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Adilson Roberto Gonçalves

Pesquisador científico em Campinas-SP

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Liberdade de expressão ou prisão em conceitos

A narrativa dentro da “liberdade de expressão” muda conforme o gosto do freguês ou do político de plantão

(Foto: Conjur/divulgação)
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Hélio Schwartsman, sempre ele, é o preferido de minhas críticas, o dito filósofo, com seus sofismas explícitos ou proferidos nos interstícios das linhas que escreve. Dois exemplos dissecados aqui. Primeiramente, em “PSDB, o incrível partido que encolheu”, publicado na Folha de S. Paulo (1/5), Hélio fez um retrato atual da derrocada do PSDB, mas a trajetória decadente do partido começou com Aécio Neves em 2014, quando questionou o resultado das eleições e começou a fustigar o governo de Dilma Rousseff. A partir daí, alguns caciques tucanos tentaram isolar aquele fato, mas sucumbiram aos arroubos de João Dória e ao vai-e-vem de Eduardo Leite. Não teve jeito: o grupo de intelectuais bem intencionados criado no final da Constituinte foi suplantado pelo ovo da serpente da extrema direita. E o articulista continuou sua saga ou sina de criticar a ex-presidente e sua política econômica.

Antes disso, Hélio deu uma aula do que é sofisma (“O tamanho da liberdade”, 12/4). Ele usou uma expressão de Noam Chomsky para inverter a lógica entre liberdade de expressão e prática de crimes: “Se você é mesmo a favor da liberdade de expressão, então você é a favor da liberdade de exprimir justamente as opiniões que você odeia. Se não for assim, você não é a favor da liberdade de expressão”. A regulação social deve ser feita democraticamente, mas dentro dos limites do espaço e da segurança do outro. O que essa chamada “liberdade liberal” quer é o direito de propagar mentiras e discurso de ódio para alcançar um poder que jamais obteria por vias honestas.

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Por fim, como mais um exemplo prático dessa prática nefasta de ficar preso em conceitos, “São Paulo vai na contramão do mundo se vender a Sabesp”, conforme denunciado pelo pré-candidato a prefeito de São Paulo, Guilherme Boulos. Ele tem toda razão, mas a decisão foi a da política imediata e não a da lógica e da defesa de um patrimônio público que é a água. O rótulo dos governos pretende ser verde e azul, mas na hora da decisão é das “verdinhas” que se fala. A narrativa dentro da “liberdade de expressão” muda conforme o gosto do freguês ou do político de plantão. O curioso é que aqui em Campinas, cujo prefeito é bolsonarista raiz, é tabu sequer cogitar a privatização da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A.), o equivalente municipal da Sabesp.

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