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Moro manda advogado de Palocci fazer concurso para juiz

O juiz Sergio Moro discutiu numa audiência desta tarde, quando o advogado José Roberto Batochio, que defende o ex-ministro Antonio Palocci, o questionou sobre uma testemunha que não presenciou fatos que estavam sendo questionados; trata-se de Fernando Barbosa, testemunha da Odebrecht, que acusou Palocci de ser "o italiano" das planilhas de propina por ouvir dizer de outras pessoas da empresa; o advogado questionou: "Com o devido respeito, testemunha não pode achar nada, não opina. Não vou aceitar essa violência"; Moro rebateu: "Faça concurso para juiz e assuma então a condução da audiência, mas quem manda na audiência é o juiz"; o advogado disse então para o juiz prestar o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); "Cada um aqui cumpre o seu papel, tá certo?"; assista

O juiz Sergio Moro discutiu numa audiência desta tarde, quando o advogado José Roberto Batochio, que defende o ex-ministro Antonio Palocci, o questionou sobre uma testemunha que não presenciou fatos que estavam sendo questionados; trata-se de Fernando Barbosa, testemunha da Odebrecht, que acusou Palocci de ser "o italiano" das planilhas de propina por ouvir dizer de outras pessoas da empresa; o advogado questionou: "Com o devido respeito, testemunha não pode achar nada, não opina. Não vou aceitar essa violência"; Moro rebateu: "Faça concurso para juiz e assuma então a condução da audiência, mas quem manda na audiência é o juiz"; o advogado disse então para o juiz prestar o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); "Cada um aqui cumpre o seu papel, tá certo?"; assista (Foto: Gisele Federicce)
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247 - O juiz federal Sergio Moro, da Lava Jato, teve uma discussão nesta segunda-feira 6 com o advogado que defende Antonio Palocci, José Roberto Batochio, quando mandou Batochio "fazer concurso para juiz".

A declaração foi feita depois que o magistrado perguntou a Fernando Barbosa, testemunha da Odebrecht que prestava depoimento, se ele sabia quem era o "italiano" nas planilhas da empreiteira. Barbosa respondeu que sabia, por outros executivos da empresa, que Palocci era "o italiano".

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"Com o devido respeito, testemunha não pode achar nada, não opina. Não vou aceitar essa violência", protestou Batochio. "Faça concurso para juiz e assuma então a condução da audiência, mas quem manda na audiência é o juiz", rebateu Moro.

A defesa de Palocci insistiu ao fim da audiência para saber como Barbosa sabia que seu cliente era o "italiano" se nunca esteve com ele. "Eu ouvi dizer por colegas da empresa que o italiano era o Palocci, mas não estive com ele, não conheço ele, essa é a verdade", respondeu o executivo.

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Confira o diálogo:

Moro: Tem uma frase, ali no item 6: 'Mencionou, em referência ao diretor [Renato] Duque, que tem compromisso com o PT de ficar no cargo de diretor até solucionar a contratação dessas 21 sondas.' O que o senhor entendeu com essa afirmação? O senhor sabe explicar?

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Testemunha: Meritíssimo, eu entendi o que está escrito aqui.

Advogado: "Pela ordem, Excelência, as testemunhas depõem sobre fatos, não sobre o que ela acha ou entende. (...) que fique impugnada a pergunta de Vossa Excelência. E já acrescento: o fato de que o ministro, em algumas respostas de Vossa Excelência, a testemunha diz que por ouvir dizer soube que o 'Italiano' era o Palocci, essa defesa insiste no direito de fazer esta pergunta novamente à testemunha (sic)".

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Moro: "Certo, como ele é destinatário do e-mail, a pergunta é pertinente. Então eu reitero a pergunta e depois que eu terminar, eu passo a palavra (...)

Advogado: "Com o devido respeito, Excelência, testemunha não pode achar nada, a não ser que haja outro Código de Processo Penal. Porque, de acordo com o Código de Processo Penal brasileiro, a testemunha depõe sobre fatos e não opina, de modo que eu não vou aceitar essa violência contra a letra do Código de Processo Penal, com o devido respeito"

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Moro: Tá bom, doutor. Sua questão já foi indeferida. Então, eu reitero a pergunta para a testemunha. A testemunha tem conhecimento dos fatos, já que é destinatária da mensagem. Se ela não souber, ela pode dizer que não sabe.

Advogado: Mas ela não pode achar, Excelência.

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Moro: Doutor! A sua questão está indeferida, doutor!
Advogado: A defesa adverte a testemunha de que ela está proibida de depor sobre o que ela acha. A lei impõe que ela deponha sobre fatos.

Moro: Doutor, o doutor faça concurso para juiz e assuma a condução da audiência, mas, quem manda na audiência é o juiz.

Advogado: Vossa Excelência preste exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Cada um aqui cumpre o seu papel, tá certo?

Moro: Sua questão está indeferida, doutor, eu estou perguntando à testemunha. O que o senhor entendeu com essa mensagem, o que o senhor sabia sobre esses fatos?

Testemunha: Olha, eu simplesmente li o que está escrito aqui, mas eu não tinha nenhuma opinião formada. Isso aqui é uma informação que ele colocou. Eu não tinha nenhuma relação com o Duque nem com o PT para saber se o cara ia ficar lá ou não, Meritíssimo. Simplesmente li o que está escrito.

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