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Saúde

Poluição pode alterar genes de crianças e aumenta risco de doenças cardíacas

Estudo é o primeiro a analisar, simultaneamente, os efeitos da poluição nos sistemas imunológico e cardiovascular

(Foto: Agência Brasil)
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Mariana Nakajuni, da Agência Einstein - Números da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que 93% das crianças abaixo de 15 anos estão expostas à poluição do ar, em níveis que colocam em risco sua saúde e desenvolvimento. Um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, revelou que esse contato precoce de crianças com a poluição do ar pode gerar alterações nos genes e, consequentemente, doenças cardíacas na fase adulta, entre outras enfermidades. 

Esta é a primeira pesquisa a investigar, em crianças, os efeitos da poluição atmosférica em nível celular, e também a avaliar, simultaneamente, as consequências para os sistemas imunológico e cardiovascular. “Compreender os impactos multifacetados [da poluição do ar] pode fornecer sinais antecipados para intervenções clínicas, antes mesmo da manifestação de uma doença”, explicam os autores do estudo, publicado no periódico Nature Scientific Reports.

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A pesquisa envolveu 221 crianças entre seis e oito anos de idade, todas habitantes da cidade de Fresno, na Califórnia, que possui um dos maiores índices de poluição dos Estados Unidos. Os pais responderam a um questionário com informações demográficas e de saúde dos filhos. Foram coletados também os níveis de pressão arterial e amostras de sangue.

As descobertas mostraram que a exposição a uma fina partícula de poluição conhecida como PM2.5, e também ao monóxido de carbono e ozônio, está associada a alterações de genes que regulam a resposta imunológica do organismo. Essas modificações podem, inclusive, ser passadas para futuras gerações. 

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A poluição do ar também foi associada ao maior número de monócitos. Embora essas células façam parte do sistema imune, com uma função protetora, elas podem aderir às paredes das artérias, e lá acumular colesterol e outras substâncias gordurosas, formando placas que dificultam a passagem de oxigênio. Esse processo pode levar a uma predisposição das crianças a doenças cardíacas na idade adulta. 

“Temos evidência de que a poluição do ar causa alterações nos sistemas de defesa e cardiovascular. E essas mudanças não estão apenas associadas à asma e outras doenças respiratórias, como demonstrado antes”, afirma Mary Prunicki, primeira autora do estudo. “Parece que mesmo uma breve exposição à poluição atmosférica pode, de fato, mudar a regulação e expressão dos genes das crianças e, possivelmente, alterar sua pressão arterial, criando base para um maior risco de doenças posteriormente”.

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O estudo foi conduzido com crianças de origem majoritariamente hispânica. Segundo os especialistas, essa população vivencia mais disparidades de saúde em comparação com crianças brancas não hispânicas, principalmente na Califórnia, onde elas são expostas a maiores níveis de poluição associada ao tráfego de veículos. Nos EUA, a prevalência de hipertensão entre adultos desse grupo é maior comparado a outras etnias. De acordo com os autores, essa questão “aumenta a importância de determinar o risco pré-clínico de como a exposição de crianças à poluição do ar elevada pode progredir na fase adulta”.

Para Kari Nadeau, uma das autoras do estudo, apesar do recorte da amostra, as constatações abrangem toda a população.  “Cerca de metade dos americanos, e a maioria das pessoas ao redor do mundo, moram em lugares com ar prejudicial para a saúde. Entender e mitigar os impactos ajuda a salvar vidas”.

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