CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Sudeste

Puxadinhos seriam causa de ruína do Liberdade?

Construo de trs andares extras pode ter sobrecarregado a estrutura do edifcio e ter causado o desabamento dos trs prdios, no Centro do Rio. Outra questo sobre quem o responsvel pela tragdia. A empresa TO, que realizava obras num pavimento, nega que seja culpada

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 - Seis dias após o desabamento de três prédios, no Centro do Rio, já há indícios dos possíveis responsáveis pela tragédia. O Edifício Liberdade, que desabou e supostamente teria causado a queda de outros dois prédios tinha previsto 15 andares em seu projeto original, em 1938. Mas um ano depois, os construtores conseguiram aprovação da prefeitura para acrescentar mais três pavimentos, com um recuo, e criar um subsolo. Essa grande intervenção pode ter sobrecarregado a estrutura, e possivelmente ter causado o desabamento.

 Em 1938, Manoel Lourenço Renha, pai do atual síndico, apresentou um projeto propondo reconstruir um prédio de três andares, mas a prefeitura indeferiu o pedido porque a construção não obedecia ao recuo da Avenida Treze de Maio. Manoel apresentou então um projeto que o prédio tivesse 15 pavimentos, além de lojas no térreo, que foi aprovado. Em 1939, o então proprietário propôs mais mudanças. Com a nova licença aprovada, o prédio ganhou um subsolo, além de mais três pavimentos com salas. O habite-se foi concedido em 1940.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

 Dez anos depois, os donos do imóvel conseguiram outra autorização da prefeitura, desta vez para fazer uma obra de extensão nos três últimos andares. Para o engenheiro Cláudio Nóbrega, do Clube de Engenharia, a estrutura antiga poderia não suportar o peso dos andares a mais. “Se esse prédio, as fundações dele e os pilares, até o décimo quinto, foram calculados para 15 pavimentos, e você amplia, ainda que seja só a parte de trás, alguns pilares passaram a receber mais carga devido a esses três pavimentos”, disse. Para ele, a obra mais recente pode ter contribuído decisivamente para a tragédia. "Pode ter sido, ainda no campo das hipóteses, uma espécie de uma gota d'água, uma carga que foi o limite máximo da estrutura. Porque pelo tipo de ruptura, foi uma ruptura muito abrupta", afirmou.

 As obras realizadas pela Tecnologia Organizacional (TO) no terceiro e no nono andares do Edifício Liberdade são apontadas como uma das possíveis causas do desabamento por especialistas e dirigentes do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ). O condomínio já havia pedido explicações à TO sobre as intervenções que estavam sendo realizadas. Havia preocupação em relação ao entulho e ao peso que o material de construção guardado nas salas da empresa exercia sobre a estrutura do prédio.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

 Segundo a promotora de eventos Iris Ribeiro, que trabalhava há dez anos no Edifício Liberdade, o alojamento de um antigo zelador, no 20º andar, era usado como depósito de entulho de obras desde o ano passado. Iris, que estava atualmente na CM&O Turismo, no 14º andar, já trabalhou para a Smart Solution, hoje rebatizada como TO Tecnologia Organizacional,afirmou que, como era hábito no prédio subir com o entulho para o local e estocá-lo ali até a remoção, os restos da obra do nono andar, iniciadas pela TO 13 dias antes da tragédia, também seguiram para o alojamento.

 O empresário Sérgio Alves de Oliveira, sócio da TO, garante que o entulho foi removido antes do desabamento e levado em caçambas pela firma Catalão. Sérgio mudou na segunda-feira a sua versão sobre a obra do nono andar. Ele disse que ela não começou oito dias antes da tragédia, e sim 13 dias antes, e admitiu a derrubada de seis paredes de tijolos, incluindo agora o desmonte de uma sala, e não apenas de dois banheiros do andar.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

 Na noite da tragédia, os operários contratados pela TO para a reforma no andar teriam subido com 350 tijolos, seis sacos de cimento de 50 quilos, dois metros cúbicos de areia e 40 quilos de gesso. Somados, os produtos pesavam cerca de 2,7 toneladas, mas Sérgio disse que, até o desabamento, apenas 30% teriam subido.

 Várias vítimas do desabamento dos três prédios perderam bens com a tragédia e criaram uma associação para dar apoio jurídico. Mas sem um réu oficial não há a quem pedir indenização. Quem vai pagar por isso?

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO