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Saúde

Influenciadores mirins incentivam crianças à má alimentação, alerta estudo

Quase metade dos vídeos de maior audiência protagonizados por crianças promoveram algum tipo de comida ou bebida. Dentre eles, mais de 90 % eram considerados não saudáveis

(Foto: © Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
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Por Frederico Cursino, da Agência Einstein - Influenciadores mirins estariam estimulando crianças a desenvolver maus hábitos alimentares. É o que alertam cientistas da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, em um novo estudo publicado na revista Pediatrics. De acordo com a publicação, quase metade (42,8%) dos vídeos de maior audiência publicados pelos jovens influenciadores mais populares do Youtube promoveram algum tipo de comida ou bebida. Dentre esses alimentos, mais de 90 % eram considerados não saudáveis. 

Para realizar a análise, os pesquisadores identificaram os cinco youtubers com idades entre 3 e 14 anos que tiveram maior audiência em 2019 e avaliaram mais de 400 vídeos publicados em seus canais. Somente as publicações com promoção de junk foodhaviam sido vistas mais de 1 bilhão de vezes.

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“As crianças já assistem a milhares de comerciais de comida na televisão todos os anos e incluir esses vídeos do YouTube na programação da família pode tornar ainda mais difícil para pais e filhos manterem uma dieta saudável”, alerta a autora do estudo, Marie Bragg, professora da Escola de Saúde Pública Global da UNY. “Precisamos de um ambiente de mídia digital que apoie uma alimentação saudável em vez de desencorajá-la.”

O YouTube é o segundo site mais visitado do mundo e se tornou, nos últimos anos, um destino popular para crianças em busca de entretenimento. Segundo um estudo da consultoria Pew Research Center, mais de 80% dos pais nos Estados Unidos permitem que seus filhos assistam à plataforma e 35 % relatam que os menores acessam o site regularmente.

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Ao encontrar vídeos para crianças pequenas assistirem, milhões de pais recorrem a "influenciadores mirins" ou a crianças filmadas enquanto realizam atividades como experimentos científicos, brincadeiras e celebração de aniversários. “O fascínio do YouTube pode ser especialmente forte em 2020, já que muitos pais estão trabalhando remotamente e precisam lidar com a difícil tarefa de ter filhos pequenos em casa por causa do Covid-19”, acrescenta Marie Bragg.

Já a grande audiência desses canais tem chamado a atenção de marcas famosas, que aproveitam a popularidade dos pequenos para patrocinar postagens sobre os seus produtos, todos não saudáveis. 

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“Os pais podem não perceber que os influenciadores mirins geralmente são pagos por empresas de alimentos para promover esses produtos. Nosso estudo é o primeiro a quantificar até que ponto os produtos de junk food aparecem nos vídeos do YouTube de crianças influenciadoras”, afirma a autora.

Embora os pesquisadores não saibam especificar quais vídeos tenham sido pagos por marcas, eles consideram as publicações problemáticas para a saúde pública. Isso porque elas permitem que empresas alimentícias promovam diretamente – ainda que sutilmente – alimentos não saudáveis para menores e seus pais.

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“É uma tempestade perfeita para encorajar a má nutrição. A pesquisa mostra que as pessoas confiam nos influenciadores porque eles parecem ser ‘pessoas comuns’, e quando você vê essas crianças comendo certos alimentos, não necessariamente se parece com publicidade. Mas é publicidade, e vários estudos mostraram que as crianças que veem anúncios de alimentos consomem mais calorias do que aquelas que veem anúncios não alimentícios. É por isso que a Academia Nacional de Medicina e a Organização Mundial da Saúde identificam o marketing de alimentos como um dos principais impulsionadores da obesidade infantil”, completa a pesquisadora.

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