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Saúde

Pais empoderados, menos filas nas emergências infantis

Além do isolamento social, com as crianças mais tempo em casa, vacinação contra gripe e fechamento de fronteiras também contribuíram para queda nos atendimentos nos prontos-socorros

Bebê em consulta médica (Foto: Reprodução)
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Por Cristiane Bomfim, da Agência Einstein - Estação propícia para o aumento das infecções respiratórias que fazem com que muitos pais lotem prontos-socorros com seus filhos, o inverno deste ano está sendo marcado pelo fenômeno do esvaziamento das filas de espera nas emergências infantis. Desde o início do outono, no fim de março, hospitais públicos e privados vêm registrando queda de até 50% no número de atendimento de crianças com sintomas de gripe, resfriado, bronquiolite, sinusite e outras doenças. Apesar de estar diretamente associada à pandemia do novo coronavírus, as causas vão além do isolamento social, com destaque ao empoderamento dos pais, que assumiram a responsabilidade pela saúde dos pequenos.

“Hoje podemos dizer que além do isolamento há pelo menos outras três razões muito claras que nos ajudam a entender este cenário: a vacinação contra a gripe, fechamento de fronteiras e, o mais interessante de todos, que é o empoderamento dos pais”, explica Linus Pauling Fascina, gerente médico do departamento materno-infantil do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, que está operando com uma queda de 40% nos atendimentos do Pronto-Socorro Infantil na comparação com o mesmo período do ano passado. 

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O médico explica que em um primeiro momento, o isolamento social interferiu na queda dos ‘adoecimentos’, especialmente por bronquiolite. A doença é causada pelo vírus VSR, que circula com facilidade entre crianças e é mais comum até os 2 anos. Ao mesmo tempo, a vacinação contra a gripe, mesmo que não atingindo a meta de 90% estabelecida pelo Ministério da Saúde, colaborou para a menor circulação do Influenza e consequente queda dos casos de gripes mais severas e pneumonias.

Passando mais tempo em casa, os pais estão tendo a chance de acompanhar de perto a saúde das crianças. E, com isso, tendo uma melhor percepção da necessidade ou não de um atendimento médico. “Os pais estão se empoderando, voltando a ter uma maior vigilância sobre a saúde dos filhos e delegando menos essa responsabilidade. A convivência está ajudando no entendimento de que um único espirro não é doença, que um quadro febril de um pico só não é grave e que em muitos casos os cuidados podem ser tomados em casa, sem idas desnecessárias a um hospital”, conta Fascina. Soma-se a isso o fato de serem raros os quadros graves de Covid-19 em crianças. 

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Por último, o fechamento das fronteiras, restringindo a circulação de pessoas também foi fator importante para redução dos vírus típicos dessa época do ano por aqui. O médico do Einstein explica que há dois períodos com picos de infecções respiratórias no ano: abril-maio e outubro-novembro, que são os meses que antecedem as grandes mudanças climáticas o verão e o inverno, respectivamente. “Vivemos em um mundo globalizado, com trânsito de pessoas entre os hemisférios. Quando as fronteiras foram fechadas, reduzimos a carga viral trazida de outros países para o Brasil”, explica.

O médico do Einstein explica que apesar da redução na procura pelo serviço de saúde, o número de atendimentos de quadros graves em crianças não foi menor na comparação com mesmo período do ano passado. “Não tivemos atraso de diagnóstico de doenças, mas sim um ajuste por causa desse envolvimento dos pais com os filhos. Eles estão vindo para o hospital quando necessário”. 

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