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Economia

Enchentes recordes no RS podem impulsionar preços de alimentos como arroz e laticínios

Estado responde por 70% da produção nacional de arroz e também é um importante produtor de carnes e laticínios

Cidade do Rio Grande do Sul atingida por temporal (Foto: Diego Vara / Reuters)
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Reuters - A tragédia provocada pelas chuvas no Rio Grande do Sul pode ter impacto sobre os preços de produtos importantes para o prato dos brasileiros, como arroz e laticínios, alertam especialistas, que ainda aguardam mais informações sobre a extensão da calamidade para estimarem potenciais reflexos nos índices de inflação.

O Estado responde por 70% da produção nacional de arroz, produto que tem o maior peso no subitem do grupo "alimentação no domicílio" do índice de inflação ao consumidor IPCA. Também é um importante produtor de carnes e laticínios.

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Uma fonte do IBGE, responsável pela apuração do índice, destacou que, no caso do arroz, boa parte da safra já foi colhida, mas a preocupação é com o escoamento, já que estradas e pontes foram fortemente abaladas pelas chuvas, deixando várias regiões do Estado isoladas.

"A parte que estiver armazenada nas áreas isoladas pode afetar a inflação", afirmou a fonte.

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Por ora, acompanhamento feito pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da USP, mostra um ligeiro aumento do preço do arroz no Estado, segundo dados até a última segunda-feira. Nesse dia, o valor da saca, incluindo frete, estava em 106,74 reais, ante 105,98 reais na segunda-feira, dia 29 de abril.

Entre as commodities, o Rio Grande do Sul também se destaca na produção de soja e milho, produtos que têm influência mais indireta na inflação do varejo, como componentes de ração animal. Nesse caso, a avaliação inicial é que a demanda pode ser suprida pela produção de outras regiões do país.

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Ainda assim, André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), destaca que esses produtos podem ter impacto na inflação ao produtor.

"No nosso caso, que medimos preços no atacado, o impacto será maior porque as safras de milho, soja e arroz não foram todas colhidas, então algum efeito para inflação vai ter", disse.

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Na segunda-feira, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou que há dez unidades processadoras de carnes de aves e de suínos do RS paralisadas ou com dificuldades de operar pela impossibilidade de processar insumos ou transportar funcionários, e alertou para o risco de desabastecimento no Estado.

Carla Argenta, economista-chefe da CM Capital, avalia que o principal foco de preocupação é a indústria de leite e laticínios. "Pode haver perda porque a logística para distribuir leite para outros Estados cessa, e pode ter um impacto mais expressivo (no IPCA)", afirmou.

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No Ministério da Fazenda, uma fonte disse que ainda não é possível fechar uma análise neste momento porque os problemas no Estado ainda estão em desenvolvimento, sendo difícil estimar com precisão gargalos de produção e escoamento de produtos que poderiam gerar pressão de preços.

De acordo com a fonte, a análise inicial que o governo está preparando para medir o impacto do desastre vai focar no impacto sobre a inflação de alimentos. Em avaliação preliminar, ela afirmou que a pressão sobre os preços no país não deve ser grande, mas que é preciso avaliar com mais tempo.

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Argenta ainda levantou a questão de como o IBGE, responsável pela coleta dos dados e divulgação dos números do IPCA, irá fazer esse trabalho no Estado, em meio ao caos gerado pelas chuvas.

"Porto Alegre tem peso de quase 9% no indicador. A forma como vai ser feita a coleta desses dados pode ter impacto mais expressivo do que a variação propriamente dita. Não existe uma cartilha para proceder em situações como essa", disse ela.

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