Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro

Justiça não pode ceder à pressão fascista: Bolsonaro tem que ser preso

Não é hora de se delongar em discussões bizantinas sobre provas que estão diante de todos

É mais do que óbvio para qualquer observador honesto que já existem elementos suficientes para a prisão imediata de Jair Bolsonaro por atacar o estado democrático de direito e por tentativa de golpe de Estado. 

A questão já começa a deixar de ser apenas judicial, porém, para se tornar uma decisão política. 

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Podem-se e devem-se empilhar provas e mais provas de que Bolsonaro sabotou as eleições e a posse de Lula. Elas só acrescentarão ao que todos já sabem. Bolsonaro agiu contra o estado de direito. Agora, o que exige sua prisão imediata é o fato de que ele segue agindo contra a democracia e desafiando o Judiciário.

Não se discute mais, portanto, a participação dele no que aconteceu. 

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Ocorre que, agora, o ex-presidente segue reincidindo nos mesmos  crimes ao convocar manifestação em seu apoio.

O objetivo é escandaloso: seguir reiterando as mesmas ideias golpistas que levaram o país à convulsão ocorrida antes e depois das eleições de 2022. 

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Ali, está evidente, Bolsonaro comandou uma insurgência golpista contra a vitória do presidente Lula.

Como segue fazendo agora, Bolsonaro estimulou seus seguidores a atirar ao lixo a vontade popular depositada nas urnas.

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Nada mais falta, portanto, para fazer jus à convicção geral de que Bolsonaro vem sendo há anos o pivô da conspiração que levou a bloqueios em estradas, ataques a postos de gasolina e delegacia de polícia, tentativa de explosão de caminhão tanque, acampamentos diante de dezenas de quartéis apelando pelo retorno à ditadura militar, elaboração de minutas de golpe com a participação do próprio ex-presidente e, finalmente, a explosão de violência que profanou as sedes dos poderes em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023, o dia da infâmia. 

Notam-se nos últimos dias tentativas concertadas e mal-intencionadas da velha mídia reacionária brasileira para relativizar volumosas e robustas provas da liderança golpista de Bolsonaro, e para providenciar uma espécie de anistia branca que seria uma normalização do golpe de Estado.

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Isso ocorre em especial na forma de mobilizar opiniões de "juristas" que minimizem os crimes da infame reunião de 5 de julho de 2022. Realizada três meses antes do pleito, convocada para arregimentar apoio de seu ministério, inclusive de militares, ao golpe, o convescote serviu de palco para calúnias contra tribunais superiores e a limpeza das eleições.

Não é hora de se delongar em discussões bizantinas sobre provas que estão diante de todos. A Justiça não pode se dobrar à pressão fascista da manifestação. A mera existência dela não pode ser tolerada.

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É hora de agir em consonância com o que foi levantado por apurações exaustivas do Supremo Tribunal Federal e da Polícia Federal. Não agir seria apenas vacilar na hora H,  perder o momento certo de afinal cortar o nó górdio que ainda sustenta o eterno blefe do bolsonarismo e dos oportunistas que o cercam. 

A convocação da  manifestação do próximo domingo constitui um delito grave, sendo parte do mesmo movimento golpista, agora em desafio às investigações exemplares do ministro Alexandre de Moraes do STF. 

Prisão para Bolsonaro já é a única conduta à altura para quem usa o poder presidencial para dar golpe. No caso de agora,  trata-se então de uma reincidência. 

Só assim poderá ser cortada a cadeia de  continuidade delitiva de um criminoso contumaz que ontem se insurgiu nas sombras contra o processo eleitoral e hoje incita às claras seus seguidores a vandalizarem o próprio processo penal.