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Renato Freitas, vereador detido em Curitiba, acusa PM de racismo e mentiras

Renato Freitas, vereador de Curitiba pelo PT, acusou a Polícia Militar do Paraná de racismo e de mentir no boletim de ocorrência de sua detenção, na última sexta-feira

Renato Freitas, vereador do PT em Curitiba (Foto: Divulgação)
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Por Guilherme Amado, no Metrópoles- Renato Freitas, vereador de Curitiba pelo PT, acusou a Polícia Militar do Paraná de racismo e de mentir no boletim de ocorrência de sua detenção, na última sexta-feira. Em conversa com a coluna, o advogado de 37 anos chorou ao relatar outras prisões que sofreu por racismo na cidade e afirmou que apresentou no início do ano um projeto de lei na Câmara de Curitiba contra a violência policial.

Segundo o parlamentar, ele e seu amigo, David Eustachio, jogavam basquete na tarde da última sexta-feira, na Praça 29 de Março, região nobre de Curitiba. Eram os únicos negros ali. Do outro lado do parque, policiais militares abordaram um rapaz que fumava um cigarro “análogo à maconha”, conforme o boletim de ocorrência. Quando viram Freitas e Eustachio na quadra de esportes, foram até o campo e pediram para que abaixassem o volume da música. O grupo usava uma caixa de som durante o jogo.

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“O PM entrou na quadra dizendo para o meu amigo, dono da caixa de som: ‘Abaixa essa bosta aí ou vou quebrar e levar para a delegacia com vocês junto’. Ele já começou a conversa num nível de tensão altíssimo. De imediato, percebi o ato claro de racismo. Havia cerca de dez pessoas na quadra. Só nós dois éramos negros. Então, perguntei por que o policial estava falando daquela forma, com preconceito. Meu amigo também questionou o agente, que respondeu: ‘O quê? Vai me bater?”. Toda a ação policial foi gravada pelo vereador e pessoas da praça.

Ainda de acordo com o vereador, o policial jogou a caixa de som no chão e chutou o equipamento. Em seguida, deixou a quadra e voltou com reforço policial para prender Freitas e Eustachio. Durante a detenção, os policiais tentaram algemá-los e colocá-los no porta-malas da viatura. O vereador, mestre em direito penal pela Universidade Federal do Paraná, informou que o STF havia definido que essas medidas só deveriam ser adotadas em casos excepcionais. A contragosto, foi atendido.

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“Policiais foram vendo os vídeos e adequando a versão”

Em seguida, a polícia foi questionada por outras pessoas do local por que havia ignorado o homem que supostamente fumava maconha, do outro lado da praça. Em resposta, a PM também levou esse rapaz à delegacia. Na 1ª Companhia do 12º Batalhão da PM, segundo o parlamentar, os policiais mentiram, acusando os detidos de terem chutado e cuspido nos agentes. Enquanto isso, a live que o vereador fazia durante a detenção se espraiava pelas redes, além de vídeos de pessoas da praça. Isso foi determinante para a mudança de versão da polícia, afirmou o vereador.

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“Os policiais foram vendo os vídeos e adequando a versão. Primeiro, tinham alegado que havíamos agredido, desacatado, cuspido e chutado os agentes. Era tudo mentira, como os vídeos mostravam. Depois de quatro horas e meia na delegacia, fomos liberados”.

No boletim de ocorrência, a PM fez um relato bem diferente do parlamentar: a equipe policial tentou uma “resolução pacífica do conflito” e “tentou conversar”. Depois de atos “ríspidos” de Freitas e Eustáquio, a polícia “teve que utilizar de força moderada”. Quanto ao rapaz abordado por suposto uso de maconha, os policiais escreveram que na verdade ele carregava uma caixa de cigarros contrabandeados, e afirmou que esse homem “estava com os demais”, insinuando que os três eram amigos. Segundo o vereador, outra mentira. Não eram nem sequer conhecidos. “Imagine se fosse a gente com um cigarro de maconha. Seríamos o bode expiatório perfeito para a política de segurança pública deles”, analisou Freitas.

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