de 2016 e janeiro de 2017; se for considerado apenas janeiro, com 25 registros, foi o maior neste mês desde  2003, último ano em que os dados estatísticos estaduais estão disponíveis mensalmente; um dos casos de latrocínio foi o de Jussan Rodrigues Lima, 27, motorista da Uber; desde o começo do ano, pelo menos quatro outros motoristas da empresa e uma passageira foram mortos, segundo o UOL, o que levanta o debate sobre a segurança desses motoristas (Foto: Leonardo Lucena)
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Rio 247 - A Polícia Civil do Rio de Janeiro registrou 239 latrocínios (roubo seguido de morte) em 2016, o que representa um aumento de 80% em relação a 2015, quando foram contabilizados 133 crime desse tipo. Dados trimestrais apontam um crescimento de 112% entre novembro de 2016 e janeiro de 2017. Se for considerado apenas janeiro, com 25 registros, foi o maior neste mês desde pelo meno 2003 --último ano cujas estatísticas estaduais estão disponíveis mensalmente.

"O roubo seguido de morte já é uma situação que exige uma atenção especial. Quando apresenta um aumento dessa magnitude, é ainda mais preocupante", afirma o professor Michel Misse, coordenador do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana da UFRJ (Universidade Federal do Rio). "A crise do Estado é um fator importante para [explicar] esse aumento, porque tem repercussão no policiamento ostensivo. O aumento do desemprego é outro elemento, assim como a desmoralização provocada pela crise política. Cria-se um efeito muito ruim: 'Já que todos roubam, eu vou roubar também'", argumenta Misse.

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Um dos casos que chama a atenção é o de Jussan Rodrigues Lima, 27, que, na quinta-feira (2), fez sua última viagem como motorista da Uber. Após deixar passageiros no Andaraí, na zona norte do Rio de Janeiro, foi abordado por dois homens numa moto e um deles atirou três vezes contra Jussan, que morreu no local.

Desde o começo do ano, pelo menos quatro outros motoristas da Uber e uma passageira foram mortos em situações parecidas, segundo levantamento realizado pelo UOL, que publicou as entrevistas. A Polícia Civil e o ISP dizem que não têm condições de divulgar uma listagem oficial dos casos. "Infelizmente, tem violência em todo lugar. Ficamos à mercê. A gente trabalha assustado", disse Carlos, que atua com o aplicativo e pediu para ser identificado apenas pelo primeiro nome. "Eu, graças a Deus, nunca fui assaltado, mas já presenciei um assalto ao carro da frente, com uma passageira no meu. Ela entrou em pânico, mas eu consegui cortar e sair."

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A Uber informou que, em caso de assalto ou qualquer tipo de violência, orienta os usuários a "contatar imediatamente as autoridades policiais". "Infelizmente, a violência urbana permeia a vida nas cidades [...] É importante também fazer um boletim de ocorrência para que os órgãos competentes tenham ciência do ocorrido e possam tomar as medidas cabíveis. Em caso de investigações e processos judiciais, a Uber colabora com as autoridades nos termos da lei", afirmou a empresa.

A decisão da Uber de permitir, desde o segundo semestre do ano passado, o pagamento de corridas em dinheiro deixou motoristas insatisfeitos por conta do aumento no risco de assaltos. Até então o pagamento era feito apenas com cartão de crédito cadastrado na plataforma. No mês passado, a empresa começou a pedir o CPF de passageiros que pagam suas viagens com dinheiro. 

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De acordo com o sociólogo Ignacio Cano, do Laboratório de Análise da Violência da Uerj (Universidade Estadual do Rio), não se pode atribuir os casos de violência envolvendo a Uber ao pagamento em dinheiro nas viagens. "Taxistas também aceitam e não vemos acontecer mortes com eles", disse.

O taxista Luiz Carlos Coutinho, 55, afirmou que bandidos podem ficar assustados com carros particulares dos motoristas de Uber. "Existe assalto a taxista, mas os caras já estão acostumados com táxi. Roubam e acabou. Quando morre alguém da Uber, acho que não necessariamente é por ser motorista. É que pode ser qualquer um ali dentro", disse ele, que também citou o desconhecimento geográfico de parte dos motoristas do aplicativo como outro fator que leva mais risco à vida desses motoristas. "Você fica com medo do Waze [app de navegação] te jogar numa favela", diz Carlos. Outra preocupação é esperar os passageiros em locais desertos.

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Em nota, a Policia Militar do Rio disse que trabalha com base "nas análises criminais de cada região, sempre com o objetivo de reduzir delitos e coibir ações criminosas".

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