Pezão quer fazer UPPs em regime de urgência
"Há uma burocracia muito grande que precisa ser vencida. Se ficarmos esperando título de propriedade, registro de imóveis, licenças, vamos aguardar pelo resto da vida e o policial continuará trabalhando em condições precárias", disse o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão; mortes recentes no Morro do Alemão, como a do menino Eduardo de Jesus, colocam em xeque a política de pacificação
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"Há uma burocracia muito grande que precisa ser vencida. Se ficarmos esperando título de propriedade, registro de imóveis, licenças, vamos aguardar pelo resto da vida e o policial continuará trabalhando em condições precárias. Por isso, tomei essa decisão de construir as bases definitivas em caráter emergencial. Se precisar responder a processo, responderei. As obras da Maré já começaram. A Assembleia Legislativa do Rio nos doou R$ 70 milhões para construirmos essas bases. O prefeito Eduardo Paes vai nos ajudar com a construção de pelo menos oito unidades", disse Pezão.
O governador adiantou que fará a convocação de mais 6 mil PMs, assim que terminarem o curso de preparação, e destacou que só nos três primeiros meses do ano foram incorporados 1.100 policiais militares. Nas 38 comunidades ocupadas, são quase 10 mil PMs. O governador também destacou que os policiais que trabalham em UPPs estão sendo recapacitados, através de um programa de treinamento.
O corpo do menino Eduardo de Jesus, de 10 anos, morto na última quinta-feira (2), durante enfrentamento entre PMs e traficantes, no Complexo do Alemão, foi sepultado hoje, na cidade natal de sua família, Corrente, no interior do Piauí. Os parentes acusam um policial militar pelo tiro que atingiu a criança, quando ela estava na porta de casa. Os gastos com a viagem da família e com o enterro foram custeados pelo governo do estado. Os policiais que participavam da ação no momento foram afastados das ruas e tiveram suas armas apreendidas.
A morte do menino foi a quarta, em duas semanas, no Complexo do Alemão, conjunto de favelas na zona norte da cidade com aproximadamente 70 mil moradores, ocupada pelas forças de segurança em 2010. As mortes são resultado dos frequentes confrontos entre traficantes e policiais, que inclusive tiveram bases de UPPs e até a delegacia de polícia atacadas a tiros e depredadas. Para pacificar a região, o governador Pezão prometeu reocupar o Complexo do Alemão.
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