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Saúde

Diretrizes americanas recomendam terapias como massagem e ioga para controle da dor no câncer

Medida é um avanço, pois recomendações anteriores se concentravam mais no diagnóstico e nas intervenções farmacológicas. No entanto, práticas não substituem tratamento convencional

Aula de ioga (Foto: iStock)
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Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein - A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e a Sociedade de Oncologia Integrativa (SIO) publicaram novas diretrizes destacando a importância de abordagens não farmacológicas para o tratamento da dor em pacientes com câncer. O documento, baseado em evidências, recomenda o uso de terapias integrativas como massagem, reflexologia, acupuntura e ioga integradas ao tratamento convencional e representa um esforço para a criação de novas estratégias no tratamento da dor oncológica.

Cuidar da dor no paciente com câncer é um grande desafio – ela é um dos sintomas mais prevalentes e incapacitantes relatados na jornada oncológica. É, ainda, multidimensional (pode surgir por fatores físicos, emocionais e sociais) e em consequência do tratamento de um câncer avançado. A dor crônica pode levar à não adesão adequada ao tratamento e, por isso, a busca por técnicas complementares é fundamental.

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Embora o uso de abordagens não farmacológicas já exista há algum tempo, esta é a primeira vez que um documento oficial de sociedades médicas fala sobre o assunto – as diretrizes anteriores se concentravam mais no diagnóstico e nas intervenções farmacológicas para o tratamento. Para chegar nesse consenso, especialistas de várias áreas da oncologia se reuniram para analisar uma revisão de 227 estudos clínicos sobre intensidade da dor, alívio dos sintomas e efeitos adversos realizados entre 1990 e 2021.

"Essas diretrizes são muito importantes porque dão mais segurança para os médicos indicarem as terapias integrativas e apoiarem essas práticas aos seus pacientes. Isso não é tão novo, aqui no hospital já oferecemos há 15 anos, mas ainda há um certo receio de alguns profissionais que não conhecem as práticas e não entendem a importância delas para o tratamento", afirmou Maria Ester Azevedo Massola, coordenadora da Equipe de Medicina Integrativa do Hospital Israelita Albert Einstein.   

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Integrar e não substituir

As terapias integrativas, como o próprio nome diz, são técnicas que devem ser usadas para complementar o tratamento convencional e nunca substituir. 

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Estudos mostram que cerca de 79% dos pacientes oncológicos procuram alguma terapia integrativa para lidar com o câncer, se sentir melhor, amenizar os sintomas e ampliar a qualidade de vida. No entanto, muitos deles não levam o assunto para o médico que está tratando a doença -- isso é um problema porque as práticas acabam não sendo integradas de maneira correta ao tratamento convencional. 

"Estudos demostram que a maioria dos pacientes não conversam com seus médicos sobre o uso de terapias integrativas, e o principal motivo é porque seus médicos não perguntam. Dessa forma não integram essas práticas ao tratamento convencional, o que pode trazer riscos. Algumas vezes, o paciente pode se submeter a terapias que não estão baseadas em evidências ou serem iludidos com propostas milagrosas", destacou Maria Ester.

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A especialista alertou, ainda, sobre o perigo do uso de alguns fitoterápicos sem o acompanhamento adequado. "No Brasil, temos uma cultura de achar que por ser natural não faz mal, mas isso não é verdade. Alguns fitoterápicos, ervas e chás podem causar interação medicamentosa, e muitas vezes não sabemos sobre a procedência e armazenamento, o que também pode trazer risco. Por isso, a importância de médicos e pacientes conversarem sobre o uso destas abordagens", afirma. 

O rol de terapias integrativas é imenso, mas somente as que possuem evidências científicas são citadas nestas diretrizes, entre elas: massagem, reflexologia, acupuntura e ioga. O paciente precisa ser bem orientado, procurar profissionais que sejam habilitados a aplicar as terapias em conjunto com o tratamento oncológico. 

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"Infelizmente, no Brasil, ainda existem pessoas que trabalham com tratamentos alternativos, o que também é um perigo. Oferecem abordagens milagrosas, iludindo e levando o paciente muitas vezes a não aderir ao tratamento convencional. Nosso trabalho é feito em parceria com os médicos, fazemos parte da equipe multidisciplinar e oferecemos práticas baseadas em evidências", explicou Maria Ester.

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