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Luís Costa Pinto

Luis Costa Pinto, jornalista, editor especial do Brasil 247 e vice-presidente da ABMD, Associação Brasileira de Mídia Digital

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Lira: polícia para quem precisa de polícia! Só malandros batem a carteira e gritam "pega ladrão!"

Chamar o presidente da Câmara de “excrementíssimo” foi um mau passo de Felipe Neto. Mas reação de Arthur Lira é burra e descabida, escreve Costa Pinto

Arthur Lira (à esq.) e Felipe Neto (Foto: Agência Câmara I Divulgação)
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O comunicador Felipe Neto, influente nas redes sociais, errou ao produzir um chiste desrespeitosamente sem graça e chamar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, de “excrementíssimo” durante uma audiência pública virtual organizada pelo Parlamento brasileiro. Lira, como sempre ressalto aqui, é um desqualificado para o exercício do cargo que ocupa. Forjado pelos métodos chantagistas de operação política assentados pelo criador político dele, Eduardo Cunha, ampliou com sucesso o diapasão das más práticas onde não se costura consensos na direção de melhorar a sociedade. Mas, ao contrário disso, produz reféns na trajetória da ascensão política que percorre, sempre coletando e colecionando benesses pessoais. Ele representa o paradigma de tudo o que um líder original não deve fazer, segundo o manual das boas práticas legislativas. Apesar disso, a cadeira de presidente da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, instituição da República, tem de ser respeitada independente de quem esteja nela sentada. A piada era ruim e o deboche merecia repreensão. 

Seria apenas um mau passo na carreira de uma personalidade pública, Felipe Neto, que evoluiu sobremaneira desde que surgiu como elemento promissor no ecossistema lacrador das redes e se converteu numa das vozes que devem ser ouvidas com atenção. Sempre tem algo a dizer; com enorme frequência agrega aos debates. Se houvesse preparo intelectual e capacidade oratória entre apoiadores e sócios (ou jagunços) de Lira que acompanhavam o evento virtual transmitido pelos canais da Câmara dos Deputados, a reação ao “excrementíssimo” teria ocorrido no ato. Daí, era o comunicador quem ficaria envergonhado e estaria obrigado a pedir desculpas. Contudo, o que era só mau passo virou crise de comunicação e conflito ético para Arthur Lira. O presidente da Câmara, qual menino mimado criado comendo chié em Maceió fingindo que era caviar de esturjão, caiu então na armadilha dos pega-manés: resolveu protestar contra o apelido de mau gosto. Ato contínuo, o “excrementíssimo” colou-lhe na testa qual fezes de pombo em estátua equestre de coronel ou caudilho da baixa política.

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A “Polícia Federal Legislativa”, um batalhão de funcionários concursados criado em 2003 sem ter razão de ser - posto que são, de fato, meros seguranças patrimoniais do Poder Legislativo - repleto de arrivistas prontos a servir o chefete de plantão em busca de sinecuras bonificatórias, foi chamado a intervir e “investigar” o insulto de Felipe Neto a Arthur Lira. O presidente da Câmara adora manipular os órgãos de Estado e seus integrantes, sobretudo suas cúpulas, para impor suas vontades ou fazer valer suas necessidades urgentes. Exemplo lapidar: destruir as provas da investigação federal realizada em 2022 e 2023, pela Polícia Federal e pelo Ministério Público que flagraram os desvios de dinheiro público do Ministério da Educação, em Alagoas, a partir do trânsito livre em grana viva entre operadores de kits escolares de robótica ligados a Lira. Agora, o que fez o deputado alagoano? Usou os seguranças de luxo da Câmara dos Deputados, que respondem hierarquicamente a ele mesmo e se dizem “Polícia Federal Legislativa”, para constranger um comunicador de influências nas redes a pedir-lhe desculpas por uma piada ruim e descabida.

A ação, toda, é digna de ser classificada como excremento. Ou seja, como algo a ser expelido e lançado ao esgoto da cena política. O excelentíssimo Deputado Federal Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, deve orientar a polícia a agir contra quem precisa de polícia. Mesmo que a sua polícia seja, digamos assim, um arremedo de aparato policial, diga-lhe que é melhor apurar os malfeitos dos próprios parlamentares, dos assessores deles e das lideranças, evitar que elementos disseminadores de mentiras (como o falso jornalista liugado ao “MBL” que invadiu a Câmara para insultar e irritar o deputado Glauber Braga) adentrem a Casa Legislativa para desvirtuar a rotina dos Parlamento e dos parlamentares. Ou age assim, ou, cada vez mais, o “excrementíssimo” cola em sua tez.

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