Rocinha receberá R$ 9 milhões para projetos de ciência e tecnologia e comunidade quer maior participação dos moradores
A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, lançou um edital que prevê R$ 9 milhões para pesquisa na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Mas o edital, segundo representantes da comunidade, não favorece os moradores e empreendedores locais
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Portal Favelas - Um edital de apoio à criação do Parque de Inovação Social e Sustentável da Rocinha está provocando a maior polêmica entre pesquisadores e empreendedores que vivem e moram na favela e a FAPERJ, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado..
A Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, lançou um edital que prevê 9 milhões de reais para pesquisa na favela da Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro.
Mas, o edital FAPERJ nº 37/2021, segundo representantes da favela, não favorece que os moradores e empreendedores locais participem dos projetos de forma a receber verba para desenvolvimento da pesquisa. O financiamento se destina apenas a pesquisadores das Universidades, ainda que o campo da pesquisa e principal objetivo do Edital, seja justamente a favela da Rocinha.
De acordo com a carta divulgada pelos moradores, com apoio das instituições locais, o prazo é insuficiente para que os moradores possam se inscrever.
“Entendemos que o prazo é insuficiente, e se faz necessária a sua prorrogação, levando em conta a complexidade de sua elaboração”, além disso, moradores afirmam também a necessidade de uma oficina prestando assessoria aos que queiram elaborar projetos.
“Também aproveitamos a oportunidade para apontar a necessidade de que sejam feitas oficinas e seja prestada assessoria para os agentes da comunidade que se interessem em elaborar projetos visando o presente edital”, diz a carta.
Moradores reconhecem que iniciativas como esta são importantes para o desenvolvimento e valorização da favela, mas quem mora e vive na comunidade precisa fazer parte. Este programa precisa ter os geradores de conhecimento que são a própria população local não apenas como coadjuvantes mas como principais agenciadores das propostas e parceiros das Universidades, aliás, são eles que vivem a realidade todos os dias. A favela precisa ser ouvida e deve participar da construção das políticas. A favela não pode ser objeto da ciência sem que haja uma interação comunidade e academia.
A TV 247 fez na sexta-feira, dia 22/10 um debate para ouvir os moradores, com a presença de pesquisadora da UFRJ, parceira da Rocinha para amplificar a voz daqueles que escreveram a carta. A TV PORTAL FAVELAS está organizando um programa para o dia 26/10 às 21hs com a presença de moradores, representantes da FAPERJ e políticos para anunciar publicamente uma posição e levar ao conjunto dos moradores. Há intenção, de parte de associações populares e movimentos sociais, de convocar uma audiência pública para tratar do tema.
Você pode ajudar assinando a carta: Apoie a Favela da Rocinha assinando a Carta dirigida à FAPERJ sobre o edita que prevê milhões de reais para pesquisa na Favela
Coletivos que assinam a carta para a FAPERJ em apoio aos moradores da Rocinha:
Portal Favelas
Parem De Nos Matar
Núcleo Sernambetiba do PT
FASM
Coletivos de mães da Maré
Grupo Alteridade Psicanálise Educação - GAPE - UFF PolitilajeJararaca-RJ
Canal Resistentes
FREDUC
Psicanalistas Unidos pela Democracia
Movimento Negro Unificado/MNU
Ocupação Psicanalítica - PSILACS
Núcleo Franco Basaglia
Laboratório Psicanálise, Sociedade e Política do IPUSP
Rede Interamericana de Psicanálise e Política (REDIPPOL).
Movimento Popular de Favelas
Observatório de Direitos Humanos, saúde, justiça do Espírito Santo
CEM - Centro Integrado Serra da Misericórdia
Fale-RioFrente Brasil Popular RJ
Mandato do vereador Reimont
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