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Saúde

Mulher com histórico familiar de transtorno psiquiátrico tem quase o dobro de risco de depressão pós-parto

Resultados reforçam importância da prevenção, já que a depressão é uma doença que pode ser prevenida e tratada

(Foto: Reprodução)
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Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein - Mães com histórico familiar de transtorno psiquiátrico têm quase o dobro de risco de desenvolver depressão pós-parto em comparação com as que não têm esse registro, aponta uma revisão de 26 estudos com dados de mais de 100 mil mulheres. Os resultados foram publicados no Jama e reforçam a importância dos cuidados com a saúde mental da gestante durante o pré-natal.

Os pesquisadores ressaltam que apesar de o risco ser maior, estas mulheres não devem se sentir predestinadas a ter depressão pós-parto. Isso porque essa é uma doença que pode ser prevenida e também tratada, desde que haja o acompanhamento adequado. Eles destacam que a abordagem desta gestante no pré-natal deve incluir uma boa entrevista sobre a história clínica pessoal e também dos familiares para que as possíveis intervenções possam ser feitas precocemente.

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Estima-se que cerca de 20% das puérperas possam desenvolver depressão pós-parto. Por isso, é importante identificar os fatores de risco precocemente. Já os outros 80% poderão ter o chamado baby blues – causa sintomas que podem ser confundidos com a depressão (como choro constante, tristeza, excesso de sensibilidade, irritabilidade e ansiedade), mas eles são transitórios e insuficientes para causar prejuízo à mulher, sendo que costumam começar perto do terceiro dia após o parto e devem desaparecer em até 21 dias.

"A gravidez e o parto exercem efeitos fisiológicos, psicológicos e endocrinológicos no corpo e na mente da mulher. O início da adaptação à maternidade exige mudanças de papéis: é o momento em que a mulher deixa de ser filha e passa a ser mãe, a responsável por outro ser humano", explicou a psicóloga Soraya Azzi, da Unidade Materno Infantil do Hospital Israelita Albert Einstein.

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Segundo Soraya, existem vários fatores de risco bem estabelecidos para a depressão pós-parto: mulher que na sua própria história pessoal já teve algum transtorno psiquiátrico, como quadros de ansiedade, de transtorno do pânico; mulher que já teve depressão ou que já passou por algum evento difícil que desencadeou ansiedade generalizada. Fatores de risco psicossociais também podem interferir, como: não ter planejado a gravidez; ter um relacionamento instável com o pai do bebê; ter problemas no emprego (ou estar desempregada); e ter problemas nas relações familiares, entre outros.

A psicóloga destaca, ainda, fatores de risco inesperados que podem desencadear um quadro de depressão na gestação e pós-parto, como: uma gravidez de risco; entrar em trabalho de parto prematuramente; receber a má notícia de malformação fetal ou sofrer algum evento que possa impactar a gestação. Segundo a especialista, "todos esses problemas podem desencadear um quadro de depressão".

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Histórico familiar

A revisão de estudos mostra a associação do histórico familiar com o risco de casos de depressão pós-parto – o que se torna mais um fator de risco a ser avaliado – e Soraya destaca a importância das relações familiares durante o pré-natal. 

Um dos desafios apontados pelos pesquisadores é que ao perguntar sobre a história familiar, nem sempre a gestante saberá informar, já que nem sempre os membros da família compartilham os seus problemas psiquiátricos. Além disso, eles podem ter algum transtorno, mas nunca terem recebido um diagnóstico. 

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"Há níveis de gravidade dos transtornos psiquiátricos, leve, moderado e grave. Os familiares com casos mais graves provavelmente passaram por períodos disfuncionais, o que torna o caso mais evidente em algum momento. Mas há muitos casos em que a pessoa sequer sabe que tem um problema de saúde mental", destaca a psicóloga.

Para Soraya, a revisão dos estudos reforça a necessidade de identificação dos fatores de risco da mulher grávida para que sejam tomadas as medidas de prevenção, que podem incluir a combinação de terapia medicamentosa e psicoterapia, sempre levando em conta a segurança do tratamento para a amamentação. A especialista reforça que a mulher que já faz tratamento psiquiátrico não deve abandonar os medicamentos e sim continuar sendo acompanhada pelo médico.

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"Muitas vezes a mulher interrompe o tratamento psiquiátrico na gravidez por medo que a medicação possa interferir no desenvolvimento saudável do bebê ou na amamentação ou por vergonha. Sabemos que ela faz isso com a melhor das intenções, de preservar a saúde do bebê, mas os tratamentos estão cada vez mais modernos e criteriosos. O psiquiatra e o obstetra dessa gestante saberão a melhor conduta de tratamento a ser seguido", disse a psicóloga, destacando que o acompanhamento deve ser feito com o profissional especializado. 

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