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César Fonseca

Repórter de política e economia, editor do site Independência Sul Americana

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Crônica de uma prisão anunciada

"A armadilha do golpe caiu por terra"

(Foto: Bolsonaro preso)
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Os depoimentos dos ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, general Gomes Freire e brigadeiro Carlos Almeida Baptista Junior, respectivamente, traçaram o roteiro final das investigações realizadas pela Polícia Federal, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, para esclarecer participação direta do ex-presidente Jair Bolsonaro na fracassada tentativa de golpe militar contra o presidente Lula no final de 2022, depois que havia sido eleito, democraticamente.

Visava jogar democracia no lixo.

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A armadilha do golpe caiu por terra: a famosa minuta do golpe, preparada pelo ex-ministro da Justiça, Ânderson Torres, ex-delegado da PF, próximo da milícia bolsonarista, foi confirmada pelos então comandantes do Exército e da Aeronáutica contra a qual reagiram negativamente.

O general Freire chegou a alertar o presidente que poderia prendê-lo, dada a subversão clara da democracia brasileira.

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O brigadeiro destacou que em duas ocasiões alertou que não apoiaria nenhuma iniciativa golpista, para rasgar a Constituição.

PROVAS CONTUNDENTES

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A Polícia Federal dispõe, portanto, de toda a narrativa, ancorada em provas concretas, expostas pelos comandantes militares, a propósito da minuta do golpe, para iniciar indiciamento criminoso do ex-presidente por tentativa explícita de golpe nas instituições.

O silêncio do ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, favorável ao golpe, e a inquietação que tomou conta do ex-chefe do GSI, general Heleno, depois que colheram negativas dos comandantes das forças do exército e da aeronáutica, representam denunciaram-nos como aliados do golpe, incapaz, portanto, de produzir unanimidade nas forças armadas.

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A alta cúpula militar contragolpeou Bolsonaro e o ameaçou de prisão se rompesse com a Constituição.

Restou para apoiá-lo o almirante Almir Garnier, disponível de pronto a apresentar ao ex-presidente para arregimentar as tropas na tarefa golpista bolsonarista.

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Diante dos depoimentos militares destroem-se as narrativas de Bolsonaro de que nada tinha a ver com golpe e que não se articulou com seus aliados de farda.

A confiabilidade do ex-presidente ficou abaixo de zero.

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Não tem a quem apelar para justificar suas mentiras construídas para escapar do cerco do ministro Alexandre de Moraes que vai se pronunciar mediante comprovações minuciosas da Polícia Federal.

DESAMPARO TOTAL

Bolsonaro está, política, jurídica e eticamente, desamparado.

Pensou e atuou em contar com o que chamou um dia de “Meu exército”, para garantir suas artimanhas e articulações golpistas, e não deu certo.

Está no mato sem cachorro.

Uma miríade de acusações e provas pesam sobre suas costas, com destaque, como fator ultra agravante o jogo golpista; certamente, envolve corrupção, na arregimentação de recursos, para o plano funcionar.

Ficou explícito o crime de governabilidade/responsabilidade  comprometida com corrupção, mentiras e fake News em profusão.

Como já está inelegível por oito anos, eventual despacho judicial mandando prender o ex-presidente, à luz dos depoimentos disruptivos do general e do brigadeiro à PF, será a pá de cal.

Eis o maior teste do bolsonarismo: 1 – a massa bolsonarista reagirá radicalmente contra a prisão dele, desconhecendo provas evidentes que o incriminam?, ou 2 – contrabalançar os prós e contras do ex-presidente  para julgá-lo como fator positivo ou negativo para o processo democrático?

Bolsonaro virou democrata renegado.

Lula e seu staff político estão diante da maior desmoralização das forças armadas brasileiras em toda a sua história.

Foi por água abaixo a autopromoção militar arrogante de que as forças armadas se constituem em poder moderador com leitura independente da Constituição na interpretação do art. 142.

DESASTRE HISTÓRICO

A força militar se desmoralizou como poder de Estado, o que demonstra a que ponto chegou a situação em que o presidente leva minuta golpista para ser aprovada por comandantes militares, como se o país estivesse num estágio anterior ao golpe militar de 1964.

Os institutos militares foram aviltados a partir, principalmente, do fato de que, simbolicamente, o capitão presidente enquadrou autoritariamente os que hierarquicamente, em termos de patente, estão acima dele.

Na cadeia de comando das forças armadas, os reflexos dos depoimentos bombásticos do general e do brigadeiro fervem na discussão de que tudo ficou de pernas para o ar, depois da reunião de junho de 2022 em que foi articulada a trama golpista.

A Constituição está sangrando diante das forças armadas que jurou defendê-la, mas que a traiu, miseravelmente, como evidenciam os fatos que se seguiram, até culminar com a tentativa de golpe fascista aberto em 8 de janeiro de 2023.

O presidente empossado e senhor dos seus direitos constitucionais democráticos ficou na corda bamba diante de traições indisfarçáveis.

O ataque à democracia se reverte agora com o STF e a PF atuando conjuntamente para afastar o fantasma do golpe que não se concluiu.

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