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Sul

Professor sugere fraude em urnas, pesquisas e ataca STF em sala de aula em Foz do Iguaçu

"Está tudo meio que armado para acontecer uma (fraude)", diz professor de História para o terceiro ano do Ensino Médio, difundindo fake news bolsonaristas

(Foto: Reuters)
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247 - Um professor de História de um colégio público de Foz do Iguaçu, no Paraná, foi flagrado propagando fake news bolsonaristas a alunos do terceiro ano do Ensino Médio, envolvendo o questionamento das urnas eletrônicas, das pesquisas eleitorais e críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Um dos alunos do Colégio Estadual Ulysses Guimarães gravou o docente José Elias Lara difundindo tais fake news em diferentes semanas, indicando que a prática é recorrente em suas aulas. Os áudios foram enviados ao 247 por um familiar do aluno, que denunciou: "Em todas as aulas dele, ele (Lara) tem puxado os temas de eleições e atacado STF e as urnas, ele sempre aborda esses conteúdos."

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Um áudio gravado durante uma aula de Brasil Império na semana passada flagrou o docente descredibilizando as urnas eletrônicas e defendendo o voto impresso: "Você vota ali, vai para o mundo virtual, vira um byte lá e você não sabe o que aconteceu com o seu voto. Então, com o voto impresso você teria uma possibilidade de conferir caso houvesse alguma desconfiança."

Diferentemente do que foi propagado pelo professor, o voto não é "perdido" assim que é efetuado pelo eleitor. Além disso, a urna eletrônica já realiza uma impressão contendo o relatório dos votos computados no dia. Confira o que diz o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE): "O que poucos sabem é que a urna eletrônica já possibilita a auditoria da totalização. Ao término da votação, o equipamento imprime o Boletim de Urna (BU), um relatório detalhado com todos os votos digitados no aparelho. Esse documento é colado na porta da seção eleitoral para conferência dos eleitores, que podem comparar o BU apurado de forma eletrônica e divulgado no site do TSE."

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Na mesma aula, o professor apontou "interferência" do STF - estratégia bastante utilizada por Jair Bolsonaro - pelo veto ao voto impresso nas eleições de 2022: "Aí o ministro do STF, que é o poder Judiciario, convocou uma reunião com os chefes dos principais partidos políticos, e eis que na votação o voto impresso não foi aprovado. Foi uma interferência escancarada do poder Judiciário no Legislativo pra barrar algo que seria aprovado. O Judiciario não tem nada que fazer isso."

Lara se referiu à reunião de 26 de junho entre os ministros do STF Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e presidentes de 11 partidos políticos. Entre os partidos presentes, houve representantes da base do próprio governo Bolsonaro, inclusive o PL, partido do atual chefe do Executivo, e o PP, de Ciro Nogueira, Ministro-Chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro.

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Os partidos, à época, concordaram em derrubar a proposta do voto impresso para evitar o risco de uma onda de questionamentos dos resultados eleitorais a partir do ano que vem, travando o Judiciário e as comarcas locais.

"Fraude grande" nas eleições

Outro áudio, desta vez gravado nesta quinta-feira (29), registrou o professor repetindo a mesma narrativa sobre o voto impresso e sobre a reunião entre ministros do STF e os presidentes de partidos políticos. Desta vez, Lara concluiu afirmando que "o fato é que os caras (os presidentes dos partidos) mudaram na véspera da eleição e o voto impresso não foi aprovado. Ficamos aí à mercê dessa coisa que nós não sabemos, (imita o barulho da urna eletrônica), sumiu ali (o voto) e nós não sabemos (...). Vocês sabem melhor do que eu que em informática é possível fazer qualquer coisa e quando você não tem comprovante fica difícil."

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A fala ocorreu após o docente ser questionado por um aluno se haveria alguma guerra civil ou tentativa de intervenção em caso de vitória de 'um partido A contra um partido B' nestas eleições. Lara, então, alegou que acredita que "está se armando um ambiente para uma fraude grande" e citou a proibição do voto impresso como "a primeira manobra visando fazer uma fraude."

"Segunda manobra: vocês acreditam que essas pesquisas são razoáveis? Pelo que a gente vê nas ruas, vocês acham que os números são esses aí? Essa aí é outra manobra. Então, está tudo meio que armado para acontecer uma (fraude). Eu não sei se os caras vão ter a capacidade de fazer uma fraude tão absurda, porque a diferença é assustadora, a diferença entre um candidato e outro é absurda, então eu não sei se essa fraude vai chegar a uma potência tal, mas eu particularmente acho que sim", continou o professor.

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O docente ainda afirmou que "vai sair para as ruas" caso o cenário que imaginou se realize: "Se houver algo que nós não estamos esperando, que escancaradamente se (inaudível) de uma fraude, o povo vai sair para a rua. Aquele mesmo povo que saiu no 7 de setembro, que saiu em vários momentos, eu inclusive."

Na conclusão do áudio, José Elias Lara menciona supostas 'enquetes' que destoam dos resultados das pesquisas e critica governos comandados por partidos de esquerda na América Latina: "As enquetes estão dando resultados muito diferentes daqueles que as pesquisas estão dando. E outra coisa, deixa eu dar uma informação para vocês: tem um partido que não apresentou programa de governo, você vai dar um cheque em branco pro cara. E outra informação: deem uma olhada aqui na América nos países que caíram nas mãos dos governos de esquerda, (vejam) como é que estão. Vê Venezuela, Cuba, Argentina, vê como é que estão esses países pra vocês terem aí mais algumas referências."

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