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Henrique Matthiesen

Bacharel em Direito

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60 anos de um golpe contra o Trabalhismo Brasileiro

O grande pecado de João Goulart foi ser herdeiro da mais pura cepa do Trabalhismo

João Goulart e Maria Thereza Goulart (Foto: Arquivo histórico)
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Sempre que os interesses nefastos de nossas classes dominantes se veem ameaçados, só há uma ação: o golpe. Esta é a história do Brasil, cuja classe dominante é ranzinza, autoritária, corrupta, hipócrita, antipatriótica e sanguessuga do Estado.

Foi exatamente o que ocorreu há 60 anos, quando derrubaram por golpe de Estado o presidente João Goulart, mergulhando o Brasil em mais de 20 anos de uma ditadura que matou, torturou e assassinou dezenas de brasileiros. 

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Usaram e abusaram dos estratagemas mais infames para justificar o injustificável golpe: a junção de nossas mídias vassalas dos interesses não pátrios; empresários inescrupulosos; igrejas e, claro, o apoio inconteste do governo dos EUA. 

O grande pecado de João Goulart foi ser herdeiro da mais pura cepa do Trabalhismo, que concebeu ao Brasil através da Revolução de 1930 com Getúlio Vargas, princípios norteadores e que são inconciliáveis com nossas elites de rapinagem, ou seja: a soberania nacional, dos direitos sociais e o desenvolvimento econômico. 

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Esta afirmação soberana da elevação da "ninguendade" – sob a teoria do antropólogo Darcy Ribeiro – aliada ao desenvolvimento nacional, transformaram o Brasil. Passamos de uma Nação agrícola para um País que iniciava seu processo de industrialização e desenvolvimento calcados em ciência e direitos, afrontando nosso complexo de vira-latas. 

A questão é que tentaram, primeiro, golpear Getúlio Vargas; entretanto, o tiro que ceifara a sua existência física, naquela trágica data de 24 de agosto de 1954, acertara estrategicamente a alma golpista dos algozes de nosso povo – os vendilhões de nossa pátria e de nossa altivez soberana. Getúlio Vargas, em um gesto extremo e sem paralelo, proclamara por meio da Carta-Testamento um verdadeiro brado de afirmação soberana, um grito de liberdade, um clamor inaudito contra os inimigos da brasilidade, uma denúncia indefensável aos que sabotaram e rapinaram nossas riquezas e nosso destino. 

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Este documento se transformou em um manifesto libertário, em uma certidão de soberania, em um guia a iluminar nossa gente. Herdeiro inconteste deste legado, João Belchior Marques Goulart, seu ex-ministro do Trabalho e presidente nacional do PTB, chegara à presidência da República após enfrentar outra tentativa de golpe – derrotada desta vez pela voz altiva e destemida de Leonel Brizola, que armou o povo – durante a Campanha da Legalidade. 

Mais uma vez o Trabalhismo escrevera uma das páginas mais dramáticas e belas da história brasileira, pois a resistência, a lucidez e a bravura de Brizola, que dos porões do Palácio Piratini, no Rio Grande do Sul, derrotara o golpe que se tentara mais uma vez contra o Trabalhismo e contra seu ideário libertário. 

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É por estas razões que colocam o golpe de 1964 como um golpe contra o Trabalhismo brasileiro; um golpe contra os ideais desta corrente política que traz em seu bojo as páginas mais pungentes de nossa história republicana, como as conquistas mais elevadas da "ninguendade", que responde pela alcunha de povo brasileiro. 

O grande pecado de João Goulart era ser herdeiro político do Trabalhismo, era projetar as ditas e caluniadas Reformas de Base, que eram o fio condutor do nosso desenvolvimento, que elevaria o Brasil a ser uma das grandes potências da humanidade. 

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Difamado, caluniado, ultrajado e vilipendiado, João Goulart não pôde caminhar pelas alamedas de seu destino, que era a de conduzir com determinação a nossa Nação, o nosso povo a sua altivez e soberania com direitos e desenvolvimento. 

Nossas elites carcomidas do atraso e da subserviência não deixaram e não deixam, até hoje, este País ser livre e dono de seu destino. 

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Jango pagou o preço dos que não se vergam, dos que não transigem princípios, dos que não rasgam o discurso. Apeado do poder e exilado, jamais voltou à sua pátria com vida. 

João Goulart foi, sem dúvida, o Presidente mais progressista da nossa história republicana. Ousou sonhar o melhor para o Brasil e foi o leal herdeiro de um legado. 

Não quis o poder pelo poder e não sujou suas mãos com o sangue de seu povo; manteve-se ereto e digno, coisa que seus golpeadores não usufruem, pois estão marcados como usurpadores de nossa democracia e de nosso destino. 

Jango merece maior entendimento acerca de seu papel em nossa história. O seu devido reconhecimento, principalmente, das forças progressistas que, superficialmente, congratulam-no protocolarmente. 

As Reformas de Base são ainda necessárias e vitais para nosso desenvolvimento. Jango e seu legado ainda se fazem presentes.

Golpe nunca mais!

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