Adivinhe quem vem para jantar

Conheço Luciano Huck desde os tempos em que era um dos donos da noite de São Paulo e namorador inveterado das moças mais cobiçadas, frequentador assíduo das colunas sociais, isso faz uns trinta anos, ele é um Peter Pan, depois ficou famoso nacionalmente ao criar a Tiazinha na Band, o que o catapultou à Globo, onde teve de aturar de tudo e sobreviveu, de bobo ele não tem nada, e pouco ambicioso não é, e digamos que seu poder não é pequeno, não é qualquer um que consegue trazer para jantar em casa, no Rio, o presidente do Banco Central, que mora em Brasília e o governador de São Paulo, o cara não é fraco, de vez em quando ensaia candidatura a presidente, e é claro que está todo mundo tentando adivinhar que catzo de jantar é esse, há quem ache que ele próprio está se lançando à sucessão de Lula, outros, que é lançamento de Tarcísio, embora o mote seja uma homenagem ao presidente do Banco Central.

   Eu não tenho acesso a ele, foi-se o tempo em que era só telefonar e marcar uma entrevista no The Place, eu na Interview, ele colunista do Jornal da Tarde, hoje ele se esconde atrás de um exército de assessores, é mais difícil falar com ele que com o Papa, a não ser no palco do Domingão, mas eu acho que esse jantar, se é para ser a pedra fundamental da candidatura de alguém a presidente, esse alguém é Roberto Campos Neto.

Huck está entrando em campo para ver se emplaca um cara que ficou conhecido nacionalmente graças a Lula e ao PT, que o escalaram para vilão número 1, que não é político, que sabe falar, é simpático e pode ser vendido como quem está segurando a inflação, um filme parecido ao de Fernando Henrique, cujo trampolim para a presidência foi domar a inflação e a quem Huck admira e vice-versa.

   Si non è vero, é ben trovato.